Um Conto de boa noite.

“UM CONTO DE BOA NOITE”

Texto: Régis Di Soller

Personagens:

Nina;

Cadu;

Ted;

Pato Quá Quá;

Teresinha;

Capitão Pijama;

Mulher Meia;

Super Pantufa;

Cobra;

Jacaré Boiô;

Dona Aranha;

Rei;

Rainha.

(Cadu e Nina estão indo dormir. Os personagens seguram os travesseiros e se cobrem com lençol).

Nina – Ô mãe, conta uma história pra gente dormir?

Mãe – (Não aparece em cena. Voz off) Espera só um pouquinho...

Cadu – Ô mãe... Conta uma história pra gente, por favor.

Mãe – Espera meu filho, tô arrumando algumas coisas aqui. (tempo)

Nina – Boa noite Cadu. Durma bem.

Cadu – Boa noite pra você também Nina.

(Os dois irmãos adormecem. Tempo. Ted acorda, observa os dois irmãos dormindo. Tempo. Ted acorda os outros brinquedos. Os brinquedos se alinham na frente do palco e cantam a música “marcha soldado”)

Cadu – (assustado) O que tá acontecendo?

Nina – O que é isso? Quem são vocês?

Ted – (calmo) Calma. Nós somos os seus brinquedos. Eu sou o Ted, o ursão. O ursão amigão. Esse é o Pato Quá Quá.

Pato – Mas pode me chamar de Pato.

Ted – Essa é a boneca Teresinha.

Teresinha – Muito prazer.

Ted – Esse é o Capitão Pijama.

Pijama – Pronto pra ação.

Ted – Esse é o Super Pantufa.

Pantufa – Sempre as ordens.

Ted – E essa é a Mulher Meia.

Meia – Disposta a ajudar.

Cadu – Como vocês ganharam vida?

Ted – Eu percebi que vocês estavam sem sono. Então, eu simplesmente acordei todos os brinquedos.

Meia – Isso. E nós vamos contar uma história pra vocês!

Pantufa – Uma história com muita ação!

Pato – Vilão!

Pijama – Mas também tem herói.

Teresinha – E princesa.

Nina – Que legal.

Ted – Era uma vez uma linda princesa, chamada Teresinha. (Teresinha se apresenta) Ela vivia num reino muito feliz. Ela era amada por todos, principalmente por seus pais.

Rei – Minha filha querida, tome cuidado quando estiver passeando sozinha.

Teresinha – Pode deixar pai. As pessoas do reino são muito bondosas.

Ted – Mas nesse dia, alguém estranho apareceu no reino... o Pato Quá Quá. (os personagens cantam a música do Pato Quá Quá).

Pato – Ora, ora... (olhando para Teresinha) Quem é você.

Teresinha – eu sou a Teresinha, a princesa.

Pato – Muito prazer. Eu me chamo Pato. Você quer passear comigo?

Teresinha – Eu não posso me afastar do reino.

Pato – (se aproximando) Ah... mas que pena!

Teresinha – Eu preciso ir agora.

Ted – O Pato Quá Quá era muito bondoso, mas as pessoas não queriam ficar perto dele!

Cadu e Nina – Por quê?

Ted – Porque ele tinha mau hálito.

Nina – Só por isso as pessoas se afastavam?

Meia – É que o Pato não escovava o bico.

Pantufa – E ninguém avisava sobre o... você sabe, o cheiro.

Ted – E isso fez com que o simpático Pato se tornasse um vilão!

Pato – Teresinha... Você vem comigo!

Teresinha – Eu não posso. E também não quero!

Pato – (abrindo a boca exageradamente) Você vem sim! (Teresinha desmaia)

Ted – O Pato, que agora é um vilão, sequestrou a Princesa Teresinha.

Rainha – Oh não, onde está nossa filha!

Rei – Não sei. Mas em breve vou descobrir! E quando eu descobrir... Eu saberei onde ela está!

Ted – O rei convocou os melhores soldados do reino para procurar a princesa.

Rei – Soldado Pantufa, Soldado Pijama e Soldado meia. Procurem minha filha.

Pantufa, Pijama e meia – Sim, vossa majestade.

Ted – Os nossos heróis, que agora são soldados iniciaram uma aventura em busca da Princesa Teresinha. Acompanhados dos irmãos Cadu e Nina.

Pantufa – Mas onde foi parar essa princesa?

Meia – Dizem que a Cobra sabe de tudo. Ela deve saber onde a princesa está.

Pijama – Mas a Cobra é perigosa!

Cadu – Mas vocês são soldados!

Pijama – Tá bom.

Meia – Porém, a Cobra só conversa quando ouve uma música. (Cantam a música “A cobra não tem pé”. O corpo da Cobra será composto pelos atores, que vestirão um lençol por cima da cabeça).

Cobra – Quem deseja falar comigo?

Nina – Meu nome é Nina e ele é meu irmão Cadu.

Cadu – Estamos procurando a Princesa Teresinha.

Cobra – Princesa?

Nina e Cadu – Sim!

Cobra – Teresinha?

Nina e Cadu – Sim!

Cobra – Filha do rei e da rainha?

Nina e Cadu – Sim!

Cobra – Que mora no castelo?

Nina e Cadu – (desanimados) Sim...

Cobra – Acho que eu sei quem é...

Nina – Mas você viu a princesa?

Cobra – Várias vezes.

Cadu – Não, ela quer dizer se você viu a princesa hoje! O Pato sequestrou ela!

Cobra – Eu sei quem é esse Pato. Acho que eu os vi há pouco tempo. Ele a levou na direção do rio!

Meia – Então vamos pra lá!

Cobra – Calma, calma, calma... não é tão simples assim! Lá no rio mora o Jacaré! E ele também gosta de uma musiquinha!

Pijama – É só a gente cantar pra ele!

Cobra – Mas antes, cantem outra música pra mim. Uma mais agitada! (Cantam a música “A cobra não tem pé” numa versão mais agitada. Cobra sai de cena).

Pantufa – Precisamos cantar uma música pro Jacaré.

Nina – Que difícil. “Boiei” agora.

Cadu – É isso Nina! (cantando) Eu sou, eu sou, eu sou... Eu sou Jacaré Boiô. (todos cantam)

Jacaré – Já cantaram, eu já me sacudi... Agora me digam, o que querem de mim?

Nina – Precisamos achar a Princesa Teresinha!

Cadu – O Pato sequestrou a Princesa!

Meia – Você onde ela está?

Jacaré – Eu gosto de rimas, e as faço com destreza. Me diga uma, e eu lhe mostro a princesa!

Pantufa – Eu sei. Nós somos os soldados e queremos uma informação, fala onde tá a princesa, senão eu te dou um socão!

Jacaré – Te dei uma chance e você me ofendeu, seria uma pena eu dizer que a princesa desapareceu!

Todos – O quê?

Cadu – É verdade isso?

Jacaré – Talvez sim, talvez não, solte a rima que eu te dou a informação.

Ted – E nossos aventureiros não sabiam o que dizer... precisaram do Ted para a informação obter!

Jacaré – Pato está triste, pois não tem atenção. Sequestrou a princesa pra fugir da solidão. Agora ele pensa que a princesa é dele. Andem logo, e cuidado com a aranha na parede... (sai de cena)

Nina – Então temos que cantar mais uma música. (cantam a música “Dona Aranha”)

Aranha – Que que é? Que música é essa? Acharam que eu ia gostar? Veio a chuva forte e me derrubou é? Olha eu aqui.

Cadu – Foi o Jacaré que deu a dica.

Aranha – Tinha que ser aquele chato das rimas. Mas fala, o que vocês querem.

Pantufa – Queremos salvar a Princesa.

Aranha – A Teresinha?

Todos – Isso.

Aranha – Filha do rei?

Todos – Isso.

Aranha – O Pato sequestrou ela.

Cadu – Disso a gente sabe.

Nina – A gente quer saber onde eles estão.

Aranha – Vocês precisam tomar cuidado com o Pato. Fizeram tanta piada com ele que agora ele tá muito agressivo.

Ted – O Pato sofreu tanto com as piadas por causa do seu mau hálito que ficou agressivo. Ele não queria falar com ninguém. E as pessoas preferiam tirar sarro ao invés de ajudar!

Pato – (Entrando em cena) Eu tô bravo mesmo! Se vocês quiserem a Princesa, terão que brigar comigo!

Pantufa – Tá bom! (música “Eye of the tiger”. Pato derrota Pantufa).

Pijama – Deixa comigo (luta em “câmera lenta”. Pato derrota Pijama).

Cadu – Eu cuido disso! (segue a câmera com luz piscando. Pato derrota Cadu).

Meia – Não se preocupe Nina, eu sei como resolver isso. (Meia busca uma escova de dentes gigante). Pato. Tenta esquecer o que te fizeram.

Pato – Uma escova de bico?

Meia – Isso! É só você usar no seu bico!

Nina – Ninguém nunca se preocupou com você. Nós nos preocupamos.

Pato – Mas eu quero ser vilão!

Cadu – Mas você não é! Você é bom!

Ted – Então, Pato libertou a Princesa, que voltou para seus pais. Pato passou a escovar o bico todos os dias e nunca mais quis ser vilão. E antes de encerrar essa história, vamos agradecer.

Todos – “Nossa história termina aqui, espero que tenham gostado... Da Dona Aranha, da Cobra, Jacaré Boiô também...

Nossa história termina aqui, espero que tenham gostado, do Pijama, Super Pantufa, e Mulher Meia também...

Nossa história termina aqui, espero que tenham gostado, da Boneca, do Urso Ted e do Pato Quá Quá também...

Nossa história termina aqui, espero que tenham gostado, do Rei, da Rainha, Cadu e Nina também...”

Mãe – Crianças... Mamãe tá indo contar a história... Já ouviram Um Conto de Boa Noite? Era uma vez, uma linda princesa muito amada por seus pais, até que um dia ela foi sequestrada por um pato...

(Luz cai, fim do espetáculo).