O FANTÁSTICO NUNDO DE RONI
Era outono, um período de renovação, ventos sopravam em todas as direções trazendo consigo a magia das folhas que voavam e caiam pelo chão, um mês de esperança, era a presença de mais uma estação. O sol resplandecia e se escondia naturalmente por entre nuvens que vagavam ao léu e as árvores davam um verdadeiro espetáculo, com seus bailados no ar...
Roni, um garoto meigo de doze anos de idade, vivia trancado em seu próprio mundo, viajando por outros ares, perdido em sua incrível inteligência, que era muito maior que a de muita gente, ele parecia triste e muitas vezes preferia ficar sozinho... Ainda muito pequenino, com apenas três aninhos de idade, foi diagnosticado com “Autismo de Alto Funcionamento (ou Síndrome de Asperger: os portadores conseguem se expressar através da fala e são muito inteligentes, acima da média da população, mas apresentam transtorno de desenvolvimento que afeta a capacidade de se socializar e de se comunicar com eficiência).” Seus pais cercavam-no de muito amor, carinho e amizade, mas mesmo assim, o menino vivia isolado em sua própria ilha. Desde muito cedo, sua mãe inteirou-se em um grande desafio, fazer com que Roni aprendesse a ler e logo conseguiu, que para ela foi uma grande vitória. A partir daí o garoto viajava pelo mundo da fantasia, embarca no Era uma vez... Ele na verdade tinha o livro como o seu melhor companheiro.
Certo dia, Roni não foi à escola, pois estava um pouco resfriado e ficou mergulhado no universo do faz de conta, lendo pela vigésima vez o clássico “João e o Pé de Feijão” e de repente, se viu participando de uma cena um pouco diferente da que estava presente no livro, mas era uma cena criada na mente brilhante do garoto e lá estava Roni subindo em um pé de feijão tão alto que parecia não ter fim, quanto mais o garoto subia mais galhos apareciam para ele escalar, o menino olhava para baixo e não via o chão e olhava para cima e via nuvens e o infinito azul do céu. Logo, ele se viu diante de uma ponte comprida, adornada por flores de diferentes cores, de uma extremidade a outra da ponte, uma neblina cintilante envolvia o cenário, que parecia uma paisagem dos Contos de Fada. Roni parou diante daquele novo caminho que ele mesmo não sabia onde poderia chegar, porém seguiu adiante em passos curtos, olhava para todos os lados, aproveitando o esplendor daquele lugar, saiu da ponte e adentrou em outro mundo. De repente, ouviu alguém gritando:
- João, eu estou aqui! Você voltou meu amigo!
Roni levantou a cabeça e viu um homenzinho pequeno em cima de um galho de arbusto. Ele encarou o rapazote e disse-lhe:
- Olá, eu não sou João! Meu nome é Roni e eu estou em busca de aventura. Parece que essa cena eu já conheço, mas eu quero a minha cena, uma história completamente diferente. Você é bem pequenino, novo amigo!
- Uau, você é muito inteligente! Sabe Roni, o meu nome é Cenourinha e se a gente não aparecer no castelo, onde tem um gigante, aqui do lado de fora todo mundo é pequenino.
- Que legal Cenourinha, eu gostaria de conhecer todos daqui!
- Roni, estamos precisando de alguém inteligente como você, pois o gigante do castelo mandou que os pequeninos resolvessem uma difícil expressão matemática com os diferentes polígonos: triângulo, quadrilátero, pentágono, hexágono, heptágono, octágono, eneágono, decágono e assim por diante, tantas rimas assim me fazem gaguejar. Aqui ninguém é capaz de resolver e por esse motivo o gigante ficará bravo. Disse-lhe Cenourinha.
- Poxa Cenourinha, em meu mundo sou considerado diferente! Sabe amigo, na verdade é um mito, eu sou tão inteligente quanto qualquer outra pessoa, ninguém consegue entender a minha inteligência, mas deve ser falta de inteligência deles. Vou tentar resolver essa expressão matemática para esse tal gigante, que deve ser pequeno de inteligência, pois exploração de menores é crime. Disse-lhe o garoto Roni.
- Obá! Venha comigo Roni, pois te levarei até o local do desafio. Disse-lhe Cenourinha.
Os dois seguiram em passos largos para o local onde os pequeninos estavam tentando encontrar o resultado da tal expressão matemática... Roni nem acreditou quando entrou em uma sala cheia de livros de matemática por todos os lados e viu vários pequeninos que olhavam atônitos para um grande quadro branco que continha uma pequena expressão matemática. A expressão era com um triângulo retângulo (triângulo que tem um ângulo de 90 graus). Assim Cenourinha disse-lhe:
- É muito difícil resolver essa expressão, Roni!
- Não é difícil Cenourinha! Vamos usar o teorema de Pitágoras, que diz: “O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos.” Isso é muito fácil! Disse-lhe Roni, todo confiante em si mesmo.
Todos os pequeninos olharam para Roni, com grande admiração e respeito. Logo, o garoto resolveu com precisão a expressão matemática, tão rápido quanto um abrir e fechar de olhos... A euforia foi total, muita animação e gritaria, o garoto Roni foi aclamado pela multidão de pequeninos, como um gênio da matemática, mas Roni não era um gênio, ele era simplesmente normal, um garoto fenomenal. A fórmula foi entregue ao tal gigante que nunca mais incomodou os pequeninos. E depois, Roni voltou para o seu mundo, mas nunca deixou de realizar essas incríveis viagens pelo mundo da sua inteligência, conhecer novos horizontes era um desafio para aquele notável garoto.
Assim, viajamos pelo Fantástico Mundo de Roni. Ser uma pessoa consciente é fazer a diferença. Até a próxima aventura pessoal!
Elisabete Leite – 02\04\2019
(2 de abril dia MUNDIAL da conscientização do AUTISMO)
Nossas Pesquisas:
http://leiturinha.com.br
(Tudo o que você precisa saber sobre o autismo infantil)