Não deu galo…

Agarrada que só ela ao pai Levy, a petiz Nádia, do alto de seus três aninhos acompanhava-lhe os passos pelo

quintal em todas as atividades, dos reparos de cerca à colheita de frutas, passando naturalmente pelo roçado e capina…

Mas a coisa que mais entusiasmava a guria eram as idas ao galinheiro, esse sim cheio de vida, do canto do galo, ao pipilar estridente e interminável dos pintainhos…

E foi justamente numa incursão dessas que o galo, senhor incontrastável de seu harém, estranhou o vestidinho colorido da menina, ou quiçá, mais ainda os seus áureos cachinhos e, sem nem pre-aviso, partiu para o enfrentamento…porém, sempre atento, Levy arrebatou-a do chão e, de botina em riste frustrou as repetidas, ainda que baldadas tentativas de ataque…

E, entretempo, apenas lívida nos braços do pai, a peralvilha dava também sua valiosa contribuição na repulsa ao ataque, ao bradar:

- Galim fedaputa, né pai…?

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 30/07/2023
Código do texto: T7849293
Classificação de conteúdo: seguro