Volta ao Mundo com Judith (XXXII)
Pingelap é nosso destino de hoje, já bem avançada e propícia a noite deste 15/04/20. Também denominada Pohnpei, a ilha se localiza na Micronésia e se compõe de um minúsculo atol, seccionado em 3 partes emersas com uma área total de 1,8 km2, ligados entre si por uma linha de recifes, com uma extensa lagoa ao centro e que dá ao conjunto uma forma cartográfica parecida com uma imagem de nosso Brasil. As três partes emersas são Pingelap, Sukoru e Daekae, e Pingelap é a única habitada, com cerca de 250 residentes.
Dois aspectos, ligados entre si, praticamente resumem as características de Pingelap: em 1.775, dezessete anos antes da ilha ser descoberta por Thomas Musgrave, um violentíssimo tufão, denominado Lienkieki devastou a ilha e a vida de seus ilhéus, e tão-somente cerca de uma vintena sobreviveu a esse apocalipse. Nos anos subsequentes, notamente em 1.820 começaram a ser observados os sinais de daltonismo completo em parte significativa da população, provavelmente em decorrência da força endogamia. Atualmente estimam-se em cerca de 10% os pingelapenses totalmente daltônicos.
E aquele paraíso tropical multicolorido para os videntes normais não passa de variações de cinza para os locais, que em razão da alta sensibilade aos raios luminosos, evitam o sol a todo custo. Nada obstante, os pingelapenses insistem que seu alcance visual é extraordinário, permitindo-lhes ver uma riqueza de formas e sombras
de outra forma inalcançáveis...
Curiosa é a arte de pescar entre os pingelapenses, realizada à noite, com o auxílio de uma tocha que, permite a atração maior dos peixes voadores facilitando sua captura...