O rato do campo e o rato da cidade – em cordel
Eram dois primos ratinhos
Muito amigos, na verdade
Um morava na fazenda
E o outro na cidade
Lá no campo a vida era
A maior simplicidade
Diferente era a vida
Do ratinho da cidade
Acostumado com o luxo
Comida, muita fartura
Teve pena do amigo
O chamou pruma aventura
O convite pro banquete
O amigo aceitou
Arrumou sua malinha
Pra cidade debandou
Numa mesa muito grande
O jantar tava montado
Tinha queijo e presunto
Pão-de-ló, café coado
O ratinho foi com tudo
Se pôs a deliciar
Nunca viu tanta comida
Junta em um só lugar
Estavam bem distraídos
Quando ouviu-se um barulhão
O ratinho da cidade
Escondeu-se no porão
“O que será que foi isso?”
O do campo perguntou
Saindo do esconderijo
O seu primo disfarçou
“Não é nada, foi um susto
Vamos voltar a comer”
E voltaram para a mesa
Pra barriguinha encher
Novamente um barulho
Outro susto aconteceu
E do novo, o da cidade,
No porão se escondeu
Mas o ratinho do campo
Não era bobo, nem nada
Estava desconfiado
Do que era a zuada
Resolveu ficar atento
De orelhas bem abertas
Imitando o da cidade
Que estava sempre alerta
Logo tudo ficou calmo
E voltaram a jantar
Mas o barulho, outra vez
Fez o pelo arrepiar!
Foi aí que o do campo
Resolveu que ia embora
“Ninguém come sossegado
Levo susto toda hora!”
“Eu nem quero mais saber
Se tem luxo na cidade
Prefiro o milho do campo
Onde é só tranquilidade”
E assim acaba a história
Cada rato em seu lugar
Um no luxo, assustado
Outro vive a relaxar
E você, se fosse rato
Onde ia querer morar?