Histórias sonoras

Meio tam-tam, o acordeom soou/soprou um vento quase inaudível. Parecia que estava de férias. Talvez porque acordou ao meio dia. Ou talvez porque não queria ensaiar. Resolveu contar uma história. Disse que se tratava de uma história sonora para crianças pequenas. Essas que gostam de colorir livros. A primeira parte era praticamente incompreensível. Algo feito para todos, exceto crianças pequenas. Como pode um instrumento musical contar histórias? Esse era diferente. Seria mais fácil dizer que havia uma poção/pó mágico, mas aí todos os adultos ficariam decepcionados e desistiriam de ler o resto da história. Porém, a resposta, geralmente, fica perto da pergunta. Neste caso, só há história porque há notas musicais. Dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Uma linguagem sonora, colorida e repleta de sustenidos, às vezes, bemois. Espere! Essa história não é para quem toca, mas sim para quem ainda sabe ler. Embora, quase sempre, são as crianças pequenas que sabem contar histórias e alguns adultos conseguem ler. Em alguns casos precisam até de desenhos. Como se desenha um som? Talvez um sopro ou qualquer coisa que se sente e não se vê. Nesta hora, um adulto procuraria qualquer motivo para abandonar essa história e uma criança começaria a se interrogar: por que não desenhar?

Neste momento, o acordeom voltaria a tocar. A música ressoaria. A história continuaria, mas dependeria quem escreveria. Um adulto ou uma criança? Você que escolheria!