Miguel - Pimpolho de Nhonhô

 

Um dia, bem distante de mim, fui menino assim, lindo e olhos de fogo-pagou! Pulei corda, tomei banho no voo da morte, tirei espinhos e mexi nos ninhos de passarinhos (...)! 

 

Pitei fumo de cócoras, fiz gaiola e montei à porca do caipora... Meu Deus! Duas jabuticabas são teus olhos! É um quatí mococa. Domingo, pesquei sem molinete e sorri dormindo!

 

Estourei pipôcos e atirei pedras em redemoins. Cravim, cheiro de jasmim, não me olhe assim menino lindo!!! Parece um gafanhoto da couve-flor, num galho de alecrim (...)!

 

Peguei mocó na toca, feri a mão na corda. Um tico na perdiz me fez feliz! Não minta pra não crescer o nariz! Saia da maloca e me finque os olhos, que te ensino o bom caminho!

 

Pimpolho, sem choro!!! Daqui a pouco eu vou te ver de novo. Vou te levar prum rio de flores, te dar Amor e te banhar de cheiro sim, até fazer você sorrir pra mim, sem fim (...)!

 

E é assim meu menino: "cem por cento de nada é bem pior que um no bolso"! Brinquei com primos e namorei às primas... Se tu me pede eu faço e se me manda eu vou, sorrindo! 

 

Vou fazer você cheirar rapé, morder um catolé, andar de bicicleta e te fazer subir a pé o morro do celadim! Enfim, prove ser homenzinho, meta a mão na loca e fure o olho d'um surubim (...)!

Macêdo Alves
Enviado por Macêdo Alves em 11/08/2020
Reeditado em 15/11/2024
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