O ROBÔ
O ROBÔ
Neli Neto
Era uma vez um robô
muito grande e engraçado
pois andava balançando
uma tanto desengonçado.
Seu dono, o menino Mário
ganhou ele de presente
em seu aniversário.
De tanto brincar com ele
levando pra tudo que é lado
tadinho do pobre robô
acabou enferrujado.
Vivia jogado num canto
todo triste e chateado
sentindo-se abandonado
pelo menino, seu dono
agora todo encantado
por um carro endiabrado
todinho feito de plástico
que dava mil piruetas
e não enferrujava.
Uma noite ao ver o céu
e nele uma estrela cadente
mentalmente ele pediu
- Queria um dia ser gente
e dormiu esperançado.
No dia seguinte a surpresa
ao acordar não rangiu
e olhando todo seu corpo
levantou-se sem problemas
voltando a andar engraçado
sem estar enferrujado.
Caminhando lentamente
foi saindo do quartinho
onde ficavam os brinquedos.
Sem querer chutou a porta
e para seu grande espanto
sentiu uma dor muito forte
daquelas que a gente xinga
quando acontece a topada.
Ele sorriu seguindo
confiante em seu caminho
rumo ao quarto de Mário
para brincar um pouquinho.
Ao chegar viu o seu dono
dormindo com seu carrinho.
Virou as costas e saiu
magoado com a desfeita
por ter ficado esquecido
naquele escuro quartinho.
Do lado de fora da casa
viu um dia bem bonito
com o sol forte sorrindo
lhe dando um bom dia.
E ele seguiu feliz
pelo caminho florido
procurando uma criança
que não tivesse brinquedos
para com ele ficar
e assim a sua vida
ter novamente um sentido:
o de um coração alegrar.
29.10.06
17:17hs - RJ