Volta ao Mundo com Judith (XLVII)
Concluída a etapa do Pacífico, que foi a mais longa, entramos agora na reta, ou círculo, digamos, final de nosso périplo pelos ilhas remotas do Mundo. E os terraplanistas nos perdoem, mas bem que deviam fazer esse passeio também para chegarem à conclusão de que apenas a observação da obliquidade dos mares é bastante para nos dar a certeza de que a Terra, se não lhes parece redonda, o mar pela obliquidade da visão que nos proporciona, certamente o é....
Hoje iniciamos o tour final pelas ilhas que circundam mais de perto a Antártida, e com pressa de fazê-lo, pois os exploradores desse continente, ou de suas águas adjuntas operam aqui somente na janela de novembro a fevereiro, e mesmo assim sob a probabilidade quase permanente de improbabilidades climáticas adversas e imperdoáveis...
Vamos, naturalmente só inspirados em Judith, à ilha Laurie, a Lauría dos hispano-hablantes...Seu formato cartográfico é indescritível, recordando e recortando aquelas estranhíssimas formas de vida marinhas que não permitem distinguir se são animais ou plantas...A primeira impressão que tive foi a de um cavalo marinho, fantasiado, naturalmente...
Laurie tem 86 km2, e uma população variável e sempre temporária de entre 14 e 45 residentes. Todos envolvidos com pesquisas marinhas e meteóricas. Nem tampouco os pinguins Adelie são permanentes, a despeito de sua incrível resistência ao gelo antártico...
Para o norte, as já bastante remotas ilhas Malvinas, ou Falklands, estão a 1.280 kms...
George Powell e Nathaniel Palmer são creditados como os descobridores dessa singular ilha em 1821. Além dos baleeiros implacáveis, fato memorável na vida da ilha foi a expedição antártica escocesa de 1903, que culminou na morte de seu líder Alan George Ramsay, já bastante combalido pela cardiopatia ao longo de toda a viagem. Seus colegas, e naturalmente sóbrios pinguins Adelie, ao som das gaitas escocesas prestaram-lhe as homenagens finais e imorredouras.