Prohibido amarrar animaes nesta árvore
Era o que dizia aquela placa de metal, aposta àquela árvore frondosa que se via atrás da matriz de Nossa Senhora do Pilar em Pitangui, até pelo menos os albores dos anos sessenta. Idas, a frondosa árvore e a sua placa, outra árvore hoje a substitui, também já portentosa, porém sem a placa que marcava a sua antecessora no pedaço, que se constitui numa rampa, em declive agudo, gramado, em cujo topo se encontra o fórum municipal, imponente edificação, diminuída, porém pela majestade do dito templo eclesiástico.
E nos anos sessenta, me lembro bem, não pequeno o número de fiéis que vinham a cavalo assistir às missas dominicais na cidade, sobretudo a mais solene delas, que era a das dez da matina. Alguns passeios da área circunvizinha à matriz possuíam argolas de ferro onde se podiam amarrar os animais. Esse dispositivo, contudo, não estava visível no tronco da sobredita árvore prohibida, a despeito de a mesma providenciar aprazível sombra que, suponho, seria bem mais a gosto da paciente alimária garantidora do acesso de tantos devotos ao culto religioso. Aliás, era o contrário: a placa dizia tudo, deixando os animaes expostos ao inclemente sol matinal da Velha Serrana.
Seria sagrada, ou quiçá, amaldiçoada, aquela impressionante árvore de meu incrédulo olhar de criança, sempre em meu caminho da escola? O tempo não me respondeu, e a árvore sucessora, quem nem placa tem, tampouco o fará, creio eu
... Hoje não se vêem mais animaes pela praça da matriz...coalhada de automóveis, e muito menos se vêem as andorinhas que povoavam o seu teto e davam aquela impressão de serem aves do paraíso, um tanto galhofeiras durante as missas voltaram...