NA FAZENDA DO SEU ZÉ

Hoje o dia começou assim, na fazenda do seu Zé, eu vi dona Joaninha passeando em seu jardim,

carregando uma folhinha, sob a casinha do seu cupim.

Vi a dona tartaruga andando devagarinho, enquanto a galinha carijó, ciscava com um pé só.

As borboletas voavam, colorindo o céu azul, e a dona vaca malhada, coitada, corria do boi zebú.

O bode do seu Zé, ficou no canto acuado, porque o danado do cavalo maroto foi pra cima fazendo alvoroço.

E lá vem a galinha da angola, toda prosa, enfeitada, gritando com o garnizé que não largava do seu pé.

Na fazenda do seu Zé, tem muito bicho danado, tem um porco arrepiado,

que o seu nome é buscapé.

Tem uma grande lagoa cheia de peixes pra pescar, a noite quando todos dormem, os sapos vem cracoar.

Tem uma vista pras montanhas, onde o sol se põe a tardinha,

e a lua logo aparece, pra clarear a noitinha.

Os bichos dormem sossegados, menos a dona coruja, que fica de olho arregalado, nos buracos da gruta.

Quando amanhece o dia, ainda de madrugada, o galo canta tres vezes, pra anunciar a chegada, e o sol nasce de mansinho, pra aquecer o ninho da passarada.

Seu zé sai de fininho, depois do café da manha, com sua enxada nas costas, capinando sua horta, plantando as sementinhas e tirando as ervas daninhas.

Ele rega o jardim, poda as flores e os jasmins, e volta pra casa cansado, com o cachorro ao seu lado, brincando com o porco espinho.

Eita lugar animado, seu Zé vive muito feliz, a noite pega a viola e canta

pra bicharada, o seu forró de raíz.

Dalva Pagoto
Enviado por Dalva Pagoto em 27/08/2019
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