O Segredo da montanha

Que bela surpresa!

Hoje ouvi minha filha contando ao seu filho uma historia que eu havia criado para ela, quando tinha a mesma idade dele, numa noite que estava com dificuldade de dormir.

Havia um lugar, entre várias montanhas, bem escondido, onde morava um povo que, para manter o paraíso intacto, mantinha em segredo do resto do mundo esse lugar.

Produziam artesanatos, queijos de ovelhas e mel, cujos excedentes vendiam, uma vez por mês, através sempre de um senhor que se aventurava atravessar a montanha e levar para uma cidade distante alguns dias de caminhada onde se dizia representante de uma associação de terceira idade para não criar curiosidades e ninguém se preocupava em perguntar onde ficava esse local. Na volta, trazia sal, porque nesse lugar não tinha e era muito importante para a saúde das pessoas e também tecidos para as roupas dos moradores que, normalmente, se vestiam sempre com roupas muito claras. Em algumas ocasiões trazia tambem mantimentos quando a produção local não era suficiente para alimentar a todos, mas eles eram autossuficientes em quase todo tempo. Eram todos vegetarianos, pois não aceitavam a ideia de sacrificar animais.

Esse senhor, numa dessas viagens disse que no caminho encontrara seres encantados que eram como homens bem pequenos e se vestiam sempre de branco, misturando-se à neve da montanha. Somente as crianças acreditaram nele e fizeram ele contar repetidamente a história enquanto os adultos riam como se estivesse contando uma piada e, então, o velho prometeu um dia capturar um desses seres e provar que ele não era mentiroso.

A cidadezinha era muito limpa e bonita, tendo muitas arvores sempre floridas, não importando a estação do ano, de inverno a inverno, onde as abelhas coletavam seu néctar e produzia um saboroso mel que sustentava a todos.

Um dia, numa dessas viagens o velho aventureiro trouxe, além do sal, um ser encantado segurando-lhe pelas mãos e pelo rastro deixado na neve, percebia-se que o pequeno ser vinha arrastado, contra sua vontade e mostrou para a população, que espantada, mostraram piedade com o pequenino e, principalmente, as crianças demonstravam tristeza de ver o pequeno ser tremendo de medo. Como já era fim de tarde e por não ter luz elétrica na cidade, o prefeito pediu que deixassem o pequenino numa sala da prefeitura, onde algumas vezes servia de dormitório e trancaram ele para no dia seguinte decidirem o que fazer.

Na manhã seguinte, para surpresa de todos, as arvores estavam todas murchas, sem nenhuma flor e logo foi atribuído isso à captura do pequenino e logo cedo, pedindo-lhe muitas desculpas, deixaram o pequenino ir embora oferecendo-lhe muitos presentes, mas ele sem entender não quis nada, apenas voltar para seu povo.

Logo, as árvores voltaram a florir, mostrando para os moradores que aqueles seres especiais eram os responsáveis por manter a cidade linda e alguém deu uma ideia para o prefeito que na próxima venda dos artesanatos comprassem uma luneta poderosa para que eles pudessem tentar enxergar os pequeninos no seu mundo e ficou proibido qualquer cidadão subir as montanhas onde eles viviam, exigindo do velho aventureiro usar um outro caminho, bem mais longo, para não mais perturbar os seres encantados e assim foi feito.

Instalaram a luneta no meio da praça e algumas vezes conseguiam ver os seres encantados brincando na neve e dizem que quando é lua cheia e ela está próxima à montanha, conseguem vê-los pulando para a lua e pulando dela para a montanha.

A cidade continua lá, mas só podemos vê-las em sonhos, para não desvendar o segredo de sua localização para que os seres pequeninos possam viver em paz e proteger nossas árvores e fazê-las florir todos os anos, na primavera, quando a neve fica menos densa e eles podem sair e visitar todas as cidades do mundo.

Balderrama
Enviado por Balderrama em 20/08/2019
Reeditado em 06/09/2019
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