BRINCANDO DE SIMON SAYS...

Para professores ou pais de crianças de 3 a 8 anos!

Até onde eu sei, em português esse joguinho de memória se chama siga-o-mestre, mas pode ser diferente entre as crianças de sua cidade. O brinquedinho (ou então uma pessoa, antes da indústria dos brinquedos mecanizar a proposta!) pisca as luzes (faz alguns gestos) numa determinada ordem e você tem de repetir igual um macaquinho, i.e., macaquear tudo que acabaram de fazer, sem se confundir no conteúdo nem na ordem. É um jogo de memória que pune sobretudo quem está com a memória de curtíssimo prazo muito ruim, ou ajuda a desenvolvê-la em pessoas de muito pouca idade. Num grupo grande, como numa sala de aula, pode-se fazer com que cada pessoa faça algo ou diga uma palavra a mais que o aluno a seu lado esquerdo ou direito; todos em círculo, a próxima pessoa deverá decorar tudo que se passou e adicionar o seu próprio gesto ou palavra, deixando para o próximo em sentido horário ou anti-horário a tarefa ingrata de decorar uma seqüência ainda maior... E antes que alguém perca, o jogo vai se complexificando e deixando todos na sala ansiosos e agoniados... ao ponto de, na rara instância de todos conseguirem memorizar sua seqüência e aumentá-la para o próximo, o sortudo que havia sido o primeiro se torna o azarado que tem de reproduzir uma mímica gigantesca, iniciando a segunda rodada. O jogo pode terminar, se desejável, após um sair, por questões de brevidade, reiniciando-se outra rodada para que não tenhamos só um perdedor e todos continuem participando, ou pode-se seguir com os sobreviventes até o final, como numa dança-das-cadeiras. É uma submodalidade de batata quente com mais uso de massa cinzenta, diria eu! Imagino também que a antiga brincadeira do telefone sem-fio (como eu cresci sem telefones celulares, não sei se o nome mudou) pode ser uma variante simplificada deste siga-o-mestre, já que não existem vencedores nem perdedores, apenas a demonstração, para os pequeninos, de como a audição pode funcionar diferente para todos, de como a dicção tem sua importância para a comunicação interpares, e obviamente resulta em frases absurdamente hilárias e nada a ver com a original proposta (um prólogo mais sábio do que se poderia imaginar para o mundo do falatório e da disseminação de rumores dos ‘crescidos’ ou crianças de terno).