Cyberbullying e LINCHAMENTOS VIRTUAIS: ENSAIO SOBRE O DESENTENDIMENTO HUMANO NA INTERNET
E.E Hélio Penteado de Castro - Diretoria de Ensino de Piracicaba - CONVIVA - SP
Leia os textos e responda as questões.
*Obrigatório
Compreendendo o Fenômeno do Cyberbullying (fragmento)
Não se pode negar, nos dias atuais, a influência das novas tecnologias da informação e
comunicação. Vive-se em um mundo globalizado e virtual. Esse cenário contemporâneo
apresenta inúmeras alternativas que se descortinam quando um sujeito é capaz de, em um único
clique, entrar em contato e interagir com as mais diversas possibilidades de expressão de
opiniões, sentimentos e desejos. Assim, já é relativamente consenso que as crianças e
adolescentes, hoje, se desenvolvem com uma consciência global, sendo tal movimento
impulsionado pelas TIC’s. Com efeito, os jovens nascidos em um mundo permeado por estas
tecnologias são chamados de nativos digitais (Palfrey & Gasser, 2011). A interação dos indivíduos
com estas novas tecnologias da informação e comunicação transformou inúmeros aspectos do
relacionamento interpessoal e, por consequência, dos processos de representação da
identidade, formas de aprendizagem e de relacionamento (Arnett, 2002). O entendimento sobre
as influências do “mundo virtual” no desenvolvimento humano ainda necessita ser
aprofundado. Observa-se que o uso e contato com as TIC’s não se restringe ou afeta jovens de
uma cultura ou nível socioeconômico específico e tampouco se limita a uma faixa etária -
infância, pré-adolescência ou adolescência. Muito se discute também com relação aos riscos e
vantagens destes novos recursos. Ou seja, o uso de muitos recursos tecnológicos ao mesmo
tempo (media multitasking) pode ser benéfico e estimulante aos jovens, mas, por outro lado,
pode gerar irritação, baixa produtividade, aumento de ansiedade e problemas atencionais (Uhls,
Espinoza, Greenfi eld, Subrahmanyam, & Šmahel, 2011). No que se refere aos comportamentos
agressivos, como é possível inferir através dos estudos anteriormente descritos, o processo não
é diferente e ainda necessita ser mais estudado.
O cyberbullying pode ocorrer em paralelo ao processo do bullying, razão pela qual diversas
nações têm se empenhado na elaboração de políticas focadas especificamente no combate
destes dois fenômenos em conjunto (Raskauskas, & Stoltz, 2007; Smith, Smith, et al., 2008).
Assim como as diferentes formas de interação interpessoal no contexto virtual, ainda se
desconhece todas as características do cyberbullying, suas consequências em curto, médio e
longo prazo, bem como o impacto nas crenças e comportamentos dos jovens (Olweus, 2012). A
revisão de estudos realizada permite inferir que se trata de um fenômeno que pode acarretar
em sérios prejuízos sociais, emocionais e cognitivos aos envolvidos, principalmente pelo seu
caráter atemporal e pela magnitude de seu alcance. Uma vítima de cyberbullying, em geral, não
tem para onde ir e se esquivar dessa violência. O cyberbullying constitui “uma realidade da era
digital” (Langos, 2012, p. 285) que, de acordo com Smith (2010), é um fenômeno decorrente ou
relacionado às diversas transformações que ocorreram no século XXI. Resultado ou
consequência do avanço das TIC’s, o cyberbullying é especialmente frequente entre crianças e
adolescentes. Isso ocorre porque os nativos digitais (Palfrey & Gasser, 2011) são usuários ávidos
e familiarizados com as tecnologias e internet. Entretanto, os mesmos não possuem plenas
condições de distinguir entre aquilo que a tecnologia pode representar de positivo do que
traduz-se como risco (Li, 2006). As pesquisas sobre cyberbullying sugerem que os jovens têm
dificuldades de adequadamente dimensionar as reais consequências de seus atos agressivos e é
possível pensar que estas dificuldades sejam mais acentuadas e graves que nos casos de
bullying. Investigações enfatizam o papel do monitoramento parental, das práticas educativas
saudáveis, intervenções clínicas que possam psicoeducar adequadamente com relação ao
fenômeno, além de estímulos variados para uma vinculação ajustada entre pais e filhos (Hinduja
& Patchin, 2009; Lee & Chae, 2011; Valcke et al., 2010). Pode não ser novidade que a supervisão
e limites dos pais favoreçam o desenvolvimento saudável dos filhos, mas diante desse novo
cenário virtual constata-se que os pais necessitam de informações sobre o cyberbullying e TIC’s
de um modo geral. Assim, estes pais estarão mais capacitados para auxiliar, efetivamente, seus
filhos na resolução de conflitos e na prevenção de eventos adversos neste cenário que possam
impactar e prejudicar o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. Governo e
empresas que atuam no ramo de tecnologia compartilham igualmente a responsabilidade em
prover ações que garantam segurança ao uso das mais variadas TIC’s por parte de populações
mais vulneráveis (Palfrey & Gasser, 2011). No que diz respeito à Psicologia e, em especial à
Psicologia Clínica, torna-se importante compreender os fatores de risco e proteção para a
ocorrência do cyberbullying, assim como crenças e comportamentos relacionados a este novo
fenômeno, visando o desenvolvimento de alternativas para a prevenção e intervenção
psicológica (Patchin & Hinduja, 2010; Wendt & Lisboa, 2013). É importante salientar que
identificar fatores de risco e proteção implica em uma análise aprofundada dos processos de
desenvolvimento cognitivo e social dos jovens na atualidade. Investigações enfatizam que o
cyberbullying pode prejudicar ou mesmo interromper o curso de desenvolvimento normativo
dos jovens, como em casos de suicídio relacionados à experiência de vitimização online (Hinduja
& Patchin, 2010, 2012). Ademais, pesquisas que constataram a associação entre o cyberbullying
e níveis elevados de sintomas de depressão e ansiedade reforçam a ideia de que experenciar o
fenômeno, tanto como vítima como na qualidade de agressor, pode impactar negativamente o
curso desenvolvimental (Baker & Tanrıkulu, 2010; Sourander et al., 2010). Em um futuro
próximo, muitos questionamentos ainda surgirão sobre esta temática, pois, na medida em que
as TIC’s avançam e adentram mais e mais na vida dos indivíduos e nas instituições sociais, novas
modalidades de interação, desenvolvimento e, por conseguinte, de agressão entre pares podem
surgir. Assim, não se pretende esgotar o assunto, mas o presente estudo teve, primordialmente,
a intenção de alertar e debater criticamente para a complexidade do processo de cyberbullying
na atualidade. Abordagens focadas em investigar efeitos das tecnologias nos comportamentos
dos jovens precisam ser substituídas por abordagens construtivistas e assertivas, que
questionem e investiguem sobre os contextos de interação que os jovens vêm optando para si
mesmos. Acredita-se que, na medida em que pais, educadores, responsáveis pela elaboração de
políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes e a sociedade de um modo geral tiverem
adequada consciência dos aspectos positivos e negativos do uso das TIC’s pelos mais jovens,
assim como acerca do cyberbullying, atitudes preventivas e intervenções mais eficazes podem
ser propostas.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X2014000100004 – acesso em 15/05/2020
Quais os benefícios e os problemas do uso de muitos recursos tecnológicos apontados no texto? *
O maior benefício das mídias e novas tecnologias reside na conectividade e atratividade entre gerações e sustentabilidade das (tele)comuncabilidades humanas entre todos os espaços da vida e da política-economia. Aproxima os diferentes! A sua terrível contradição não habita nela, senão no ser humano que não a utiliza de modo ético e sábio para vencer os seculares problemas e demandas mundiais-globalizantes e localistas. Embora aproxime os diferentes, a tecnologia e mídias vêm distanciando os que nos são próximo. Como não bastasse, ainda maximiza os conflitos ideológicos e esteriótipos que se retro alimentam da egolatria, exacerbação do culto ao poder-acumulo de riquezas e bens, riqueza-lucro, prazer-corpo. Nunca em tempo de pandemia decorrente ao coronavírus Novo Codiv-19, o mundo se dividiu e se mostrou embrumado em perfídias de hipernacionalismos e ultratradicionalismos que nos impedem de dialogar e compartilhar questões de saúde, política e economia para enfrentamento da pandemia que assola as nações e suas populações, em especialmente os mais pobres, os afrodescendentes, os migrantes e estrangeiros. Nunca se sujou tanto com separações e feminicídios, disputas por recursos hospitalares e charges xenofóbicas entre etnias. O coronavírus nos revelou quem somos. O refúgio e as projetos salutares das mídia e novas tecnologias são o que somos: nosso calcanhar de Aquiles e o Elo das nossas solidariedades micro e macropolíticas planetárias e regionais. O cyber + bullying e os disposições mentais em hipercrises acrogénias e ansiógenas são o mundo em breves e rápidas transformações (hiper)pós-modernas, que nos exigem uma terapia urgentemente coletiva e mudanças de atitudes e mentalidades para abraçar a espécie humana no UTI do Planeta Gaia em veloz circuito cósmico. Deus nos ajude em nossa trajetória nova pela sobrevivência. Viver e amar é preciso, vencer desigualdades sociais gritantes, pandemias em afluição e impactos ambientais e ecológicos gravíssimos, segundo Domenico De Masi, sociólogo italiano, que compilou: Ócio Criativo (Sextante, 2000), Diálogos criativos: Domenico De Masi e Frei Betto (DeLeitura, 2002); Criatividade e grupos criativos (Sextante, 2003); A felicidade (Editora Globo, 2011) e O futuro chegou (Casa da Palavra, 2014). Consoante ao De Masi, cabe-nos nos surpreender diante das contradições históricas e reinventar nossa nova história, sim, para cada geração, há de ser nova as interpelações da história pessoal e histórica.
Como vocês têm atuado com os estudantes nos casos de Bullying e Cyberbullying ? *
Confrontando-os com respeito e carinho sobre os problemas de ódio e difamação do outro e os meios de sofisticação do ódio como mal a si e aos outros. Somos diferentes e o respeito a outrem se mede a si também. Não forçando amizades, mostrando que a identidade se constrói diante das alteridades e diferenças. Ser diferente é ser o que se é, não é ser mal, é ser capaz de conviver com os outros também diferentes para mim. Não repassar os sites, questionar diante das mentiras, pseudoverdades, meias-verdades, fake news. Denunciar aos órgãos competentes. Se sofrer bullying: pedir ajuda. Atrás do ódio e do perseguidor há a covardia, a falsa ideia se superioridade... No ofendido e na vítima, a dor e a autoestima humilhada, sofrida. Ambos precisam de ajuda: no primeiro, o limite e o amor e ver que pratica o crime; no segundo, a superação da dor e do medo de se defender (não sozinho, mas pedir ajuda...). ambos precisam de respeito e amor! A verdade não convive com a mentira e a ofensa... A verdade nos liberta se a conhecemos... mesmo que soframos para mudar nossa maneira de aceitar o outro como ele é. Não há verdade sem respeito, sem amor a si e aos outros. Posso discordar do outro, mas ofender e gritar, perseguir e matá-lo jamais. O amor não mata e, sim, cuida! O nos mata é o egoísmo e os etnocentrismos!
Quais atividades (construtivas e assertativas) poderiam questionar e investigar sobre os contextos de interação que os jovens vêm optando para si mesmos? *
Primeiro, as pesquisas de autoconhecimento e temperamento. segundo, conhecer a história pessoal e familiar dos envolvidos e destes entre si. Terceiro, a mediação saudável e ética dos conflitantes. Quarto, atividades na turma e entre os que sofrem bullying com terapias, desenhos, músicas e cartazes, sem a cultura da vingança e do ódio... E dos que são vitimadores, a força da palavra e terapias e autoajuda de diálogos e mediações com profissionais contra o bullying e o cyberbullying: desenhos, cartazes, músicas, teatro, dramatizações, palestras, pesquisas online, etc. Para quebrar o cíclo do bullying é fundante a iniciativa instituicional e familiar juntamente para revigorar o sentido da vida, da autoestima, da solicitude, do respeito a si e aos outros em todo momento e lugar.
A sua escola tem espaços de dialogo sobre os problemas vivenciados pelos estudantes ? como funcionam? *
Sim, bons diálogos, professores capazes, direção e vice-direção atuantes e competentes, bem preparada, coordenação pedagógica acolhedora, assistência dos profissionais da educação especial. Sala de informática e o espaço verde da escola para dinâmica, desenhos e aulas ao ar livre e relaxamento e atividades diferenciadas e compartilhadas.
LINCHAMENTOS VIRTUAIS: ENSAIO SOBRE O DESENTENDIMENTO HUMANO NA INTERNET (fragmento)
É preciso que se tenha claro que, quando falamos aqui em exposição pública, não é da outrora
utópica comunidade on-line mundial que estamos falando. Cada pessoa ou grupo que se
conecta à internet e publica em um blog, site, grupo ou perfil em rede social está inserida em
um segmento da Rede (Internet), e sua audiência – seja qual for, buscada e desejada ou não,
incluindo-se aí as audiências invisíveis e as potenciais, de que o próprio sujeito pode não estar
consciente e sobre as quais não consegue ter controle – será sempre determinada audiência
particular.
Da mesma forma, para tentarmos compreender o que se passaria na experiência da agressão,
da desmoralização pública e dos danos ou perda da reputação, precisamos ir além da
caracterização geral dos públicos em rede (BOYD, 2007) e da hiperconectividade das redes
sociais. Precisamos levar em conta que o reconhecimento que se busca, a audiência que se
deseja, a rejeição que se teme não é, na mesma medida e intensidade, a de todos, um público
vago e genérico, mas sim aquela dos pares com quem interagimos rotineiramente, dos
conhecidos que manifestam por nós admiração e multiplicam nossos posts, das figuras públicas
a quem admiramos e temos como referências. A percepção da Internet como rede global está
fundamentada na possibilidade técnica real de sua estruturação e alcance, mas nada nos
informa sobre como se concretizam nossas conexões e quais redes vamos, de fato, constituir
por meio de nossos agenciamentos e práticas concretas. A Rede total dada, tomada como
entidade em si, virtualmente global, não é e jamais poderia ser a nossa rede, ou melhor, nossas
redes. Estas, na internet como na vida, somente vêm a existir na medida em que as criamos e
as mantemos por meio de nossas ações, e seu alcance, como suas fronteiras, permanece
instável, variando ao passo delas, bem como dos efeitos das ações dos demais atores sobre nós.
Ainda assim, a escalabilidade dos conflitos que configuram o linchamento virtual certamente
não seria a mesma sem os “públicos em rede” e a consequente hiperconectividade que eles
trazem, no sentido apontado por danah boyd. Sobre a dimensão temporal dos linchamentos
virtuais – em comum com eventos próximos, como a pornografia de vingança e demais formas
de shaming –, pesam impressões aparentemente contraditórias. Por um lado, diz-se que logo
estarão roendo outro osso, ou seja, os escândalos, dramas, denúncias sucedem-se em ritmo
acelerado nas redes sociais e nisso haveria uma promessa de que vai passar logo, seja lá qual for
o volume do escândalo e gravidade das consequências; por outro lado, também se diz,
especialmente nessas situações, que a internet nunca esquece, o que já se constitui hoje em
máxima do senso comum, mas também em preocupação que mobiliza, por exemplo, juristas em
busca de soluções que assegurem o direito à retirada da Rede de postagens prejudiciais e da
criação de mecanismos que inibam esse tipo de ação e forneça garantias à privacidade. Nesse
plano, o que parece assustar e inflamar opiniões nos linchamentos virtuais – e na cultura da
humilhação e do ódio, em geral – não são tanto as consequências individuais – para a reputação,
por exemplo – quanto a tomada de consciência a que elas nos obrigam do pouco ou nenhum
controle que podemos exercer sobre nossas ações, interações e suas repercussões, e sobre o
dinamismo global das redes. O reconhecimento que alcançamos e de que gozamos nessas redes
permanece refém de dinâmicas que lhes são intrínsecas e que ainda pouco compreendemos.
Neste sentido, o possível aumento da desconfiança e da percepção de risco nessas redes on-line
vem sendo emulado por cruzadas morais promovidas por agentes sociais como governos,
empresários, juristas, pesquisadores, dentre outros, e veiculadas pelas mídias e seus formadores
de opinião – inclusive, nas redes sociais e internet em geral. Essas campanhas – raramente
assumidas como tais e em alguns casos reproduzidas de modo irrefletido, como quando
reproduzimos o discurso dos riscos, tomando as exceções (os casos graves) pela regra – tentam
vender o combo censura & regulamentação, oferecendo como brinde suposta tranquilidade.
Assim, faria sentido o emprego metafórico da noção de linchamento, pois o objetivo parece ser
mesmo o de “carregar nas tintas” e mostrar que estaríamos convivendo com a barbárie pósorkutização (popularização) das redes sociais. Outro termo muito utilizado, aliás – barbárie –,
para descrever cenários de linchamentos virtuais. Isso não deixa de ser irônico em um país como
o Brasil, no qual jovens negros são amarrados em postes e surrados até a morte, assim como
travestis e supostas adeptas de “magia negra” – o que pode ser eufemismo para se referir às
religiões de matriz afro-brasileira, outro segmento minoritário que não precisou esperar pela
invenção das redes sociais para tornar-se alvo de discurso de ódio. Nenhuma campanha viral no
Facebook seria capaz de produzir como resultado um linchamento nas ruas se já não houvesse
“lá fora” uma sociedade pronta para espancar aqueles a quem cotidianamente estigmatiza.
Como já afirmamos, a internet não é, do ponto de vista social, uma rede dada ou ambiente
pronto no qual “entramos”, ao qual apenas adicionamos nossa presença; nossas redes dentro
da Rede apenas existem em sua singularidade e concretude em um processo por meio do qual
as vamos constituindo na medida em que as delineamos e vivenciamos através das conexões
que estabelecemos. Estar na rede é abrir-se a conexões múltiplas e compor configurações
únicas. Se hoje não gostamos do que vemos nos comentários das publicações de notícias, por
exemplo, é improvável que a solução esteja no realismo identitário, na limitação da liberdade
de expressão, na exacerbação da mútua vigilância, na troca de acusações e caçadas a bruxas.
Mais produtivo seria examinarmos o que temos afinal cultivado em nossas experiências sociais,
nas redes on-line e “fora” delas.
Disponível em: http://www.revistas.uff.br/index.php/antropolitica/article/view/555 - acesso
em 15/05/2020
Quais os principais problemas abordados no texto? *
A tese principal não há linchamentos virtuais sem a rede que o sustenta e o difunde inexorável, sutilmente poderosa e ameaçadoramente às pessoas e as suas imagens ... Infelizmente, " a internet nunca esquece... ", polemiza o texto acima para o paradoxo de tudo passa e o vitimado se soerguerá, depois das terapias, punição aos culpados por juiz competente e indenizações, o remédio do fim dos esclarecimento aos escândalos! Destacamos, primeiro: o artículo vincula temas relativos a discutir novas formas e hipermodernas e terríveis de "a experiência da agressão, da desmoralização pública e dos danos ou perda da reputação, precisamos ir além da, [diferentes do passado em que se conseguia perceber os vários e variados tipos de} caracterização geral dos públicos em rede (BOYD, 2007). Para Danah Boyd (2007), " a dimensão temporal dos linchamentos virtuais – em comum com eventos próximos, como a pornografia de vingança e demais formas de shaming –, pesam impressões aparentemente contraditórias." Uma dessas linchamentos virtuais está na pornografia, fake news, etc. Segundo, "... na cultura da humilhação e do ódio, em geral – não são tanto as consequências individuais – para a reputação, por exemplo – quanto a tomada de consciência a que elas nos obrigam do pouco ou nenhum controle que podemos exercer sobre nossas ações, interações e suas repercussões, e sobre o dinamismo global das redes." Nisso está a impotência de sentir-se lesado moral e emocionalmente, além do sentimento de perda de privacidade próprio das sociedades modernas e pós-modernas, em que o público é a soma ou usurpação das vidas particulares. Assim, aqui, é novo os fenômenos do complexo linchamento virtual e ou a crise de abandono ou perseguição, antes para quem parecia ter tudo sob controle, os anônimos e, pior, os olimpianos, estamos todos expostos, porque "O reconhecimento que alcançamos e de que gozamos nessas redes
permanece refém de dinâmicas que lhes são intrínsecas e que ainda pouco compreendemos. " Sim, pouco conhecemos no mundo real, virtual, jurídico e administrativo das indenizações e receios de perseguição con-secutória. O famoso tem medo de ser odiado e perder o seu "status quo" . Por fim, o texto, desde na performance jurisconsulta do termo " sentido o emprego metafórico da noção de linchamento": equivalente a novas formas de exclusão social no mundo virtual, como mais real que o real (enriquecendo ao artigo: Jean Baudrillard (1997) , teórico que estuda a sociedade mediática atual e seus paradoxos em seu tratado: "Simulacres et Simulation" (França), EDIÇÃO NO BRASIL - Livros do Brasil; Éditions Galilée (French) & University of Michigan Press (English), 1993 . Ele "discute a relação entre realidade, símbolos e sociedade. Simulacros são cópias que representam elementos que nunca existiram ou que não possuem mais o seu equivalente na realidade. ). Essa "imago virtualis" incomoda e doí! Porque humina o "ego et imago ego" ! Vivemos em uma sociedade egolátrica: tudo centrado no corpo, na imagem do ego e da satisfação hegemônica de si e hedonismo a qualquer custo, o dinheiro tudo compra, mas há situações em que "se come até os ossos" como metaforicamente salienta o texto logo na introdução. E a barbárie da mídia -redes sociais e virtuais, onde todos são deformados... Se de um lado, se fomos consequências das nossas opções nas conectividades virtuais, de outro, depende com o tempo e por que acontece e como acontece, se concordamos com o que se nos fizeram ou se nós nos fizemos uma miragem da qual nos entediamos e enfastiamos... Queremos e poderemos mudar? Talvez!? Se o expurgo, o "anátema sit" (excomunhão da Igreja, em Latim) ou expulsão ou linchamentos virtuais nos permitirem. Pois somos essa rede um dos nós entre tantos das redes sociais. Isso me lembra o Espelho de Dorian Gray; Encontro Marcado de Fernando Sabino ou o Filme de mesmo nome. Não gostamos nada de tirania sim, somos avessos à vigilância, mas em se se tratando de bullying, tentativas de suicídios decorrente de jovens por cyberbullying, linchamentos virtuais, há de se ter vigilância triplicada... Leis firmes e atuais, mas que não seja uma obsessão legitimada de " troca de acusações e caçadas a bruxas.", onde não há mais respeito que tanto queremos, aliás é a soluções contra rotulações e intolerâncias. Sabemos que não vivemos mais sem as redes online e “fora” delas e experiências sociais, é imperativo ético o bom cultivo de quem somos em cada momento da vida virtual e social atual.
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A partir da leitura do fragmento do texto pensando no contexto atual, de intensa convivência na Internet, qual sua principal preocupação em relação a realidade dos alunos da nossa rede? *
As postagens refletem os valores de cada um, sejam elas de valorização ou de desrespeito. Como educadores, o que podemos fazer para qualificar as postagens e interações virtuais dos adolescentes e jovens ?
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Pequenos textos, reflexos pontuais sobre os momentos da vida dos jovens, caprichando na aulas e debates com eles, acesso à sala de informática de temas de interesse deles e tentando ser mais gentil e solidário. Menos repressor! Pois os terei por pouco tempo! Logo, alçaram voo como aves migratórias ao mundo cruel...
____ É saber dosar as esferas emotivo imagética virtual com o mundo real social compartilhado com suas demandas e questões peculiares. Assim, a dispersão ou o escapismo ou fuga da realidade pode ser articulada com o mundo do adulto e da juventude com uma visão ética ou cristã ou humanista de realidade e mundeinidade, a partir das filosofias, ciências, literaturas e empregabilidade como endosso ao sobreviver em sociedades sejam capitalistas, socialistas e sócio-democracia, no nosso Brasil, o Brasil pós-ditadura, com a constituição de 1998, os movimentos sociais e as impactantes e instigantes politizações das mídias como o movimento Pula-catacra, o pós-MPB (musica anos 1960...), o pós-queda das Torres Gêmeas nos USA, pós era Dilma-Lula, agora o bolsonalarismo como negacionismo obtuso e perverso dos direitos humanos e a era da pandemia e sua desejada cura. Para os afrodescendentes e a violência contra as minorias, a pornografia, o conflito com a política que vitima os jovens e mulheres, o feminicídio, as drogas e o alcoolismo assenhorando-se das famílias ainda, o bullying e suas variáveis mediáticas tão perversas, preocupa-me o desemprego juvenil e o desencanto dos jovens e adolescentes diante da realidade burguesa de Piracicaba, que os estigmatiza e os marginaliza... A difícil acesso de casa, comida, emprego e escola de qualidade para eles e seus filhos ainda são demandas gritantes. E os mesmos nem sempre querem refletir e pensar porque é doloroso... e nem sabem por onde e como começar... E a formação e estruturação de novos lares diante do Brasil diante dos achatamento das oportunidades e do desemprego... são emblemáticos quando a drogo está a uma quadra de sua casa...
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A sua escola tem espaços de diálogo sobre os problemas vivenciados pelos estudantes ? Como Funcionam ? *
Sim, postar e postagem são formas de consumo! De se expor, se exibir, se tornar visível, podendo-se ser grácil, frágil, vulnerável, vitimado ou vitimador. Vai depender do momento e da formação de cada um dos adolescentes e jovens no seu afã de fazer-se reconhecido e reconhecer a realidade e dizer-se e ser dito. Virtual no estou aqui, olhem como estou! Ou tipo: não estou bem, socorro! e ainda outros, "... e daí, não me lincho com o que está ao redor... eu sou eu e o mundo é o que está ai fora..." Engana-se o mundo é o que está também em parte dentro de cada um com suas contradições, valores e vacilos / vacilagens. E saber conectar com eles, dizer uma palavra, alertar, orientar, cativar, anunciar pistas e soluções no bem e pelo bem deles. E dar cordas e puxar a corda quando necessário! Arte e artimanhas! A vida é uma tessitura de nós e lacunas de redes reais e virtuais. Fatos e opinião! A qualificações sejam de nossa parte dotadas de ética e cuidados professorais, como filhos adotados por nós: redes suaves, perigosas, terrivelmente traiçoeiras, pornográficas, pedofílicas, lama e areia-movediças... Deveria ser conexão do bem! corrente do amor e da solidariedade, claro que há, mas há o oposto: ódio, (cyber) bullying, linchamento, etc.
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A sua escola tem espaços de diálogo sobre os problemas vivenciados pelos estudantes ? Como Funcionam ? *
Sim, ainda pequenados, mas bem aproveitados. Há projetos de cidadania e diálogo, projetos de antibullying, professores sensíveis e éticos, direção e coordenações antenados e proativos contra os sinais de perigo e orientação e conexão com a comunidade-família e grupos de ajuda e profissionais da ajuda e da escuta. A sala de profissionais profissionais da ação especial aos alunos de que precisam ou de laudo médico-psicológico. Temos grêmios escolares bem atuantes, eletivas atraentes, recuperação do perfil de uma escola mais flexível e firme com expanso do recreio para além das grades do pátio para a área maior verde, uso intensivo da sala de informática, mediação imediata de conflitos, paciência com o público estudantil, projetos atualizados anualmente e redistribuídos a professores espontaneamente capazes e dotados de vínculos afetivos com os estudantes, o que confere sucesso e adesão aos alunos e às alunas (além de detectar os casos de vulnerabilidade e dificuldades dos nossos alunos e suas famílias, sempre com a partilha respeitosa nos ATPC ' s com os coordenadores pedagógicos e a Direção e Vice-Direção, quando necessária a presença da mesmas.). Eu mesmo em maio de 2019, representei a escola minha e da D.E. em São Paulo, com o projeto de prevenção contra o assédio e abusos sexuais na vida escolar e na comunidade. Apresentado ao Projeto Liberta e Columbia em São Paulo. Um dos projetos da escola o cidadania e diálogo, o outro contra o Bullying na escola...
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