Volta ao Mundo com Judith (VI)
Hoje é dia de visitarmos a Brava, que junto com mais nove ilhas, forma o arquipélado de Cabo Verde. E Brava tem em sua proximidade uma ilha muito maior e muito mais brava ainda, a do Fogo, cujo vulcão central é algo de portentoso e intimidador. Vai ver que ao notar, do espaço, a azuleza da Terra, Gagarin viu também o cone avermelhado desse verdadeiro gigante na imensidão do Atlântico. Viu e se calou, em sinal de reverência.
Mas é de Brava que falamos: 64 km2, e 6.804 habitantes. A ilha foi descoberta por navegantes portugueses uns quarenta anos antes deles darem nas costas do Brasil...Como as demais cabo-verdianas, era inabitada e a sua colonização, com portugueses e africanos, iniciou-se em 1.573.
A parte a proximidade com a ilha do Fogo, tão somente 20 kms, Dakar, na costa africana, fica a 780 kms, praticamente uma hora de voo. O isolamento ao longo dos séculos e as saudades das terras de origem dos imigrantes, propiciaram o surgimento de um belo e cativante ritmo musical, a morna, capaz mesmo de aquecer os corações mais empedernidos...
Em seu formato cartográfico, a ilha é comparada a um coração, com os seus inúmeros cursos d'água dando a aparência de veias e fecundar-lhe o solo.
A visão aterradora do vulcão da ilha do Fogo, tem também o seu aspecto benéfico: impede que ventos de areia procedentes do Sahara espalhem infertilidade sobre Brava e, com a formação de chuva e de orvalho, desenvolvam-se espécies vegetais singulares, como palmeiras, tâmaras, hibiscos, jasmins, bougainvilleas...
E você acha que ainda dá para chamar a ilha de Brava...?