O menino e o mangangá
O menino Bernardo plantou um pé de feijão
O menino era zangado e não era fácil não
Um dia viu um mangangá que apareceu no quintal
Foi tirar satisfação e o menino se deu mal.
A mãe disse: - filho, deixe aí esse mangangá
Ferroada pelo corpo, é o que ele sempre dá
Deixe esse bicho quieto para você não sofrer
Saia já desse quintal e trate de me obedecer.
O menino pegou uma pedrinha e no mangangá jogou
O bicho logo percebeu e em outro galho pousou
Bernardo pegou um cabo de vassoura e ao mangangá enfrentou
O bicho olhou pra o menino e a briga começou.
O mangangá voou alto e contra o menino investiu
O menino deu um pulo e para trás caiu
O mangangá exasperado sobre ele se jogou
O menino deu-lhe um tapa, mas o mangangá se livrou.
O mangangá voou e no pé de feijão se sentou
Bateu as asinhas agitado e o menino não gostou
Mandou que ele saísse do seu belo pé de feijão
O mangangá beijou a flor e preparou seu ferrão.
O menino disse: bicho agora eu vou te matar
Em meu pé de feijão não é lugar pra morar
O mangangá disse: - garoto, para de me enfrentar
O menino disse: - sou forte e não estou a brincar.
O menino se irritou e no mangangá a sandália jogou
O bicho pulou ligeiro e na boca de Bernardo beijou
O menino deu um grito e no mangangá pisou
O rosto do menino no mesmo instante inchou.
O menino sapateava dizendo: - eu vou morrer
As lágrimas em cachoeira estava no rosto a escorrer
A mãe chegou correndo para o filho socorrer
Soltou uma gargalhada e foi os primeiros socorros fazer.
Com um zumbido o mangangá voou e se despediu enfim
O destemido Bernardo, vermelho da cor de carmim
Aprendeu que não se deve mexer com quem está quieto
Foi correndo pedir ajuda para o seu primo Bebeto.