ERA UMA VEZ (FAZ DE CONTA)
ERA UMA VEZ (FAZ DE CONTA)
[Castro Rosas]
Quando eu era criança, sentava para ouvir as histórias, contadas pelos livros, pareciam ser do mundo real. Mas quem conta é a imaginação criada pelas ilusões fantasiosas do contador de histórias.
Fiz de conta que o mundo do faz de conta não era irreal. E, de tanto ouvir as histórias, eu também passei a acreditar nelas. Às vezes querendo contar a minha história.
Vou começar contando a minha, sem fazer de conta que um dia tudo era da imaginação. Um começo tem que ter uma boa narração, é assim que tudo começa, pode ser que primeiro venha o fim ou será o meio, mas para começar é preciso...
ERA UMA VEZ!
Assim fica tão igual às outras que já conheço com seus começos. Preciso criar algo mais original.
Deixa pra lá, achei que era fácil inventar um faz de conta. Porém, posso continuar de outra história que já ouvi contar. (Vão dizer que é plágio.)
Vou perguntar para alguém que conheço se conhece algum contador de histórias que possa inventar na hora.
– André, você sabe como começar um faz de conta, sem que seja ERA UMA VEZ?
– Faz de conta quem sabe mesmo contar é seu João que mora na beira do rio, tem mais de cem e todo dia tem sempre mais uma.
– Então vamos lá na casa desse contador de histórias. Ele vai saber como se começa uma história que ninguém ouviu contar.
– Eu não! Vai você que gosta dessas coisas, faz de conta, aí você me conta, assim vira história.
– E então, aprendeu uma nova história?
Ele disse que o faz de conta arrumou a mala e foi embora, já não sabia uma nova história começar.