BETINHO E LUÍSA, OS EXPLORADORES NO MUNDO DA FÍSICA EM “COMO FUNCIONAM AS LENTES DE ÓCULOS?”
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Faz cinco dias que Betinho está longe do laboratório, aproveitando os últimos dias de férias escolares. A ideia era juntar material para realizar uma pesquisa bem importante, daquelas grandes que viralizam na internet. Mas sem a companhia da amiga Luísa, com suas provocações e ideias, o trabalho não saiu da estaca zero. Não rendeu nada, para falar a verdade.
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Betinho fuça a internet, abre livros, vê o canal de documentários na televisão e nada parece fazer sentido.
- Será se Isaac Newton também já teve crise de criatividade? – pergunta para sua mãe.
- Claro, filho, todo mundo tem essas coisas. Não somos máquinas – responde a mãe, preparando uma vitamina de abacate que ele tanto gosta.
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Deitado no sofá, após se deliciar com a vitamina, Betinho recebe uma mensagem no WhatsApp:
- Oi, pequeno Alberto, tudo bem? Tô na área, hein, já pode ficar alegre de novo. Vamos nos ver no laboratório às 14h? Estou com umas ideias que acho que você vai gostar. Tchau!
Betinho sorriu de felicidade. Enfim, poderiam trabalhar em alguma pesquisa legal.
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Às 14h em ponto, Betinho está abrindo a porta do laboratório. Está animado para criarem juntos, Luísa e ele, coisas grandes. Ou pelo menos alguma coisa.
- Chegou a estrela do lugar, abre alas para mim, Betinho! – diz Luísa, com seu estilo de sempre.
- E sempre convencida... – responde Betinho.
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Mas Betinho está feliz de rever a amiga.
- Luísa, você está diferente!
- É o meu charme de intelectual, agora com acessório para provar – brinca Luísa, por causa dos óculos de grau que está usando agora.
- Sabe que combinou com você, com sua cara de nerd, de garota mais ou menos inteligente! – zomba Betinho, querendo elogiar.
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Luísa pega uma revista que está na cadeira e se senta no chão, para folear.
Betinho senta no sofá e fica procurando alguma coisa no celular.
- Vai ficar aí olhando conversas no WhatsApp? Um aspirante a cientista que se leva a sério estaria fazendo melhor uso do seu tempo... – brinca Luísa.
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- Olha quem fala, você está aí vendo revista de moda, de fofoca, o que é bem pior – devolve Betinho.
Luísa fecha a revista, se levanta, vai até o computador e responde a Betinho:
- Não seja bobo, menino! A estrela aqui está deixando a cabeça se envolver um pouco com as coisas das pessoas comuns, para desacelerar um pouco as ideias, que são muitas...
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Betinho ri dela e pergunta:
- Mas e aí, pensou em alguma coisa para nossa pesquisa?
- Estou olhando para a nossa pesquisa! – responde Luísa.
- Não estou entendendo, está falando por códigos agora? – pergunta Betinho.
- Não entendeu, gênio? – zomba Luísa.
- Não, gênia – responde Betinho, rindo.
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Luísa atravessa a porta e fica um minuto do lado de fora. Betinho fica sem entender. Ela volta, sem os óculos.
- E agora, entendeu a referência? – ela pergunta.
- Continuo aqui sem entender a mínima – responde Betinho.
- Me dá um papel e um lápis, vou desenhar para você, criança.
Betinho pega uma folha de papel e uma caneta e entrega a ela.
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Luísa, calmamente, como se fosse uma professora do jardim da infância, desenha um par de óculos na folha e escreve a palavra Física embaixo. Mostra a folha a Betinho.
- Acho que agora você vai entender! – diz, com ar de zombaria.
- Humm, vamos falar sobre o fato de você estar usando óculos agora, é isso?
- Está esquentando, esforce mais, Betinho, você consegue – ri Luísa.
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Para não aumentar o suspense de novela mexicana, Luísa volta a colocar seus óculos no rosto e explica:
- Simples, Betinho, podemos falar sobre lentes de óculos, lentes de um modo geral. O funcionamento das lentes é de responsabilidade da Física. Ou você não sabia?
- Claro que eu sei disso! É uma ideia legal mesmo – responde Betinho.
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Os dois começam a debater o formato do vídeo e como vão explicar o funcionamento das lentes.
- Acredito que podemos fazer tipo uma novelinha, com você tendo problemas para ler, para enxergar, aí coloca os óculos e começa a ver direitinho. Aí entra o cientista aqui, para explicar como a Física resolve seu problema – sugere Betinho.
- Não sei se gostei muito – ri Luísa.
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Decidido o tema, os dois gastam mais de uma hora ao computador, fazendo pesquisas e fazendo anotações.
Não é algo muito simples de explicar, mas eles estão entusiasmados.
- Não podemos reduzir a pesquisa apenas aos óculos. Temos que dizer que as lentes são dispositivos óticos muito utilizados na nossa vida, como lupas, câmeras fotográficas, telescópios, filmadoras, muita coisa – diz Luísa.
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Betinho se empolga e começa a ter ideias, começa a falar sem parar.
- Calma, Betinho, calma! Vamos devagar – diz Luísa.
Ela ainda está diante do computador, lendo informações. Ele está impaciente, andando de um lado para o outro.
- Aqui diz “as lentes são dispositivos óticos que funcionam por refração da luz”. Se eu disser refração acho que ninguém vai entender – continua Luísa.
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Betinho pega o celular e grava, de teste, um vídeo-selfie, tentando explicar o conceito de refração da luz:
- Meus amiguinhos e minhas amiguinhas, para quem não sabe o que é refração da luz, vou explicar: é um fenômeno da Física que é tipo a mudança de velocidade que a inda eletromagnética faz quando está sendo propagada, espalhada. Isso acontece quando ela, a luz, atravessa diferentes meios óticos. Entenderam?
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Luísa dá crise de riso. Betinho fica sem graça e cobrando uma explicação da colega:
- O que falei de tão engraçado?
- De engraçado nada. De chato, tudo. Parece um tiozinho falando – responde Luísa.
- Tem outro jeito de explicar isso? – questiona Betinho.
- Pior que não tem muita opção – se desculpa Luísa.
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Luísa começa a baixar o tom, para de fazer piadas com Betinho. Ele começa a ficar mais calmo, mais relaxado.
- Vamos trabalhar e deixar de ficar fazendo brincadeira sem graça – pede ele a Luísa.
Ela faz sinal de zíper na boca e pede desculpas usando mímica, algo como “não está mais aqui quem falou”.
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- Podemos explicar também que as lentes podem ser convergentes e divergentes. As convergentes têm o meio mais grosso que as pontas, e as divergentes é o contrário, o meio é mais fino, mais oco que as pontas. Considerando que as lentes sempre têm um formato mais arredondado, de leve – explica Luísa.
- É isso, essa parte temos que dizer, para que fique claro para todos – concorda Betinho.
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Betinho abre um livro e mostra para Luísa algumas ilustrações mostrando como a Física explica o funcionamento das lentes.
- O mais legal é que as lentes são fabricadas com um pedaço de vidro ou até plástico com superfícies meio tortas, com curvas. Por que isso? Explico: quando os raios de luz chegam na lente, eles podem convergir ou divergir, ou seja, amplia ou reduz a imagem. É algo fantástico! – explica Betinho.
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Betinho pede a Luísa os óculos para ver como ficavam nele.
- Olha, até que combinou – disse Betinho, ao ver sua imagem de óculos na selfie que acaba de fazer.
Luísa pega os óculos de volta e acrescenta:
- E acho que fica melhor se falarmos que óculos como conhecemos são uma invenção moderna, mas desde há séculos que as pessoas usam lentes para corrigir problemas de visão.
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- Uns 200 anos? – pergunta Betinho.
- Os modernos como agora têm 172 anos. Mas há uns 2 mil anos se faz algo parecido. Podemos dizer que na Idade Média havia gente rica usando. E em 1600, por aí, um físico chamado Snellius formulou as leis da refração da luz.
- Nossa, que bacana, com essa informação fica mais completo. Bora gravar? – diz Betinho.
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Em vinte minutos, Betinho e Luísa estão com o material gravado, pronto para ser publicado no canal que têm no YouTube, falando sobre Física.
Com o dever cumprido, Betinho pergunta:
- Não sabia que você tem problema de vista.
- E não tenho! Passei a usar apenas para ter um visual mais inteligente que você. E claro, descansar a beleza dos meus olhos – disse Luísa, caindo na gargalhada.