SOLETRANDO

SOLETRANDO

Olhei para o alfabeto

e percebi que as letrinhas

olhavam pra mim

pareciam aflitas.

Era hora de formar as palavras

e elas

saltitavam de um lado para o outro

sem saber onde deveriam ficar.

As femininas sacudiam as sainhas sorridentes

como bailarinas sem muito se importar.

Era divertido.

As masculinas com as mãos na cintura

batiam os pezinhos no chão

impacientes.

As conduzi pelas mãozinhas

colocando-as cada uma em seu devido lugar.

Como numa coreografia

marcaram uma dança

bailaram e cantaram para mim:

QUEREMOS APRENDER,

QUEREMOS ENSINAR.

Cleuza Fernandes