Jade e Emílio: unidos pela natureza

(Duplo sentido: a natureza os uniu e eles uniram-se a favor da natureza)

Jade e Emílio eram duas crianças que viviam em um pequeno vilarejo chamado Florença.

Jade adorava a natureza, brincava com os animais, passeava pelos bosques, subia até o topo das montanhas, sentia o vento bater em seu rosto e observava a imensidão que existia lá embaixo. Além de amar o universo ao seu redor, cuidava da natureza com todo carinho.

Não jogava lixo nas ruas. Além disso, jogava cada lixo que consumia na lixeira certa: plásticos na lixeira vermelha, papel na lixeira azul, vidro na lixeira verde e restos de alimentos na lixeira marrom, que é a chamada "lixeira orgânica". Jade sabia o quão importante era separar o lixo e sempre dizia a seus amigos que a reciclagem era fundamental para a conservação do meio ambiente e para a saúde de todos.

Jade, também, não deixava a torneira aberta enquanto escovava os dentes; evitava ao máximo desperdiçar água. Falava, para seus amigos, que a água era o recurso mais importante do planeta, o bem mais precioso, e que sem essa não haveria vida.

Um de seus amigos, um menino chamado Emílio, ignorava tudo que Jade comentava e nem se importava com o meio ambiente. Quando estava em casa, jogava o lixo pela janela; quando estava no carro, jogava pela janela do carro; quando estava na rua, jogava o lixo no chão. Além disso, quase sempre, ao sair do banheiro, deixava a luz ligada e as torneiras um pouquinho abertas. Mantinha o carregador de seu celular sempre na tomada. Pisava em cima das pequenas plantinhas.

Emílio sentia saudades de sua terra natal, a cidade de Trindade, na qual vivera com sua amada avó, Irene, por muitos anos. Irene era tudo para Emílio: era ela quem cuidara do menino antes de este ser levado para Florença, por vontade de seus pais.

Jade estava, certo dia, a contemplar as árvores do Parque Florença, na parte central do vilarejo. Apreciava e dizia consigo mesma quão as árvores eram magníficas, com suas folhas mexendo-se de um lado para o outro. Escutava o canto dos pássaros, encantando-se com a bela melodia. De repente, chegou Emílio, com seu bodoque, atirando pedras nas pobrezinhas aves. Jade ficou espantada, pois descobriu que haviam mais crianças com ele, apoiando seu ato de rebeldia. Refletiu e percebeu que haviam muitos "Emílios" mundo afora, indivíduos que não se simpatizavam com a fauna e a flora.

Dias depois, Emílio recebeu uma carta; ficou surpreso, pois nunca havia recebido uma antes. A carta dizia que sua avó, a que olhou por ele antes deste vir a morar em Florença, estava desaparecida. Trindade era uma cidade que sofria, cada vez mais, com enchentes: por conta de entupimentos provocados pelo lixo nos bueiros. No dia anterior, sua avó teria sido levada pela água; a cidade inteira estava inundada.

Emílio ficou arrasado; nunca havia ficado tão triste em sua vida. Voltou a aproximar-se de Jade, relatando tudo que aconteceu. Nesse momento, Jade contou-lhe uma história, sobre um lindo sonho que tivera:

“Mãe natureza estava doente, a lacrimejar, no alto de seu castelo, no meio da floresta. Eu estava marchando pela mata. Então a vi, de lá embaixo, e gritei:

– Mãe Natureza, por que choras assim? Estou muito preocupada com você!

A Mãe natureza buscou forças e disse:

– Cara menina, que sempre esteve a ajudar-me, não é por mim que eu choro, mas sim por vocês, a humanidade.”

Jade contou para Emílio que, a partir desse sonho, atribuiu uma missão a si mesma: além de continuar cuidando da natureza, passar a divulgar, pelo mundo afora, a importância da preservação do meio ambiente. Assim, conscientizando a todos que passassem pelo seu caminho e ajudando a transformar o mundo. Contudo, confessou para Emílio que se sentia sozinha.

Emílio, boquiaberto com a história, lembrando de sua avó e de suas atitudes no passado, via nascer em seu coração sentimentos de empatia e compaixão. Não tardou a exprimir para Jade sua vontade de mudar, inclusive de ajudá-la em sua missão, dizendo a ela que não estava mais sozinha.

Ao anoitecer do terceiro dia em função de propagar o bem e a salvação da natureza, Emílio chegou em casa, cansado, porém orgulhoso de si mesmo. Abriu a porta e deparou-se com a presença inesperada de sua avó. Ela havia sido encontrada. Estava bem e com uma maravilhosa novidade para contar: viera morar no vilarejo de Florença, ficando, assim, pertinho de seu adorado neto.

Assim, com tantas mudanças em sua vida, Emílio tornou-se uma pessoa melhor. Juntos, Jade e o garoto, trilharam uma longa estrada de confiança, rumo a aconselhar as pessoas a mudarem suas ações perante a natureza. E assim, cativaram multidões, com a esperança de que um dia, o que começou com uma simples duplinha, chegasse a todos os povos espalhados pelo planeta.

Você também pode fazer parte desta história, ajudando a preservar a natureza!