A incrível história da lagarta, que não queria sair do casulo, porque não sabia que iria virar borboleta.
Geralda era uma lagarta que nasceu em um pé de manacá, no jardim da casa da tia Santa. Não tinha amigos, nem ninguém para brincar. Ela queria muito ter amigos e se divertir.
Passava o dia todo comendo as folhas do manacá, já que não tinha mais nada para fazer.
Foi crescendo, e seu corpo foi ficando amarelo com listras marrons.
A sua solidão aumentava a cada dia.
Com profunda tristeza, resolveu criar para si, um casulo, onde poderia ficar quieta e não incomodar ninguém, e muito menos ser incomodada.
Passaram vários dias e nada dela sair do casulo. Não saía para nada, nem para alimentar. Sua única amiga era a solidão.
Certo dia, percebeu que seu corpo estava mudado, tinha acontecido uma transformação. O casulo ficou pequeno demais para ela.
Mesmo assim, ela não queria sair de lá. Afinal das contas, lá era gostoso. A temperatura era boa, a chuva de verão não incomodava, o sol não produzia tanto calor.
Também para que sair se ela não tinha amigos, não tinha ninguém para brincar?
Numa bela tarde, ouviu um som diferente. Ficou sem saber se era o barulho do vento batendo nas folhas, ou se era alguém chamando. Enrolou-se mais ainda no pequeno casulo. Daqui eu não saio! Pensou.
Os chamados continuaram...
Coisa estranhas estavam acontecendo com o seu corpo. As suas duas primeiras patas cresceram. Surgiram outras duas patas e umas asas anteriores, e finalmente um terceiro par de patas e asas posteriores.
Geralda na sua intuição pensou: Nossa! Virei uma borboleta! Vou sair logo deste casulo e ver a vida de outra forma.
A saída do casulo não foi fácil, demorou um pouco, e ela saiu toda suada pelo esforço que fez. Ficou parada um pouco, esperando as assas secarem para o seu primeiro voo.
Enquanto isso, ela observava a natureza em sua volta. O jardim estava florido. Ali tinha todo tipo de flores: Rosas, Margaridas, Girassol, Gardênias, Orquídeas, o pé de manacá e outras tantas árvores.
De repente surgiram outras borboletas que sobrevoam por todas as flores.
Geralda sorri e pensa: finalmente tenho alguém para brincar. E sai para seu primeiro voo, e para encontrar as novas amigas.
Voando de flor em flor, ela foi conversando com as suas novas amigas contando as suas aventuras até virar borboletas.
As amigas sorriram, e disseram: - conosco também foi a mesma coisa. Essa é a vida das lagartas.