NO REINO DOS BRINQUEDOS (cordel infantil)

 

No imaginário reino dos brinquedos

Onde não se pode guardar segredos

Nasceu em uma manhã belíssima

Um boneco que deixou ocupadíssima

 

A equipe de bonecas enfermeiras.

Histórias que diziam ser verdadeiras

Afirmavam que era sem par a beleza

Ao boneco dada pela mãe natureza.

 

De perfeição física e magnifica beleza

Conquistava a todos com sua pureza.

Podendo ser encarada como uma ofensa,

Preocupada a mãe do lindo boneco pensa,

 

Ao deus maior do reino dos brinquedos.

Consultando o mágico ela expõe seus medos

Perguntou se seria longa a vida do belo filho

Sim. Será longa e com extraordinário brilho

 

Desde que sua imagem jamais visse refletida

Ou teria a sanidade comprometida.

O tempo passou. Narciso, esse era o nome dele,

Era desejado por todos do reino, mas ele

 

Frio e soberbo a todos com desdém ignorava.

Desprezando uma boneca que muito o amava

Narciso despertou a raiva de todos os brinquedos

Que reunidos no lago à sombra dos arvoredos

 

Decidiram o que o boneco viveria grandes dores

E de um amor impossível sentiria os horrores.

Levado a beber no lago de água claríssima

Ao se debruçar viu o rosto de beleza raríssima.

 

Apaixonando-se imediatamente e perdidamente

Sentiu que aquela imagem amaria eternamente.

Passou dias e noites admirando a rara beleza

Até que veio a morrer de amor e muita tristeza.

 

Uma das deusas do reino penalizada transformou

Em flor amarela o boneco que muito amou

Seu reflexo nas águas de um lago limpíssimo

E por esse amor viveu um tempo curtíssimo.

 

28/04/2022

(Maria Hilda de J. Alão)

(Falando de mitologia grega com o meu neto)