Uma manhã de verão

Ahmed, Mohamed e Mahmoud resolveram aventurar-se em um acampamento no deserto do Saara, resolveram levar as primas Sumah e Mariam. Era verão e todos sabiam que o verão no Egito era quase impossível passar um dia no deserto.

Como eles queriam testar os seus limites providenciaram itens de sobrevivência como: guarda-chuva, roupas de algodão, lenços cobrindo o rosto e muita água. Levaram também, alguns grãos para ajudar na energia do corpo e frutas frescas. Saíram bem cedinho antes do nascer do sol, logo após a oração fajr. Queriam assistir o final da alvorada já no deserto.

Foi tudo muito lindo até por volta de 7 h da manhã, quando o sol já alto começou a queimar a pele deles através do algodão, bebiam água mas precisavam economizar para aguentarem o restante do dia. Foi quando Mariam percebeu que havia esquecido sua garrafa no chão quando sentaram pra completar o raiar do dia.

_ Oh, o que farei agora? Terei que desistir da caminhada!

Então Ahmed, Mohamed e Mahmoud decidiram dividir sua água com ela, eram o lado masculino do grupo e como bons árabes sabiam que era dever deles cuidarem das meninas.

Seguiram firme na caminhada e fizeram uma parada na sombra de uma tamareira para comerem um pouco de grãos e as frutas que haviam levado, mas esqueceram de olhar ao redor e Sumah foi picada por uma Naja do deserto.

Mahmoud o mais rápido dos quatro, cortou a cabeça da naja mas não foi o suficiente para salvar Sumah, o veneno fez efeito rápido no corpo dela e logo começou uma forte febre.

_ E agora o que faremos? Vamos voltar e tentar encontrar alguém que nos leve mais rápido ao hospital.

Ahmed que possuía raciocínio mais rápido improvisou uma maca com folhas e galhos de tamareira para carregarem Sumah de volta. Duas horas depois já estavam de volta à cidade e avistaram um carro que o mais rápido pediram por ajuda.

No hospital Sumah tomou a medicação e apesar de ficar com sequelas na visão, conseguiu se recuperar do veneno. As crianças depois de passado o susto, e ouvirem broncas e ameaças de castigo dos mais velhos, acabaram por se sentirem-se confortáveis com a situação resolvida.

Desde esse dia eles nunca mais quiseram pensar em aventurar-se no deserto principalmente durante o verão. Dias depois estavam rindo que o desafio não foi cumprido nem pela metade do dia, apenas conseguiram uma manhã no verão do deserto...

Liliene Maria Rodrigues