Flor das águas. A lenda da Vitória-Régia ( Da série Folclore)
Entre os mistérios da mata
No norte do nosso Brasil
Vivia em plena natureza,
Naiá, moça bela e gentil.
Aos pés do cacique
E dos mais velhos de sua gente
Ouvia muitas histórias
Sobre uma divindade diferente.
No céu, Jaci, a lua
Escolhia suas donzelas
Belas indígenas, quando desejadas,
Transformam-nas em estrelas.
Naiá sempre olhava Jaci
Que ao céu, branca, surgia
Sem se importar com a moça
Que morrendo de paixão vivia.
Cada vez que Jaci surgia
Nas noites mais belas de lua
Naiá corria, subia às montanhas
Queria Jaci pra ser sua.
Era impossível tocar Jaci
E, por isso, Naiá chorava
O dia colhia suas lágrimas
Só paixão, a moça lastimava.
Numa noite de lua
Corria Naiá, atrás de Jaci
Sabendo seu sonho era em vão
Já a ponto de desistir
Viu nas águas do Amazonas
A bela lua a sorrir,
E depressa abriu os braços
Para a amada ter pra si.
Sem perceber, afundou-se no rio
Não podia respirar.
Onde estava Jaci
Para ela poder beijar?
A bela indígena Naiá,
Morreu assim afogada
Foi quando Jaci viu a moça
E toda paixão por ela doada.
Não seria estrela do céu
Pois não fora desejada,
Mas para sempre nas águas
Seria a sua morada.
Em homenagem a Naiá
Por sua morte dramática
Deus Tupã lhe fez Vitória-Régia
A exótica flor aquática.
E bela, nas águas do rio
Se abre à noite, à lua
Para ser por Jaci enamorada
E para sempre ser só sua.
Vitória-régia flor das águas
Totalmente perfumada,
É Naiá, a indígena
E por Jaci, agora é amada.