A preguiça que de preguiçosa não tinha nada!
Em uma fazenda em Corumbá, nasceu uma Preguiça muito agitada, que de preguiçosa não tinha nada.
Quando um carro chegava na porteira, antes mesmo de um humano avistar, a Preguiça bem ligeira, corria toda faceira e gritava:
_ Vou ser a primeira a chegar.
Quando Dona Maria, a cozinheira , pensava em fazer um doce para a sobremesa, a Preguiça corria na goiabeira e já vinha com o tacho na mão. Dona Maria sorria e achava graça a confusão.
E Ela era sempre assim, diferente dos irmãos, quando o Sol brilhava e eles pensavam em se esticar ; olhavam para o rio, e ela já estava lá, de maiô de um lado para o outro a nadar.
Quando Nhô Tinoco ia na cidade buscar arroz, açúcar e ração, entrava ela no caminhão, carregava as compras na maior animação e todos na cidade Comentavam.
_ “Essa Preguiça é uma Evolução”
E topos na fazenda já sabiam , precisando de ajuda ou de companhia
Chamem a Preguiça!
Só que um dia misteriosamente, a Preguiça desapareceu.
Olharam no caminhão, olharam no Rio e no Milharal, e a Preguiça? Nem sinal.
Procuraram na cidade, na igreja e na loja de material. E a preguiça? Nem sinal.
Pediram ajuda aos Micos, seus primos de criação, procuraram no vale, no lago, na floresta, no rincão.
Olharam até na casa de meditação. Procuraram até no curral, e a Preguiça? Nem sinal.
Nhô Tinhoco ficou mal, Dona Maria sem a ajudante de cozinha, colocaram até um anúncio no Jornal.
“Procura-se Preguiça com recompensa, um valioso animal”
E a Preguiça? Nem sinal.
Mais eis que na Quarta-Feira de Cinzas,
na janela da cozinha, de máscara vestida de baianinha, com um cesto de confete e serpentina, aparece ela sorrateira e toda jovial.
Contou que foi para Salvador , Belém, Olinda e até para Natal, e todo ano naquela mesma época, o sumiço já era normal.
E a preguiça? Nem sinal!
Saía vestida de índia para pular o carnaval.