Ananda, a Fada do Amor e a Fera
Um conto inspirado na "Bela e a Fera" com uma releitura inclusiva
Era uma vez... Bem... Não sei se vocês ainda acreditam em contos de fadas, mas garanto que a história que vou contar aconteceu, sim ela aconteceu há muitos anos atrás, num reino tão distante que era quase desconhecido, o rei não era daqueles velhinhos simpáticos, era do tipo fechado, seu rosto tinha uma expressão não muito amistosa, por isso ninguém queria problemas com o monarca, até mesmo seu filho Tiago tinha receios do pai, bem nesse reino tão distante que se chamava Reino Perdido, não me pergunte o porquê, vivia também um pobre lenhador que vivia com sua filha Anastácia e sua esposa Maria, eram felizes, tirando as dificuldades de pagar os altos impostos que o rei cobrava. No Reino também vivia uma Bruxa, não como a dos outros contos, essa vivia em paz e não queria vingança com ninguém, na verdade era até triste sua existência, vivia profundamente sozinha, seus encantos nem sempre davam certo e ela andava cansada, seu nome era Martina.
Em outro lugar fora do Reino, em terras longínquas, num bosque, nasceu uma estranha rosa, estranha porque nela havia um brilho rosado em torno dela, suas pétalas eram tal como veludo, a rosa era linda e no dia que ela nasceu ,Martina sentiu lá no Reino Perdido que algo muito especial acontecia, seus poderes não a permitiam ver o que era, parecia protegido dos seus olhos, "que estranho, isso nunca aconteceu... Tá certo que eu não sou como a minha Irmã que de tão poderosa enganou a boba da Branca de Neve, mas eu nunca deixei de ver o que desejei ver e saber..." Martina matutou, matutou e nada... nada de saber o que tinha sentido, mas sabia que estava fora do Reino e ela tinha que ir atrás, como já era muito tarde, mesmo para uma Bruxa, lá se foi a Martina, dormir sossegada, seus sonhos eram tranquilos, não era daqueles que ficavam planejando maldades, ela só vivia triste, pois era isolada ali, não tinha amigas bruxas, não tinha poções novas e seu rosto nem era tão feio, pobre Martina, "se eu continuar assim, dia desses viro uma fada, argh!". Bem, deixemos Martina descansar.
Thiago queria uma aventura, morar com o pai no palácio não era tarefa fácil e ele vivia viajando, o pai por sua vez preferia ficar sozinho, seu filho não era a pessoa com quem ele gostaria de falar sobre o que sentia, "se ao menos Melinda ainda fosse viva, eu poderia contar como ando triste e sinto um profundo vazio". Thiago não sabia do que se passava com o pai, desde que perdera a mãe, ele ainda uma criança, precisou crescer distante do pai, que fechou-se em si mesmo e nada o curava. então o jovem Príncipe achou que era melhor viajar novamente, o Reino Perdido não era muito grande e não fornecia o que ele buscava, se bem que nem ele sabia o que buscava exatamente, mas estava buscando algo. Assim na manhã do outro dia ele pegou seu alazão Trovão e iniciou uma longa viagem embora ele não soubesse o que o aguardava, sentiu uma certa tristeza ao olhar pela última vez o palácio, pensou no pai distante e se foi.
O lenhador Jonas também partia, levando consigo alguns mantimentos, dissera a esposa que ia buscar mais lenha, a floresta do Reino já não era tão farta, parecia que tudo definhava por ali, ele não aguentando mais resolveu ir, enquanto seguia com seu jumento Cogumelo, pensava na esposa e na filha, as amava muito. Dias se passaram, sem perceber ele saira do Reino e seguia, notava agora terras férteis ao contrário de tudo que via no Reino Perdido "estranho... aqui é tudo tão verde, tão bonito, tantas flores" ele viu pequenos animais correndo pelas campinas e chorou envergonhado, lembrando que no passado o lugar onde ele vivia com a família era assim também, cheio de árvores, plantas, animais ,frutos e uma terra excelente para produzir, mas tudo mudara desde a morte de rainha Melinda, principalmente o rei, nunca mais esteve no meio do povo, Jonas o compreendia, mas sentia muito por ver o Reino em tais condições. O pobre lenhador não percebeu quando entrou no bosque e atrás de si criou-se uma cerca de ervas.
Martina decidiu ao bosque fora do Reino recuperar um pouco das suas forças em uma fonte que lá existia, apenas ela sabia do lugar exato, bem que sua irmã que amava exibir por aí sua beleza e perfeição, muito mais bela que Branca de Neve, tentou descobrir, mas Martina era osso duro de roer, conseguiu ficar por dois meses inteirinhos transformada em um camundongo pela irmã, quando saiu do encanto continuou a negar "é meu segredo, segredo não se conta, minha mãe que me ensinou" a irmã por fim desistiu, queria muito ser bela e poderosa eternamente mas estava muito ocupada cuidando em tentar atrapalhar o final feliz de Branca de Neve. Martina foi com sua vassoura Hemengarda e que dificuldade, Hemengarda já estava muito idosa, era uma vassoura de muitos anos de existência, sentia o cansaço agora; foram voando as duas, de vez em quando Hemengarda paralisava no ar, quase desequilibrava e ia para o chão "catapluft" Martina preocupada dizia-lhe: - Vamos Querida vassourinha é só mais um pouquinho e nós chegamos lá! - Hemengarda suspirava e respondia: - aí minhas costas, aí meus pelos, aí de mim Martina! E foi assim entre trancos e barrancos que as duas chegaram no bosque, a pobre Hemengarda quase despencou, realmente estava cansada.
Thiago e trovão entraram no bosqie e este também se fechou após sua entrada, mas eles não perceberam, o moço queria adrenalina, aventura e emoções, sentia um vazio no peito e ele não sabia o que fazer, o que buscar para conseguir sentir-se feliz afinal de contas, era o Príncipe, tinha tudo ao alcance das suas mãos, menos a atenção e o carinho paterno, isso fizera muita falta ao moço que cresceu solitário, envolvido nos estudos, nos livros e nas viagens, sempre buscando se preencher, embora nem ele mesmo percebesse isso. Enquanto ele seguia seu caminho via as plantas, árvores gigantescas, tudo tão diferente do seu Reino, sentiu-se triste, ele não preocupava muito com o seu povo. O jovem seguia cauteloso, adentrando cada vez mais pelo bosque, perdia-se na paisagem, sem pensar em como retornaria para casa, Trovão por sua vez ainda tentou parar, volta e meia relinchava, mas seu dono não pretendia perceber os apelos do alazão, Trovão não se assustava fácil, mas não estava satisfeito ali dentro daquele bosque. Thiago em determinado momento desceu de Trovão, queria observar umas plantas mais de perto, aproximando -se das plantas, não muito cuidadoso quase pisou numa rosa, que chamou imediatamente sua atenção, tinha um brilho rosado em torno dela, "hummm... eu poderia levar essa aqui, certamente faria sucesso com as nobres damas" pensando assim curvou-se para a retirar e levar consigo, mas antes que ele pudesse tocá-la ouviu um grito: - não se atreva a arrancar essa rosa! - Thiago assustou-se não tinha visto ninguém antes, só virá árvores e plantas, mas ali na sua frente apareceu de repente nossa amiga Martina, sim, a bruxa que sentiu quando a rosa nasceu, veio atrás mesmo sem saber o que a chamava, agora sabia, era aquela rosa, ouviu seu pedido de socorro na hora que o Príncipe se preparou para a arrancar. O jovem até gaguejou, tinha uma mulher vestida tão diferente das que ele conhecia no seu Reino diante de si e ela não parecia nada gentil ou mesmo frágil.
Martina chegará pouco antes de Thiago no bosque, ali reinava uma energia que fazia muito bem a bruxa, ela foi primeiro na fonte, sentiu que precisaria muito da sua energia e poder fortalecidos, agora diante do rapaz que ela sabia muito bem ser o Príncipe, não se intimidou, mandou-o se afastar da Rosa, ela não era dele e ele não podia levá-la. Thiago que não percebeu que se tratava de uma Bruxa, pois nunca vira uma, somente nos livros que leu da Branca de Neve, Cinderela e Bela Adormecida na infância, também não notou o perigo que corria naquele instante, decidido a levar a Rosa por puro orgulho agora, ele desrespeitou Martina, quando tudo que ela queria era apenas proteger a Rosa, o Príncipe foi arrogante, não quis ouvir Martina, disse que ela não era ninguém para o impedir de levar aquela rosa e ele era um Príncipe, fez isso com tanta rudeza, que não notou o brilho azul em torno dos cabelos de Martina, a bruxa bem que tentou se controlar, não queria problemas com o rei Micael, mas aquele moço prepotente estava pedindo uma lição, ela hesitou por um instante, olhou nem nos olhos do príncipe e sorrindo questionou se ele queria mesmo continuar a enfrentando, o jovem querendo se afirmar para alguém não pensou muito, disse que não a temia e para provar sua ousadia tornou a curvar-se para retirar a Rosa, a Rosa gritou na mente de Martina "Não me deixe ser levada por ele!" Martina então decidiu -se e lançou seu encanto, Thiago viu-se no ar de repente, perdera o controle do seu corpo, viu seus braços mudando de forma e ele gritou de horror, enfrentara uma Bruxa sem saber e agora pagaria o preço, angustiado urrou, tornara-se uma fera, uma fera grande, desajeitada e de aparência nada gentil. Thiago olhou para a Bruxa e ciente agora de que seu título de nada valia pediu-lhe: - faça-me voltar ao normal por favor, te darei tudo que quiser" Martina olhou para ele com zombaria e disse : - Ah! Agora você aprendeu a pedir por favor? Cadê o Príncipe cheio de arrogância que estava aqui até agorinha?! Haha! Pois não o atenderei, você precisava de uma lição! Vai permanecer assim até encontrar o verdadeiro amor! - Thiago olhou para Martina e sentiu-se perdido, quem em sã consciência iria amá-lo agora? Ele era um monstro. Martina sabia que isso seria difícil mas algo dizia-lhe que fizera bem, mas precisava dar-lhe algo que o ensinasse a proteger e valorizar as coisas, há coisas muito mais valiosas do que o dinheiro não pode comprar, olhou para a Rosa e conversou com ela: - Es tão diferente e falas, sinto-me na necessidade de te proteger e não posso deixar-te aqui, aceitas ir comigo? A Rosa respondeu que "sim" Martina via nela algo muito especial, como se ali houvesse uma criança indefesa precisando de proteção, Martina não era de todo má e gostava de crianças, elas eram puras. A Fera continuava ali também, atordoado, preso na sua nova pele, vítima da sua prepotência.
Martina sabia que precisava dar algo ao rapaz ainda, olhando a Rosa viu uma pétala se desprendendo, percebeu que era isso que o Príncipe precisava e era seu dúvidas algo muito especial para ser cuidado, a Rosa disse que não queria ir com ele mas permitiu que uma parte de si mesma ficasse, "quanta generosidade" pensou Martina e encantada viu outra Pétala nascer no lugar da que tinha caído, era realmente uma Rosa mágica, Martina estava encantada e o Príncipe na sua rudeza e espanto também, a pétala na mão de Martina não permaneceu pétala, tomou a forma de uma nova rosa, não com o mesmo brilho da original mas muito linda, Martina sabia que essa que seria do Príncipe também precisava de proteção, envolveu -a numa redoma de vidro encantada e entregou nas mãos da Fera, ordenou que a protegesse com a própria vida se preciso fosse, assim ele aprenderia o primeiro amor, a Rosa que ia com ele precisaria de cuidado e morrerá se ele não souber amá-la, o Príncipe então deveria cuidar da Rosa, esperar o verdadeiro amor e se a Rosa morresse ele jamais voltaria a sua forma humana mesmo sendo amado por alguém. Assim a fera que por felicidade levara uma bolsa de couro consigo guardou a redoma dentro da bolsa, com muito cuidado, ele não sabia como voltaria para casa, não sabia como seria sua nova vida, Martina estava ciente dessa condição do moço e para facilitar com ajuda do poder do bosque fez surgir um castelo no meio do bosque, assim ele não estaria desprotegido e poderia esperar o verdadeiro amor, tudo dentro dele era encantado, naquele instante passavam por ali dois coelhos, deu-lhes o dom de falar, transformou-se em dois criados, deveriam ser fiéis a Fera até o fim do feitiço, os dois criados ainda tinham as formas de coelhos mas agora poderiam andar e fazer as coisas. A Fera entrou junto com Martina no castelo, ela deixou-o ali recomendando que evitasse os humanos, poderiam querer matá-lo e roubar a sua Rosa que era muito preciosa e ele estaria perdido para sempre.
Martina foi com sua Rosa de volta para o Reino Perdido, tinha encontrado o que fora buscar e agora não estava mais sozinha, teria uma companhia muito especial, Hemengarda só falava com ela nas horas dos voos e apenas para reclamar... ela estava certa, já era uma vassoura muito antiga. Ao chegar a sua velha casa a bruxa não sabia o que fazer exatamente com a Rosa, era tão diferente, buscou um vaso meio rachado, agora que estava melhor no domínio de seus poderes, arrumou-o e plantou a Rosa ali, amorosamente tocou suas pétalas e deixou-a bem segura, nessa rosa também colocou uma redoma, uma redoma tão linda quanto ela merecia e foi repousar. Dizem que as coisas mágicas são assim surgem de pequenos detalhes, ali onde tardamos ver, não sei bem porque mas aquela Rosa era de fato mais especial do que Martina poderia esperar... Lá na redoma a Rosa mexeu-se, suas pétalas tremeram e uma delas se abriu, de dentro dela pulou uma criaturinha muito adorável, uma Fada, uma pequenina Fada, muito linda, com olhinhos puxados, mãos espalmadas, era uma fada muito diferente das ilustrações, essa fada tinha uma Síndrome hoje muito conhecida como Trissomia 21, encantadora, a fadinha ficou ali dentro da redoma olhando Martina que dormia, ela queria sair e voar, mas a Rosa disse- lhe para ficar ali quieta pelo menos por enquanto, "o mundo é muito perigoso para você Querida Ananda" a doce fadinha era ainda uma criança, tinha pouco tempo que nascerá junto com a Rosa e seus poderes deveriam ser treinados, a Rosa tinha o papel de a proteger, mas seria Martina quem iria a educar, por enquanto ela dormia profundamente sem saber que ganhara de presente uma filha pequenina com um brilhante par de asas e com muita vontade de conversar e conhecer o mundo.
Jonas o lenhador, procurava lenha com avidez pelo bosque, tinha muitas árvores, viera preparado para fazer uma boa derrubada e levar uma boa quantidade para casa, Cogumelo era forte, ajudava muito seu dono, Jonas era um bom homem, procurava ser bom marido e também um bom pai, mas ele tinha uma falha que a maioria de nós temos, conversava muito, contava tudo que estava conseguindo para os moradores da Vila onde morava, até aí tudo mais ou menos bem, o problema é que um dos moradores da Vila, seu Barbosa, morria de inveja de Jonas, chegava arder de raiva quando via o vizinho tendo sucesso, enquanto ele mesmo nada fazia para mudar sua realidade, só ficava nessa de desejar tudo que Jonas tinha. Trabalhou muito durante os dias em que chegou no bosque, o lenhador era muito determinado, em todas as noites se abrigou num refúgio dentre as árvores, mas naquele dia começara uma chuva que não cessava e ele não sabia o que fazer, ia acabar estragando a madeira e ele adoeceria, isso não podia acontecer, a família precisava dele saudável, caminhando dificultosamente com Cogumelo e a carga, acabou por deparar-se com o castelo da Fera, avistando-o ficou muito animado, talvez pudesse lá se esconder, dirigiu -se correndo ao portão, bateu diversas vezes até que o portão por fim foi aberto, correu para dentro do Castelo cheio de alegria, mas precisava de abrigo para seus mantimentos e Cogumelo também, o mais estranho é que ainda não tinha visto ninguém, então começou a chamar, foi quando do nada surgiu uma criatura vestida de mordomo, ele diria que era um coelho mas o que um coelho estaria fazendo portando-se como gente? Por prudência manteve-se cauteloso, o coelho que agora chamava -se Benício, aproximou-se de Jonas com curiosidade, observou bem as feições do homem, franziu o nariz, farejando, balançou as grandes orelhas e perguntou ao estranho que ficou ainda mais assustado, se ele vinha em paz, Jonas quase não conseguiu falar, mas buscou afirmar que sim, explicou sua situação e foi -lhe permitido trazer tudo que era seu para dentro do Castelo, o lenhador ficou muito comovido e até sem palavras, pegou tudo que tinha e trouxe Cogumelo para dentro, este por sua vez ficaria no estábulo, onde estava Trovão; Jonas encontrou comida e banho quente, Benicio e Blenda eram excelentes em servir, agradecido ele não soube o que dar aos dois coelhos, findando o jantar, Benicio disse que havia um quarto para ele, assim Jonas dirigiu -se ao seu quarto, teve uma excelente noite e acordou bem descansado no dia seguinte, já pronto para partir despediu -se do casal de coelhos e retirou -se observado de longe pela Fera. Jonas tinha ficado impressionado com as riquezas do Castelo, jamais estivera num lugar assim, que bom seria se ele pudesse oferecer algo assim a sua família, o lenhador já tinha terminado seu serviço e resolveu retornar para seu lar, assim ia em direção de uma clareira, quando ouviu uma voz atrás de si, assustado virou -se para ver o que era, quase morreu de susto ao ver a Fera diante de si, antes que ele pensasse em fugir ouviu a Fera dizer: - Preciso de um favor seu, estaria disposto a me ajudar? Jonas ficou meio que paralisado, parecia estar vivendo um dos contos de fadas que contava para Anastácia quando ela era criança, voltando a si, ele não quis se arriscar a negar, disse que faria sim o favor, a Fera então questionou se ele tinha filhas, o pobre lenhador tremeu, mas não quis mentir, disse que sim, uma única filha, a Fera olhou-o nos olhos e ele viu algo ali que o impressionou, sentiu que podia confiar no estranho ser, a Fera sem muita demora, pediu que ele trouxesse sua filha para ele, ele não podia sair da floresta, tentara, mas parecia que agora sendo um ser encantado pertencia aquele lugar e sua magia o impedia de sair dali, também não seria bom se outros homens o cessem, permitiu isso a Jonas porque notou durante toda a noite que o vigiou que ele não fez nada de errado, os dois coelhos também gostaram do lenhador e ele confiava nos coelhos, ocorre que tinha muito pouco tempo que Thiago era a Fera, ele não sairia tão facilmente do encanto, porém isso ele não sabia, Jonas concordou com certa tristeza, não queria ficar sem a única filha, verbalizando esse sentimento, a Fera o convidou para que ele e a esposa viessem também, teriam tudo que precisassem, Jonas ficou tão surpreso que chegou a engasgar-se, era muita emoção, aceitou, não aguentava mais viver no Reino Perdido com tanta luta e impostos altíssimos para pagar, a Fera era um ser estranho para ele mas tinha um bom coração e ele não pôde recusar o pedido, como segurança de que voltaria precisou deixar Cogumelo e voltar sozinho.
Quando Martina acordou no dia seguinte ao lembrar da Rosa dirigiu -se até a redoma, ao chegar, olhando a sentiu que não era só a Rosa que estava ali, tinha outro ser ali, viu-a mais bonita que antes, parecia mais iluminada com o raiar do dia, então aconteceu.... Uma pétala se abriu e descobriu a pequenina Ananda que assustada com a luz tão forte, perguntou com sua vozinha doce: - Por que me acordou? Tava tão quentinho aqui. - Martina piscou uma vez, duas, três e aquele serzinho continuava ali, como pode ser? "Eu uma Bruxa trouxe uma fada para minha casa? Como pode? Argh!" Aqueles olhinhos puxados e o sorriso mais doce que tinha visto a contemplavam, então ouviu a Rosa em seus pensamentos "Ela é sua, sua filha, eu a trouxe, nasceu comigo, porque quando nasce uma flor também nasce uma fada, mas ela é sua, você sentiu o nascimento dela, você a educará, ela é muito especial, tem muitos dons mas o principal é o dom do Amor, a Síndrome de Down é só um detalhe a mais, ela vai aprender tudo que precisar, estarei aqui também, ela precisará de sua proteção, tem uma missão, ela salvará o Reino e é também tudo que o Príncipe sempre buscou sem jamais ter encontrado, caberá a você cuidar dela é amar, também não estará mais sozinha e triste como estava" Martina suspirou, a Rosa entregara-lhe algo muito especial, a oportunidade de ser mãe, tudo que ela não poderia sequer sonhar em ter, era uma Bruxa muito decidida a ficar sozinha, bem pelo menos antes de estar diante de Ananda, olhando ainda sem saber como lidar com a pequenina, ergueu a palma da mão e a pequena voou meio desajeitada para sua mão, Martina sentiu-se completa, feliz por a ter trazido consigo, a Rosa disse então que a colocasse no chão, Martina fez assim e a colocou no chão, em segundos ela cresceu e ficou do tamanho de uma criança de 4 anos, uma menina encantadora, Martina não sabia sequer por onde começaria a educá-la, a pequena tinha mãozinhas mágicas e como qualquer outra criança correu pelo casebre, iluminando-o e de repente dentro do casebre tinha Campinas, tinha passarinhos que adentraram a janela para saudar Ananda e ela brincava saltitante, nem Hemengarda escapou dos encantos, virou sob protestos não ouvidos um pônei colorido, o casebre antes digno de uma Bruxa, estava irreconhecível, Martina deixou-a livre para brincar, era uma criança começando a conhecer o mundo e ela não atrapalharia esse momento, até sorria quando a pequena se atrapalhava com seus encantos, mas ao mesmo tempo se assustava ao pensar em como ensinaria aquela criança muito mais poderosa que ela. Ananda brincava alegremente e Martina decidiu que precisava por limites, chamou -a e por breves instantes teve Ananda montada no pônei diante de si, começou a falar, mas Ananda viu uma borboleta e não teve dúvidas, num instante era a fadinha minúscula voando com a bela borboleta, "vamos precisar de regras por aqui " mas por enquanto ela apenas se alegrou em ver a criança feliz, ela realmente estava cansada da solidão e a felicidade de Ananda era simplesmente contagiante, Martina sentiu-se mais forte e animada do que antes e as flores cresciam pelo casebre.
Jonas chegou muito cansado a sua vila, andara muito e estava pedindo por descanso, não deu muita atenção aos vizinhos, mas Barbosa suspeitou, onde estaria Cogumelo? "Estão sempre juntos" a esposa e a filha também estranharam, Maria quase passou mal ao não ver Cogumelo e muito menos a madeira que o marido fora buscar. Jonas acordou no dia seguinte mais animado e pôs-se a contar a mulher o que havia sucedido, disse do convite e ela também ficou animada, quase nem acreditava, o vizinho Barbosa, que sabia que tinha acontecido algo, bateu na porta de Jonas, tão bom amigo ele questionou como havia sido a viagem, Jonas muito camarada contou todas as novidades e anunciou que ele e a família estavam de partida, a princípio Barbosa pensou que ele estivesse louco, mas vendo que realmente estavam se arrumando para partir, decidiu que poderia tirar proveito disso também, não era justo que a sorte de Jonas mudasse e a dele não, pensando assim já planejava até matar a Fera e Jonas, teria dinheiro, poder, um castelo e se casaria com Anastácia talvez, ela era bonita, inteligente, seria provavelmente uma boa esposa a apresentar, a mãe serviria de criada. Quando a família partiu, o malvado foi também, mas ninguém percebeu. Quando chegaram ao bosque, Anastácia teve medo e mais medo ainda quando viu a Fera, ele os esperava próximo ao Castelo, ele a olhou procurando sentir algo de especial mas não sentiu nada, decepcionado continuou triste, o Castelo por sua vez tornou-se mais alegre, os coelhos e a família se davam muito bem e raramente viam a Fera, ele não os queria incomodar, mas deixou que eles ficassem livres ali, podiam ir onde quisessem menos a biblioteca, onde ele guardava a Rosa. A princípio a Fera cuidava dela sem emoção, mas com o passar dos dias, ela tornou-se sua confidente, um sentimento novo o invadia, sem entender, ele chorava infeliz e sem esperanças. Barbosa morria de inveja dessa nova vida de Jonas, resolveu que precisava ser rápido em agir, vendo durante sua vigilância que a Fera escondia algo dos demais, passou a tentar descobrir o segredo e a fraqueza dele. A Fera num determinado dia esqueceu de trancar a biblioteca, Barbosa que conseguira entrar pela janela, viu a Rosa e calculou que ela era a fonte do poder da Fera, se a fizesse mal talvez o destruísse. O vilão queria todo o castelo para si mesmo e estava decidido, porém logo a Fera, notando seu descuido venho novamente a biblioteca, não viu Barbosa, mas algo ali não estava tão bem assim, angustiado levou-a Rosa e o malvado ficou ali muito bem escondido, "quero essa estranha rosa em minhas mãos, custe o que custar" .
Martina tinha saído para procurar algumas ervas, deixou Ananda aos cuidados da Rosa, ninguém se atrevia de boa vontade a se aproximar de seu casebre, então estava tranquila, mas por algum motivo se preocupou e resolveu voltar logo, Ananda sabia ser muito criativa com suas mãozinhas, Martina tinha até medo do que poderia encontrar, dito e feito, mal chegou na entrada que a levaria até o casebre e uma estranha criatura venho na sua direção, Martina ficou feliz em não ser dada a desmaios, tanto susto levou quase deu um piripaque, era seu caldeirão que lá vinha na sua direção, andando desajeitadamente. Ananda ouviu só o grito da mãe, piscou os olhos, deu um sorrisinho e alegre foi encontrar Martina, veio toda faceira, com seu vestido de flores, Martina tinha feito questão de fazer para ela um lindo vestido, era uma costureira de mão cheia, podem acreditar, sua irmã vivia lhe criticando por ela ser uma Bruxa e saber costurar, "que absurdo!" Martina porém nessas horas nem ouvia a irmã, dava meia volta e voltava a costurar, resultado: Costureira excelente. Quando Martina viu Ananda vindo tão feliz não quis dar uma bronca tão pesada, mas a garota tinha que aprender a não dar vida a seus objetos, com muita paciência se colocou ao lado da pequena e explicou, que o caldeirão não tinha que sair andando por aí, ele servia apenas para fazer os preparos das suas poções e pra comida, mostrou para Ananda os potes que tanto zelava, Ananda bateu palmas e fez o caldeirão voltar ao seu lugar, todos os dias Ananda treinava com Martina, desde as coisas mais simples como buscar água no Rio, até fazer cair uma chuva, Ananda aprendia tudo, era incrível como as coisas ao redor dela ficavam mais bonitas. Um dia Martina vendo que a menina estava bem na sua mágica comentou com a Rosa que gostaria muito que o Reino tivesse a ajuda de Ananda, lembrava que a Rosa dissera que essa era a missão de sua filha, a Rosa também sentiu que a jovem fadinha estava pronta para isso, meses já tinham se passado e o Reino estava em decadência. Saíram as duas, a fadinha ia pequenina dentro de um saquinho muito bem preso a roupa da mãe, Martina gostava de protegê-la, Martina ia sobre Hemengarda, Ananda conseguia ver a paisagem de onde estava e decidiu o primeiro lugar onde poderiam pousar, desceram e começaram a arte, Martina de bruxa cinzenta e carrancuda passara a ser alegre, sorridente, vivia recebendo abraços carinhosos de Ananda e em algum momento parou de se importar com o que uma Bruxa deveria ou não fazer, tinha se encontrado afinal de contas. As duas voaram sobre todo o Reino Perdido e tudo que estava ruim, as terras inférteis, sem chuvas, passou a ser verde, o povo mal podia acreditar, estavam mais felizes do que nunca estiveram, todos sorriam, Ananda queria descer e abraçar cada um mas Martina não permitiu tinha medo do que poderia acontecer, as pessoas nem sempre conseguem ser verdadeiramente gratas e poderiam machucar sua menina, ela sabia, estava acostumada ao desprezo mas não queria que Ananda vivesse isso.
Enquanto isso lá no bosque Barbosa continuava tentando roubar a Rosa da Fera, tentou de tudo, mas a Fera cuidava muito bem da sua Rosa, mesmo quando Anastácia se ofereceu para cuidar da biblioteca onde a Rosa estava ele não permitiu, o tempo passava e um determinado dia a Fera sentiu-se muito mal, sua vontade de viver se extinguia, ele estava preso naquele estranho corpo, jamais voltaria a ser o que era, não conseguia conversar com ninguém, então prostrou-se, nesse dia ele não foi cuidar da sua Rosa, Barbosa que observava todos os passos dos moradores do Castelo percebeu que tinha algo errado com a Fera, "estranho, ele sempre é pontual com sua rotina..." . Jonas percebeu que algo não ia bem com a Fera e preocupou-se, tinha afeição por ele embora não fossem próximos, a Fera era arisca e raramente aproximava, porém era generoso em todas as ocasiões, as vezes como.uma pessoa que ainda não sabia de tudo da vida, perguntava a Jonas algumas coisas, Jonas explicava-lhe com paciência, parecia ser tão jovem.... Nesse dia ele decidiu ir até a Fera, bateu na porta dos seus aposentos e anunciou-se a Fera disse que ele podia entrar e ali um pouco sem jeito o ex-lenhador ofereceu seu apoio, Thiago estava muito angustiado nesse dia e conseguiu desabafar, Jonas ouviu tudo com atenção, deu seus conselhos e tentou animar a Fera, ainda que não soubesse que se tratava do Príncipe, ele compreendia que debaixo da pele de um monstro habitava uma pessoa que estava sofrendo. Os dias passavam e a saúde da Fera não andava bem, ele sentiu-se melhor com Jonas conversando com ele, mas ainda estava triste, lembrava do pai, do Reino, da sua vida e não tinha forças, a única coisa que o mantinha um pouco animado era a Rosa que precisava dele. Barbosa sabia que a Fera estava doente e espreitava o Castelo a espera de uma oportunidade, ele tinha medo da Fera e não queria ser pego antes de executar seu plano malvado de ficar com a Rosa e o castelo para si, ali tinha muitas riquezas e ele não queria deixar tudo para Jonas e sua família, a sorte então começou a pender para seu lado, Anastácia saiu sozinha do Castelo, já tinha meses que estavam ali e ela não saia para nada, sempre dentro do Castelo que afinal de contas era muito grande e imponente para pessoas simples que estavam acostumadas a uma casa pequena e o medo constante pelos altos impostos que eram obrigados a pagar. Anastácia não pretendia ir longe, só andar um pouco, tinha noção de que o bosque não era tão amistoso assim, poderia se perder e não conhecia da flora e fauna do bosque, desconhecia os perigos, enquanto ela caminhava um pouco pensava na nova vida que levava com os pais, os coelhos e a Fera, que aliás estava até doente. Barbosa era Leopoldo, Leopoldo Barbosa, não era tão mais velho que Anastácia, tinha um pouco de fortuna, porém invejava Jonas pois este tinha uma família e era feliz, Leopoldo Barbosa ficou observando a oportunidade, resolveu fazer uma armadilha para Anastácia e para a entregar de volta pediria a Rosa em troca. Ele pôs seu plano em prática, por ali tinha um buraco, cobriu-o resolveu atrair Anastácia para sua direção, ele não era de conversar com a moça mas sabia que se ela o visse, o reconheceria, não tinha pretensão de conversar com ela, então decidiu fingir que era uma pessoa em perigo, ela tentaria ajudar com certeza, o malvado começou a gritar por socorro disfarçando a voz e deu certo, a moça começou a tentar seguir o som querendo ajudar, não pensou no perigo, apenas foi, infelizmente ela não viu o buraco, estava coberto e caiu, não era tão fundo mas dali ela só poderia sair com ajuda, na queda acabou se machucando, desmaiou e ficou ali desacordada. Barbosa achou ótimo, agora podia obrigar a Fera a entregar a Rosa. No Castelo os pais de Anastácia se desesperaram, já tinham ido a todos os lugares favoritos da moça, mas nada de encontrar. Aflitos os dois Coelhos, Benicio e Blenda lembraram que ela poderia estar no bosque e eles conheciam mais do que ninguém os arredores, Jonas decidiu então sair com Benicio e procurar pela filha. Quando Jonas e os dois coelhos saíram, Leopoldo os viu, era tudo que ele precisava para dar certo seu plano malvado, Anastácia estava desacordada, "agora é só tirar Jonas e esse Coelho esquisito de cena", armou-se de um pedaço de madeira, suficientemente grosso, muito útil para um nocaute, os três estavam distraídos buscando pistas e não esperavam por um golpe, Leopoldo conseguiu derrubar Jonas e Benicio sem muito esforço, vindo por detrás deles, somente Blenda não foi atingida, ela era a mensageira, Leopoldo Barbosa a assustou muito e disse-lhe que se quisesse rever seus preciosos amigos, inclusive Anastácia, teria que trazer-lhe a Rosa da Fera.
Blenda chegou quase sem fôlego em casa, tinha corrido, assustada com o que acontecera, Maria que estava na cozinha se assustou quando viu Blenda chegar lá sozinha, gaguejando, pedindo desesperadamente um pouco de água. Quando soube do acontecido Maria ficou muito mal, não sabia como ir conversar com a Fera, seu marido é quem sempre mediava por eles nesses meses que estavam morando ali, muito menos achava possível a Fera aceitar a exigência de Barbosa, "que absurdo esse homem ter seguido a gente até aqui para agora revelar sua verdadeira face". A pobre mulher pensou muito e por Amor a sua filha e ao marido decidiu que faria o que fosse possível para ajudar, na hora do lanche, Maria foi no lugar de Blenda levar o bolo que fizera para a Fera, receosa, bateu na porta levemente, a Fera dormia, ultimamente andava dormindo muito e não tinha disposição para quase nada, precisou bater mais vezes até que por fim Thiago acordou, ele disse para que Blenda deixasse o lanche e fosse embora, mas ao dizê-lo ouviu uma voz chorosa de mulher dizendo que precisava de conversar com ele urgentemente, a Fera não queria conversar agora, mas não tinha saída, abriu a porta após alguns minutos para se recompor, foi quando viu Maria desabar na sua frente, chorando muito. Ele pediu que ela se levantasse e tentasse se acalmar, a mulher o ouviu, mas como imaginava que seu pedido não o comoveria continuou a chorar desconsolada. A Fera não estava para essa situação da esposa de Jonas. "Provavelmente aconteceu algo muito grave para ela vir incomodar, mas tinha que ser hoje?" Ele esperou a mulher se acalmar com pouca vontade mas esperou e por fim ele conseguiu entender o que acontecia, ao compreender o que estava acontecendo ele gemeu, odiou sua nova condição, não queria entregar sua amada Rosa para um homem tão sem escrúpulos que tentava conseguir o que queria machucando pessoas, mas não viu alternativas, ele não se sentia forte para enfrentar o covarde, enquanto pensava no que fazer, buscou a Rosa, uma lágrima de seu rosto molhou a Rosa, dessa vez foi diferente, ao cair a lágrima, ela tocou o coração da Rosa mágica que estava com Martina, ambas as Rosas estavam conectadas, imediatamente a Rosa soube do perigo que corria o Príncipe e soube que precisava entender pois ele não podia morrer. Enquanto isso Martina estava na floresta colhendo algumas ervas para suas poções e Ananda dormia profundamente no quarto que Martina arrumou especialmente para ela, como era uma fada, ela já tinha crescido muito, era uma linda jovem, uma fada bem treinada e muito alegre, amava flores e amava a cor rosa, Martina vivia rindo das artes que a menina inventava, tudo era mais bonito com sua presença. Ananda era bem protegida por Martina e ela nunca a levará no bosque novamente, mas a Rosa precisava que Ananda fosse com urgência, chamou -a em seus sonhos, as duas tinham uma ligação muito especial, Ananda levantou-se e veio até a Rosa, ouviu tudo, compreendeu o que ela queria, mas não sabia como ir, a Rosa então pediu que ela tocasse sua pétala e naquele momento a moça viu as imagens do bosque em sua mente, compreendeu o caminho, mas antes que ela pudesse sair voando com todo seu lindo jeito Down de ser, lembrou -se da mãe Martina "ela vai ficar triste se eu sair Rosa..." A Rosa conhecia o bom coração da jovem e já tinha o argumento preparado, "eu vou contar tudo que te contei e a necessidade de você ir sozinha, será seu teste, só mais uma coisa.... Você não deve ficar perto do Príncipe, se possível não o deixe te ver" "por que ele não pode me ver Rosa?" "Por que ele ainda não está pronto para você, ele está vivendo dias difíceis e você só vai porque se trata de um perigo para a vida dele...." "Certo Rosa..." Ananda assimilava cada pensamento que a Rosa trazia e uma estranha emoção já tomava conta de seu coração, assim sem mais demoras ela partiu, pequenina e com a instrução de não aproximar de ninguém durante o caminho, Ananda era amiga de todos e sua viagem deveria ser rápida, não tinha tempo para conversar hoje, a Rosa disse isso umas mil vezes, Ananda ria disso enquanto voava ligeira, não demorou muito para que ela chegasse ao bosque encantado, suas asas eram ligeiras e ela ia numa missão de socorro, ao chegar no bosque ouviu no seu pensamento a Rosa que era também parte dela, a Rosa da Fera e bem orientada chegou ao Castelo, Barbosa entretido nas suas maldades, não viu uma pequenina fadinha voando para dentro do Castelo.
A Fera estava resignada, sua morte era certa, entregaria a Rosa para Leopoldo, ele a destruiria e sabe lá o que ia acontecer com Jonas, Anastácia e Benicio depois disso "não posso fazer isso" o problema é que ele realmente estava fraco, mesmo assim ele planejou morrer com dignidade, lutaria com Barbosa, algo lhe dizia que não deveria confiar que ele entregando a Rosa seus amigos ficariam a salvo, deixaria Blenda levar a Rosa, mas antes que ela pudesse entregar, ele tentaria capturar o malvado, preferia enfrentar seu problema apesar de que muito provavelmente seria derrotado, enquanto pensava nas estratégias não percebeu o movimento que se passava com a Rosa que após brilhar lindamente, a redoma mágica encheu-se para que Ananda pudesse entrar. Ninguém viu a fada, Blenda porque comia cenouras sem parar de puro nervosismo e Maria chorava, Ananda por sua vez falava com a Rosa telepaticamente e soube como chegar onde a Fera estava com sua Rosa, ao vê-lo ela sentiu o coração bater mais forte que nunca e seus olhinhos brilharam, tinha algo de especial naquele monstro, ela sentiu... Ananda não conheceu Thiago, estava dormindo, era apenas um bebê naquele momento que Martina junto com a Rosa decidiu o destino do Príncipe. Blenda recebeu o encargo de levar a Rosa, sentiu-se triste por ter que fazer isso, a Fera também foi junto, mas avisou a Blenda que ela não deveria dar sinais de estar acompanhada, Ananda por sua vez estava atenta ao que ia acontecer, sentia o perigo se aproximar, Blenda ficou bem no meio de uma clareira, não sabia de Barbosa, mas seus pelos eriçaram no momento em que o viu se aproximar, a Fera também estava por ali, por ser grande e desajeitado, suspeitava que logo seria visto, mas Barbosa estava mais ocupado em contemplar a Rosa, era realmente linda, "deve ter muito poder", deu uma risada malvada para a coelha Blenda e imediatamente tomou a redoma com a Rosa de suas mãos, o que ele não esperava era o urro da Fera e logo a viu muito próxima de si, Barbosa tinha medo dele, mas estava na cara que a Fera nesse momento não era páreo para ele, colocou a redoma ao seu lado, Blenda correu para longe com medo e Thiago com toda sua raiva lançou-se sobre Leopoldo e com os dentes afiados próximo ao pescoço de Barbosa, perguntou onde estavam seus amigos, acontece que o vilão tinha um punhal e cravou-o na barriga da Fera que uivou de dor, Ananda estava em choque com a violência, ouvindo o grito de dor da Fera, saiu imediatamente da redoma, "muito cuidado Ananda, o que vai fazer?" A Rosa perguntou -lhe antes que ela estivesse longe demais para responder "Vou ajudar o monstro" Leopoldo se preparava para machucar a Fera mais ainda quando viu uma flor em sua mão no lugar do punhal, ele ficou assustado, mas antes que pudesse se recuperar, uma jovem apareceu na sua frente, de olhos puxados, expressão fechada, Ananda estava prontissima para dar uma bronca e antes que ele reagisse se viu cercado por uma cerca de flores mágicas, Ananda olhava nos olhos de Barbosa quando perguntou: - Por que você machucou ele? Por que tanta maldade? - Ela vira que a Fera não tinha ferido Barbosa, ele só queria proteger a Rosa e os seus amigos, presos pelo malvado. Barbosa quis sair da cerca mas não conseguiu, com raiva de não poder dar prosseguimento ao seu plano contou a Ananda que ele tinha muita inveja de Jonas e queria a Rosa para ter o poder da Fera e ter o Castelo para si junto com todas as riquezas. Ananda disse a ele que agira muito mal e ela ia resolver qual seria seu castigo : - Inveja só traz maldade, você não soube aproveitar a oportunidade de estar perto deles para ser amigo de verdade, fez tudo errado, por isso vai precisar de uma lição. - Leopoldo Barbosa observou a jovem, o que ela faria ele não poderia imaginar, mas pensou nas palavras ditas por ela, ele sempre fora uma pessoa vazia, só se importando com riquezas, realmente não sabia o que era ser um amigo de verdade para alguém. Ananda deixou -o refletir, foi para junto da Fera, que estava muito fraca, com a ferida teve sua situação agravada, estava quase morrendo, não tinha consciência de que o malvado homem estava preso e muito menos viu Ananda, ele só teve forças para dizer assim: - E-eu te amo minha Rosa, tentei te proteger.... a-adeus. A Fera desmaiou e Ananda chegou mais perto dele, sentia -se muito triste, chorando, abraçou a grande Fera, suas mãos eram mágicas e com todo o sentimento que ela não soube definir, conseguiu curar a Fera, tudo brilhou ao redor dos dois, a Fera começou a querer despertar e a moça lembrou que a Rosa dissera que ele não deveria vê-la, ficou pequenina saiu voando, já perto da jaula novamente, fez com sua magia com que Leopoldo Barbosa se transformasse em uma criatura que ela chamou Senhor Natureza, falou-lhe que ele deveria proteger o bosque é enquanto não aprendesse a agir sem inveja não voltaria a ser humano, no período que estivesse como Senhor Natureza deveria ser amigo verdadeiro e ajudar a todos os animais que ali viviam, Barbosa estava chocado com o que se tornara, foi invadido por novas sensações e naquele instante as riquezas já não importavam para ele, sentia arrependido por tudo que sentira e fizera, a pequena fadinha pediu a ele que a levasse até os seus prisioneiros, Benício, Jonas e Anastácia estavam presos num grande buraco, estavam cansados e dormiam, tinha dois dias que estavam presos e o tratamento que Barbosa lhes dera não era dos melhores. Ananda libertou-os com sua magia, em um instante os três estavam livres, acordaram surpresos, não viram Ananda, apenas uma criatura que parecia ter sido feita a base de tronco de árvore, se assustaram, mas ele disse que não os faria mal, ajudou-os a levantar e os conduziu até a clareira onde a Fera estava, o reencontro alegrou-o muito, sentia-se mais fortalecido. Ananda concluiu que tudo estava bem, como ela pensava que jamais voltaria a ver a Fera, pediu a uma borboleta que voava por ali que ela voasse bem pertinho da Fera, a borboleta ficou com medo, era raro ele estar assim ao ar livre, ela não sabia se ele estava ou não de bom humor, mas como Ananda pedirá com tanto carinho ela aceitou, antes porém Ananda desenhou um coração com sua mágica nas asas da borboleta, nele escreveu: - Você é muito bonito! Gostaria muito de te abraçar novamente mas preciso ir embora, adeus! Ass: A. A borboleta foi muito eficiente e a jovem fadinha partiu para seu lar, já imaginava que sua mãe daria-lhe uma grande bronca.
A Fera leu o recado de Ananda sem compreender o que havia acontecido, só se lembrava de que perdera os sentidos na briga com Barbosa e ao acordar sentiu-se renovado e para sua surpresa diante dos amigos, lembrava também de ter sentido uma dor que o invadira, mas tocando em si viu que estava tudo bem, ele não entendia o que houvera e agora a borboleta aparecia com essa mensagem, sentiu que era para ele de fato e seu coração sentiu pela primeira vez depois de tantos dias desanimadores uma doce esperança envolvendo-o. No bosque tudo era mágico, podia conviver com isso, mas era inegável que Thiago sentia falta do pai, do Reino, das suas aventuras, os dias passavam e daquele dia do sequestro ficou a lembrança de que havia algum ser mágico que contribuiu significativamente para que ele ainda estivesse vivo, alguém com o nome começado com a letra A. "Essas letras bonitas, essas palavras, quem será que pode ter me salvado?". A Fera agora tinha um motivo a mais para existir, sua Rosa e esse ser que salvará sua vida, pensou e reprisou muitas vezes as imagens em sua mente mas não lembrava de ninguém além de Barbosa e Blenda que fugira. Anastácia e seus pais passaram a se acostumar com uma Fera mais presente, estavam felizes por isso, a única coisa que os preocupava era Barbosa, mas sentiam mais seguros, algo tinha acontecido, só lembravam do Senhor Natureza, mas essa criatura também sumiu. Algumas semanas passaram todos estavam bem ali no Castelo, a Fera gostava agora de sair as vezes pelo bosque e em outros momentos estava com sua Rosa, tinha a impressão nessas últimas semanas que ela era muito especial, muito mais do que ele poderia imaginar. Numa determinada manhã ele saiu com Trovão, andaram por um bom tempo até que chegaram a uma clareira, ao chegar descobriu ali um lago, ele tinha sede, abaixou-se para pegar da água e viu refletida na água a imagem de uma moça que nunca vira, ela tinha um sorriso lindo e olhos puxados, o lago era mágico e tinha o poder de mostrar a imagem do amor que se levava no coração, a Fera pensou que ela estava ali perto, porém não a viu, "Que Linda" guardou a imagem consigo e retornou para o Castelo, a noite sonhou com a moça misteriosa, dali em diante Ananda não saiu dos seus pensamentos sem que ele soubesse ao menos onde poderia encontrá -la. A Fera não sabia onde procurar, mas surgiu uma forte necessidade de a buscar, mas não sabia como e também não podia sair do bosque, tentara mais de uma vez e nada dera certo, isso lhe deixava confuso e triste ao mesmo tempo.
Ananda quando voltou para casa encontrou uma Martina angustiada por sua segurança, a filha nunca tinha ido tão longe, mas a bruxa entendia a extensão de ter Ananda como filha e como ela era capaz de fazer grandes coisas, ela acreditava na moça que educara, sabia que ela era dedicada e com toda a capacidade de aprender, por isso chamou-a para conversar e ficou muito orgulhosa ao saber de como Ananda conduziu a situação. Abraçou-a com todo amor que Ananda lhe ensinara sentir, as duas eram amigas e Martina amava ouvir tudo que ela tinha para contar. Ananda ajudara o Reino e o povo vivia muito feliz agora, elas porém não se aproximavam das pessoas, eles não sabiam quem era Ananda e Martina preferia assim, porém num determinado dia a Rosa lhe disse que tinha chegado o momento de Ananda ajudar o Rei. O rei Micael vivia enclausurado no Palácio, não conhecia as reclamações do povo, não os ouvia, era distante de todos, o Reino ficava por conta dos ministros, conselheiros e do filho quando ele estava presente, ela sentia não ter sido um pai melhor, na verdade sofria em silêncio e agora já se passavam meses que seu filho não mandava notícias, geralmente ele retornava logo das suas viagens e ainda que não fossem próximos, Micael ficava feliz em observar o homem que seu filho se tornara, exceto quando via nele traços de arrogância, infelizmente isso acontecia e ele pensava em como Melinda se sentiria se estivesse com eles e visse o filho agir assim, ele sentia que tinha fracassado. Martina relutante não sabia se deveria ir ao Palácio com Ananda, havia muitos anos desde que ela vira o Rei, na ocasião, eles eram jovens, Martina estava treinando um encanto na floresta, Micael tinha vindo caçar, naquela época ele já era o Rei, Martina tentava transformar Hemengarda num pássaro, depois de muito tentar ela desistiu, não teve sucesso, a bruxa então ouviu um tiro e viu um pássaro caindo, ele veio parar exatamente onde ela estava. Martina se assustou com o pássaro ali, viu que ele ainda estava vivo e resolveu curá-lo, o rei chegou a tempo de ver o que ela fazia, tinha estragado sua caça, com raiva ele disse que ela não deveria fazer seus encantos próxima do povo, a jovem bruxa ainda era muito nova e seus poderes ainda estavam em desenvolvimento, naquele dia o Rei não foi gentil com ela e ela prometeu ficar distante, ele foi muito rude e ela jamais esqueceu das palavras dele e todas as vezes que ela pensava no rei preferia distância,Martina era muito sensível, se fosse sua irmã ela teria dado uma boa lição naquele rei que não sabia tratar uma bruxa como ela. Ananda sabia que tinha que ir até o Rei, nunca tinha visto ele, mas imaginava quão difícil ele poderia ser, foram as duas, Ananda e Martina, tão logo chegaram ao Palácio souberam que o Rei estava indisposto para visitas, ele pedira para que ninguém o incomodasse naquele dia, Ananda ficou triste por esse comunicado, mas decidiu que não ia embora sem fazer o que tinha vindo fazer, sem que fosse percebida, a pequenina fadinha (ela viajava sempre assim com sua mãe), passou pelo guarda e seguiu seu caminho pelo Palácio, Martina tinha medo pela filha, mas acreditava nas potencialidades da filha, amorosa, compreensiva, ela poderia talvez curar o Rei Micael. O Rei realmente estava indisposto, sentia -se muito mal, temia morrer sem ao menos pedir perdão para seu filho, deitado em seus aposentos, ele repousava, a tristeza já havia consumido suas forças, seu rosto não parecia conhecer um sorriso, quando Ananda entrou ali, ele estava deitado e lágrimas desciam por seu rosto, a jovem estava em seu tamanho natural, sabia que ele não gostava de criaturas mágicas, Martina tinha contado. A jovem se aproximou do Rei e tocou-lhe a face para enxugar suas lágrimas, o Rei abriu os olhos espantado com o toque, viu Ananda e por um instante lembrou -se de Melinda, mas não era ela, olhou bem para a intrusa, seu sorriso era fascinante, antes que ele perguntasse Ananda explicou quem era com muita educação, o Rei sentia -se mais tranquilo mesmo sem saber o que desejava a moça misteriosa, a fada por sua vez ajudou-o a confiar nela, ouviu tudo atentamente, o Rei desabafou tudo que sentia, então ela teve a ideia de o levar para dar uma volta pelo Reino, ele animado pelas doces palavras de Ananda resolveu ir com ela, a carruagem, bem aparelhada lá se foram e o Rei foi surpreendido por todas as mudanças do seu Reino, ele reconhecia que não fora um bom Rei para seu povo.
Ananda mostrou os campos verdes que ela e Martina restauraram, tudo estava muito bonito, ele sentia novas energias, sua tristeza o aprisionara por tempo demais, era estranho ter precisado de uma jovem tão diferente, saída talvez de um outro mundo para que ele percebesse tudo que Melinda sempre amara no Reino antes dele entrar em decadência, estava se sentindo um tanto perdido, não sabia quem era Ananda e nem o que ele fazia com ela, mas aquele sorriso era o mais sincero que já tinha visto, desde a morte de Ananda. O rei Micael se alegrou muito com a simplicidade da moça, perguntou sobre a Síndrome de Down enquanto seguiam para um lago muito lindo, ela explicou assim: - A síndrome de Down não é doença, eu apenas tive uma diferença no momento em que fui gerada, ao invés de 46 cromossomos, tenho 47, um a mais, sou feliz, posso aprender, todas as crianças que nascem com Down são pessoas que podem se desenvolver muito bem, precisarão de um carinho maior e estímulos, assim aprenderão e seguirão seus sonhos, cada uma na sua singularidade. O Rei ficou encantado com a explicação, ficaram mais um tempo ali e Ananda muito carinhosa perguntou se podia abraçá-lo, o Rei ficou surpreso mas permitiu e naquele abraço ele foi curado, uma onda de amor o invadiu e ele sentiu seu coração em paz. Micael estava sorrindo novamente quando despediu -se da moça e retornou ao Palácio, agora para se sentir completo, só lhe faltava Thiago, tinha muito a lhe dizer. Ananda voltou com a mãe para casa, na volta ao lar foram surpreendidas por uma visita, Sr. Natureza viera do bosque junto com um ursinho, Ananda ficou encantada com o pequeno, Luizinho era filhote de uma ursa que quase enlouquecia com as artes que ele aprontava, o Sr. Natureza, antigo Barbosa, vivia agora de salvar o pequeno ursinho e outras criaturas do bosque.Ananda queria brincar com Luizinho, mas sentiu que estava acontecendo algo no bosque e a presença do Sr. Natureza era sinal de que não era algo simples, sentaram-se Martina, Ananda e o visitante inesperado, ao sentar-se ele iniciou a contar o que acontecera. "A Fera já não assustava mais os seres da floresta e tudo ia melhor, até que um dia eu e Luizinho caímos em um poço muito profundo, eu estava atrás desse arteiro quando fomos vítimas dessa situação, eu tentei em vão nos ajudar, gritamos apavorados por socorro por algum tempo e quando pensei que fôssemos morrer, a Fera apareceu, nos ajudou a sair descendo no poço, fiquei muito grato porém não pude agradecer, ouvi um grito lancinante de dor, era a Fera uivando de dor, eu e Luizinho o chamamos muito depois desse grito, mas ele não respondeu mais, está inconsciente. Depois desse acidente, quisemos tirá-lo mas ele é enorme, todos tentamos, Jonas, os coelhos e Anastácia fizeram tudo que podiam também, mas não conseguiram, estamos com receio de que ele morra, tudo no bosque está perdendo a magia, por isso consegui sair e como morava no Reino Perdido lembrei de Martina, só não sabia que encontraria também a jovem que me transformou nesse ser." Ananda perguntou-se ele queria voltar a ser quem era, mas ele recusou, gostava muito da sua nova vida, encontrou sentido nela quando Luizinho surgiu na sua vida. Martina e Ananda precisavam ir até o Bosque, algo de muito grave tinha acontecido com a Fera, ambas não queriam que ele partisse, Ananda sempre lembrava dos seus olhos tristes e do que sentiu quando o conheceu, ambas foram com Hemengarda e o Sr. Natureza e Luizinho foram com Graviola, uma vassoura que Martina dera de presente para Ananda. Os quatro chegaram logo no bosque, realmente não era mentira do Sr. Natureza, o Bosque estava perdendo sua força, Ananda ouviu a voz da Rosa da Fera em sua mente "Que bom que você veio, o antídoto para o veneno da criatura que o mordeu no poço é você Ananda, somente seu amor pode salvá-lo". Ananda ficou desesperada, não entendia como poderia ter algo tão perigoso no bosque, ao chegarem onde estava a Fera, Martina e Ananda trabalharam juntas, unindo seus poderes e tiraram a Fera de lá, assim que foi colocado no chão ao lado de Ananda, a moça curvou-se sobre ele e já chorando o abraçou com imenso amor, uma luz envolveu a ambos, tornando-se mais intenso o brilho da luz, a Fera foi perdendo seus pelos, sua grandeza, foi diminuindo e no lugar das patas, apareceram as formas humanas, o feitiço tinha sido quebrado, o jovem Thiago ainda tardou um pouco para abrir os olhos, mas aconteceu, estava fora de perigo.
A primeira coisa que conseguiu distinguir ao abrir os olhos foi o rosto de Ananda, ficou emocionado, lembrou -se da imagem que vira no Rio, era ela, olhou ao redor e em si mesmo e com grande alegria viu que voltara a ser o Príncipe. O Castelo desapareceu, o Bosque voltou a sua vitalidade, Anastácia e os pais ficaram encantados ao ver tudo sumindo, os coelhos voltaram a ser como antes e voltaram para suas tocas com imensa alegria. Thiago deveria retornar ao Palácio, Jonas mal acredito quando soube que estivera o tempo todo com o Príncipe, a esposa e a filha também estavam muito surpresas, mas sentiram-se tristes ao imaginar que voltariam para o Reino Perdido e suas dificuldades, o Príncipe agora mais maduro e ciente das suas responsabilidades garantiu a Jonas e sua família que eles ficariam junto com ele no Palácio, os três choraram de emoção, havia entre eles afeição e Jonas tinha sido excelente conselheiro, Thiago conseguia entender o pai melhor agora. Ananda e Martina ajudaram Thiago e seus amigos a retornarem para o Palácio, o Sr. Natureza escolheu continuar no bosque, prometeu que seria um excelente guardião do lugar. A Rosa do Príncipe não perdeu o encanto e ele a levou consigo. Ananda foi com Martina para seu lar, estava muito satisfeita em ver o Príncipe feliz. Micael chorou de emoção quando viu seu filho, os dois se abraçaram fortemente, pediram perdão um para o outro, nunca tiveram um momento tão especial assim. O Palácio era pura alegria, todos estavam felizes, o Reino estava mais bonito e tinham uns aos outros. Thiago contou ao pai todos os acontecimentos e ele reconheceu que errara em seus julgamentos contra Martina. Thiago estava feliz porém queria Ananda ali com ele, precisava conversar com ela, falou com o pai sobre seus sentimentos, o Rei aceitou bem o desejo do filho, ele também era grato a Ananda, pai e filho resolveram fazer então um baile em homenagem a Martina e Ananda, elas mereciam e Thiago planejava pedir Ananda em casamento. Martina quase nem acreditou quando bateu na sua porta um guarda real com um convite para um baile, ainda por cima com ela e a filha sendo as homenageadas, aceitou o convite mais por Ananda, ela mesma tinha medo do Rei a maltratar novamente. No dia do baile Ananda e Martina foram ao Palácio, Ananda estava deslumbrante, Martina tinha costurado um belo vestido rosa para a jovem, quando chegaram ao Palácio e Thiago as viu, ficou emocionado, ela era radiante e ele teve certeza do que queria, seu coração dizia-lhe isso. Ananda estava mais próxima a mãe, nunca fora a um baile, estava impressionada, o Príncipe estava ali com seu fraque branco e ela estava feliz só por vê-lo. O Rei Micael viu Martina e decidiu a tirar para uma dança, precisava pedir perdão, assim juntos pai e filho se dirigiram as duas convidadas. Ao som de uma linda valsa, o Príncipe e Ananda dançaram, foi gentil e amigo em todo o tempo e quando a valsa acabou ele a levou ao jardim, que era o lugar mais bonito do Palácio, ajoelhou-se diante da fada e emocionado pediu-a em casamento, ela era tudo que ele sempre tinha buscado e não encontrara antes, Ananda quase não acreditou, mas olhando nos olhos de Thiago sentiu que era real, se beijaram ao som de sinos, alguns dias depois os dois se casaram, Martina pensou que moradia longe da filha e já se preparava para ir embora quando o Rei a convidou para morar no Palácio, ele a considerava uma amiga. Jonas, sua família, Martina, Micael, Thiago e Ananda viveram felizes para sempre.
Fim