FACULDADE DE UMA PEQUENA FLOR

Era uma vez uma florzinha que nasceu no campo e por não reconhecer na vizinhança, uma outra florzinha parecida com ela, sentia-se triste. Imaginava-se isolada de tudo e de todos. Não vendo motivos para sorrir.

Em sua cabecinha de pétalas, pensava: Ainda hei de ser muito feliz, porque encontrarei boas mãos, que me colherá e me levará para algum paraíso. Lá encontrarei minhas irmãs e todo esse sofrimento terminará.

Nisso a vida boa passava... e a florzinha não se aproximava das outras espécies... não cantava, não embala sonhos, nem dava oportunidade para a aproximação... Também, não reparava no sol que a iluminava intensamente. Não sentia a ternura da chuva, nem percebia a poesia da lua. Todos os dias para ela, eram sem novidades e iguais.

Sem visualizar nada de bom, não havia perspectivas de paz.

Mas eis que um dia... surgiu de repente um temporal. Daqueles que chegam varrendo tudo, sem dó nem piedade.

E a parti daí, ela descobriu o quanto havia sido infeliz,

desnecessariamente.

Em um curto período de tempo, fez uma retrospectiva em torno de tudo já vivido. E o que viu de si mesma, era desagradável e vazio.

Em meios a tantos pensamentos, sentiu que o vento a possuía. Que a força das águas, tentavam arrancar suas raízes. E que não sabia até quando poderia suportar toda aquela intempestiva situação.

Foi aí que teve uma grande idéia. Juntou suas folhas num grande esforço e em oração clamou:

“Querido e amado Papai do Céu, não tenho sido uma boa florzinha. Agora percebo o quanto tive tudo do bom e do melhor e não soube aproveitar. Vivi até aqui reclamando e achando que tudo e todos estavam contra mim. Não dei valor a todas as coisas maravilhosas, que sempre estiveram ao meu redor. Tornei-me de difícil acesso e acumulei mágoas ao invés de agradecimentos. Por isso Papai do Céu, seja qual for o meu destino, quero lhe pedir perdão nesse momento. E se por acaso o senhor me der mais uma chance, prometo ser bem melhor do que antes”.

Foi então que ela percebeu... que já não havia mais a tempestade e sim uma chuva suave. Que o vento forte havia desaparecido, que em seu lugar havia uma brisa perfumada, entre diversos sorrisos...

A florzinha foi aos poucos abrindo suas folhas e esticando as suas pétalas. Não demorou muito e o sol reapareceu!

Olhou ao redor e viu diversas amiguinhas diferentes na forma, mas eram coloridas, alegres, cheias de vida!

Pela primeira vez, notou a presença de algo muito especial! Algo que pulsava de felicidade dentro de sua pequenina forma. Era um coração! E sentiu-se tão grande, tão repleta de amor! Como não notara antes, o seu próprio valor?

Porém, havia agora uma chance. Chance de ser capaz, de dar o melhor de si, de florescer e frutificar todas as possibilidades da PAZ!

O mundo era o paraíso!

Então... cantou,

dançou e agradeceu.

A Vida, não era simplesmente a Vida.

E sim a Vida,

era Vida Grandiosa de Deus!

Criou a parti de sua experiência um sábio ditado:

“Não pare para olhar pra frente,

nem para trás ou para os lados.

Porém, procure em tudo florescer,

no mesmo lugar, onde estiver plantado”.

Fim desta, Cristina Maria O, S. S. - Akeza.

Akeza
Enviado por Akeza em 13/10/2007
Reeditado em 24/03/2014
Código do texto: T693263
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