PEIXE DE ASAS

Era uma vez um peixe que não sabia nadar. Então, criou asas e se pôs a voar. Visitou continentes, correu mundo, passeou por entre milhares de estrelas... Mas um dia... Aliás, numa tarde ensolarada, foi atingido por um pelotaço de baladeira. Ferido, caiu no remanso de um riacho perdido num grotão qualquer de uma mata desconhecida. Desacordou-se por dois dias, entremeando sonhos e delírios de vôos e mergulhos. No terceiro dia, abriu os olhos e, como se planasse por entre nuvens de milhares de peixinhos dourados, abanou a cauda e mergulhou no riacho, cavalgando a primeira corredeira, entre pedras, descobertas e espantos. Finalmente, aprendera a nadar.

José de Castro
Enviado por José de Castro em 28/10/2007
Reeditado em 20/11/2013
Código do texto: T712952
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