Histórias inventadas

Maria ama histórias inventadas. Principalmente, histórias sem fim.

Dorme com elas.

Não importa como iniciam com tanto que não terminem. Adormece no meio. Nunca sabe o final do que começa.

Ela espera histórias com reviravoltas, algo inusitado ou mágico. Qualquer coisa para um outro ponto de partida.

Tem gosto por histórias sem pé nem cabeça, nomes reais e pessoas imaginárias. O que mais vale são as histórias inacabadas.

Contudo, é claro que as histórias acabam. Maria prefere dormir no conforto do sem fim. É interessada no que não sabe.

O fim parece uma invenção para começar outros sonhos.

Toda a noite é dia da mesma história sem nunca terminar. Acho que aprendi com a Maria que as histórias inventadas, de qualquer lugar, de qualquer tempo, são presentes do dia escritos à noite.