A porquinha Janaína
A porquinha Janaína se apaixonou pelo corvo Conrado
Foi amor à primeira vista, o corvo por ela se encantou
Ela com pele rosada e ele, um moreno sarado
Com seus gritos estridentes Janaína o conquistou.
Conrado sempre calado, vivia a casa a limpar
Enquanto a porca Janaína vivia tudo a sujar
Depois de um ano juntos começaram a brigar
O corvo já não aguentava tanta sujeira no lugar.
A porquinha não suportava tanta limpeza do amado
Se soubesse que era assim não havia com ele casado
Janaína era gulosa e deixava o leite derramado
O Conrado já cheirava a leite velho azedado.
O corvo já estava gordo e cansado de tanta sujeira comer
Já estava andando triste com muito medo de morrer
Mandou chamar um advogado para o casamento desfazer
Aquela vida de casado era chata de doer.
O urubu foi o juiz que fez o tal casamento
Disse já estar esperando por esse triste momento
Afirmou nunca ter visto seres tão diferentes manter um relacionamento
O corvo não aguentaria viver num lugar tão fedorento.
Com a presença dos dois, o juiz desfez a união
Foi cada um pro seu lado viver a vida de solidão
Mas antes trocaram olhares cheios de muita paixão
Nunca mais se encontraram nesse imenso mundão.