O encantador de borboletas

Era uma vez um menininho

que tinha os olhos pintados

com a essência dos pássaros.

E tendo pássaros nos olhos

tinha vocação para nuvem.

Todas as manhãs

vestia-se do céu

e voava para além de si.

Todos os seres alados

eram encantados

por sua presença.

Encantados eram os seres de grandeza:

pássaros, águias e fadas.

E mais ainda os seres de pequeneza

mosquitos, joaninhas e, principalmente, borboletas.

Às vezes, me parecia

que as borboletas nasciam

no brincar com palavras do pequenino.

Hora outra, eu via

as borboletas tecerem poesia

dos seus dedinhos finos...

Até hoje não sei

a fonte dos seus encantos,

se era o perfume ou o colorido,

os olhos ou o sorriso-menino.

Mas uma coisa eu sei,

das histórias que ecoam

por todos os Brasis,

seja como fato, mito ou lenda

assim ficou conhecido

o menino José:

Encantador de Borboletas.

___

Sabe-se que certo dia,

lá na pontinha do Brasil,

encontrou uma beleza rara,

não sei se sereia ou princesa

borboleta ou fada

que conseguiu o inusitado:

encantar o encantador.

Que, sem mais delongas,

virou poesia e voou

rumo ao horizonte dourado.

Outros dizem que ficou mesmo é apaixonado.

E se teve um final feliz?

Não sei...

essa foi uma história que ouvi

enquanto o dia adormecia...

Homenagem ao poeta José de Castro e Tânia Maria Batista Reinaldo.

Poema de minha autoria publicando no livro "Era uma vez: Histórias infantis em Prosa e Verso", organizado por Ana Maria C. Bernardelli e Fágio Gondim. Campo Grande/MS: Editora Life, 2019.

ISBN 978-85-8150-683-8

Poema escrito originalmente em 03 de maio de 2008.