BETINHO E LUÍSA, OS EXPLORADORES NO MUNDO DA FÍSICA - COMO FUNCIONA O TERMÔMETRO

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Betinho e Luísa combinaram que estariam às 14h no laboratório, para a já tradicional reunião de pauta. É a reunião que eles decidem os assuntos que serão falados nos vídeos, as pesquisas que serão feitas por eles.

Eles estão numa fase boa, com bons temas, com muito seguidores novos no canal, com bastante comentários.

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Betinho costuma dizer que em time que está ganhando não se mexe. Ou seja: é continuar do jeito que está que o sucesso chega.

Luísa às vezes quer fazer algo diferente, para chamar mais a atenção. Betinho sempre diz:

- Muita gente nos acompanha por causa do nosso conteúdo mais sério, exatamente da forma como fazemos. Time que está ganhando não se mexe!

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Com essa mentalidade, a dupla mirim de cientistas tem conquistado muitos elogios dos professores, dos outros alunos e de uma multidão de desconhecidos, pessoas até de outras cidades.

- Estamos famosos, Betinho – costuma brincar Luísa.

- Fama passa, Luísa, o importante é a credibilidade do que fazemos, as pessoas nos levam a sério, isso é o mais importante – diz Betinho.

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Pois bem, Betinho está no laboratório. Como sempre chegou às 14h. Tanto ele como Luísa são pontuais, nunca atrasam compromissos. Mas Luísa não chegou e isso preocupa Betinho.

- Luísa não é de se atrasar, estranho, vou esperar mais dez minutos – diz a si mesmo em voz alta.

Enquanto espera, Betinho pega um livro de Física e começa a dar uma olhada, é sobre Einstein e suas ideias incríveis.

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Luísa não chega, Betinho fica impaciente. Resolve mandar uma mensagem de WhatsApp a ela: “Cadê vc??”.

Dois minutos depois, Luísa manda uma foto, enrolada na coberta, com a expressão abatida, com a legenda: “Estou morrendo kkk”.

Betinho sabe que é brincadeira, mas fica preocupado: “O que vc tem??”. Ela responde: “Febre, muita febre, Betinho”.

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Betinho entende que terá que tocar o projeto sozinho ou deixar para a próxima semana. Até Luísa estar recuperada.

“Vc foi ao médico, Luísa?”, pergunta Betinho. Ela responde que sim, que ele receitou alguns remédios e repouso.

- Elétrica do jeito que é, vai ser difícil ela repousar, ficar quieta – diz Betinho, em voz alta, para si mesmo.

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Quinze minutos depois, Betinho está na porta da casa de Luísa, tocando a campainha.

Após ser atendido pela mãe de Luísa, Betinho senta no sofá da sala e fica à espera da amiga.

Após algum tempo Luísa aparece, de blusa de frio, queimando de febre.

- Você está horrível, Luísa – brinca Betinho, para fazê-la rir.

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- Estou mesmo, viu? – responde Luísa, sem muito entusiasmo.

- Logo você melhora, você vai ver – responde Betinho, tentando melhorar o astral dela.

Luísa pega uma bandeja com chá e oferece a Betinho.

- Aceita chá? Estou firme no chá agora – diz, rindo e tossindo.

- Quero sim, só um pouco – responde Betinho, pegando a xícara.

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Os dois amigos conversam um pouco sobre a condição de saúde de Luísa.

Em um determinado momento, Luísa pega o termômetro e mede sua temperatura.

- 38 graus! Não abaixou muito – exclama ela, para a mãe.

Betinho pede o termômetro emprestado, para dar uma olhada de perto.

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Betinho olha para o termômetro por um tempo e brilha os olhos:

- Eureka!

- Teve uma ideia brilhante? – pergunta Luísa.

- Tive: podemos fazer uma pesquisa sobre o termômetro, de como este instrumento é usado para medir a temperatura dos sistemas físicos, que acha?

- Acho que vou dormir – brinca Luísa.

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Betinho vê que a amiga está fazendo drama, atuando como sempre faz.

- Não seja dramática, Luísa. E lembre-se que a ciência precisa de você – diz Betinho, terminando o chá e devolvendo a xícara à mãe de Luísa.

- O que podemos dizer sobre o termômetro? Como isso vai funcionar? – quer saber Luísa.

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É a vez de Betinho ser teatral. Ele finge espanto, se levanta com o termômetro na mão direita e começa o discurso:

- Este aparelho aqui em minha mão, o termômetro, é usado para medir a temperatura física. É um tubo de vidro, que contém mercúrio. Quanto mais a temperatura aumenta, mais o líquido aqui dentro, o mercúrio, se expande, ou seja, ele sobe, entendeu?

- Começando a entender, continue – pede Luísa.

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- Uma parte importante do trabalho é mostrar o termômetro e explicar sua função... – diz Betinho.

- Mas não é tudo, temos que explicar como isso acontece, não é mágica – rebate Luísa, se levantando do sofá e indo beber água na cozinha.

- Claro, claro, é a segunda parte. E tenho a resposta na ponta da língua, como diz a professora Adely.

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- Como vou explicar? Bem, a gente sabe que as moléculas estão sempre em movimento. Quando há variações no grau de agitação das moléculas acontecem as variações das temperaturas, aí elas ficam mais quentes ou mais frias – explica Betinho, tentando não parecer um professor chato.

- Mas com a mão na testa, como minha mãe faz, dá para sentir a temperatura – brinca Luísa.

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- Sim, por meio do tato a gente sente as variações de temperatura de um corpo, mas não dá para dizer quantos graus está, não dá para dizer com certeza – responde Betinho.

- Minha mãe quase acerta hein – continua Luísa, brincando com ele.

- Além disso, a gente pode ser enganado pela sensação térmica. Às vezes o clima, por exemplo, está 30 graus, mas a sensação térmica está em 32 graus – responde Betinho.

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- Ah, já ia me esquecendo: as medições podem ser feitas em três escalas – lembra Betinho.

- Quais são elas – pergunta Luísa.

- Grau Celsius, Grau Fahrenheit e Kelvin. Mas nós aqui, basicamente usamos o Grau Celsius, que é representado pelo ºC, tipo 38ºC, que é como você está no momento, explica Betinho.

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Luísa senta de novo no sofá e parece um pouco mais animada.

- Estou me sentindo melhor, espero que não tenha nada a ver com a sua aula, Betinho – zomba Luísa.

- Espero que esteja melhor e tenha sido por causa da minha visita – responde Betinho.

- O importante é que está ficando melhor, minha filha – diz a mãe, sorrindo.

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- O mais importante é você repousar, Luísa, quando você sarar a gente grava o vídeo, com calma, faz a nossa pesquisa – sugere Betinho.

- E eu sou mulher de ficar deitada, sem fazer nada? Não sou mesmo! – responde Luísa, ficando em pé, se mostrando mais animada.

- Mas agora você está doente, tem que ficar repousando e tomando remédio – diz Betinho.

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- Até parece meu pai falando, para, Betinho – briga Luísa.

Betinho percebe que não adianta impedir Luísa: quando ela coloca algo na cabeça ela vai até o fim.

- Então tá bom, vamos fazer o vídeo, mas eu decido de que forma, combinado?

- Combinado, desde que eu concorde – responde Luísa, acendendo mais luzes na sala.

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- Então, vamos fazer como se fosse uma novelinha. Com você deitada, doente e sua mãe trazendo o termômetro. Aí eu explico como ele funciona. Que acha? – pergunta Betinho.

- Eu vou aparecer no vídeo toda feia, doente, destruída? Ah, não – resmunga Luísa, batendo em Betinho, de brincadeira, com uma almofada.

- Ai, isso dói – reclama Betinho, se levantando.

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Após uma conversa rápida, ele convence Luísa a representar o papel dela mesma, doente.

- Veja pelo lado bom, você nem precisa fingir, não terá trabalho nenhum para representar um papel, já está doente – zomba Betinho.

- Isso é irrelevante para mim, porque além de uma cientista de primeira sou atriz, sou uma estrela, Betinho, a câmera me ama – brinca ela, fazendo pose de artista.

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- Só falta um detalhe agora... – diz Betinho, meio sem graça.

- O que, a gente começar a gravar? – responde Luísa.

- Não, não. Só falta convencer sua mãe a participar do vídeo...

Nesse momento, dona Joana, mãe de Luísa, entra na sala, servindo biscoitos com café.

- Eu estava ouvindo, quer dizer que precisam do meu talento como atriz para o vídeo? Vamos lanchar e já gravar, estou pronta, meninos!

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 20/07/2022
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