Ai, que coceira...

 
Era uma vez uma menina muito caprichosa, tinha bons hábitos de higiene pessoal. Mas certo dia saiu do banho, se vestiu e sentiu uma coceira estranha na cabeça. Continuou esfregando a toalha e nada...

Muito irritada falava: aí que coceira!... Meus cabelos estão limpinhos e não param de coçar. Não estou entendo: por que tanta coceira?

Penteava, olhava no espelho, esfregava a toalha, e a coceira continuava. Num repente, ouviu um sussurro em seus ouvidos: sou eu, um pequeno e assentado bichinho nos seus cheirosos cabelos!

Como assim? Pensou ela: Que bichinho é esse? Não consigo ver nada. Só sei que sinto muita coceira...

Sussurrava ele: não se preocupe menina de lindos cabelos, eu gosto de qualquer um, estejam limpos ou sujinhos é só eu dar um salto e logo vou proliferando e deixando rastos para chegarem mais e mais amiguinhos meus.

A menina, que já estava brava, falou: não quero você e nem os seus amigos na minha cabeça. Podem sair sem deixar nenhum rasto. Vou lavar, pentear e limpar até tirar todos esses seus amiguinhos da minha cabeça...

Muito enfurecida e determinada, pediu ajuda para sua mãe e para o banho novamente voltou. Lavou, lavou e sua mãe penteou com um pente bem fininho até parar de coçar.

O danado do piolho chegou e sem avisar pulou na cabeça da menina que andava sempre muito limpinha, provocando um desconforto e irritação que ela desconhecia. Ficou apavorada, mas aprendeu que é possível qualquer pessoa ter esse desconforto quando o danado se agarra nos cabelos e gruda no couro cabeludo.

Quem nunca pegou? Ela nem conhecia o pequeno bichinho. Só sei que, com cuidados, a coceira ela eliminou...




Texto: Miriam Carmignan