O PINTINHO AMARELO
Quando a galinha é maluquinha ela não põe o ovo, deixa cair, como dizia o Simonal (o Wilson, o cantor, não confundir com aquele coco com quem o Tom Hanks conversava no filme O Náufrago). Pois é, esta galinha, pra sorte do pintinho, era uma galinha séria, tanto que pôs o ovo com muito cuidado sobre um ninho de folhas que havia preparado com antecedência. Este foi o primeiro perigo por que o pintinho passou, bem antes de nascer.
Depois o ovo escapou de ser esmagado pelos próprios pés da sua progenitora. Foi o segundo perigo. Por pura sorte, escapou da frigideira (alguém na casa comentara que comer ovo aumentava o colesterol, este o motivo de haver driblado o terceiro perigo.)
Passados os vinte e um dias regulamentares do choco, é chegada a hora do pintinho deixar aquele espaço onde estava “apertado como pinto no ovo”, e abrir o caminho quebrando a casca do ovo a bicadas. Até aqui temos visto que se tratava de um pintinho com muita sorte (e bota sorte nisso).
Pois não é que uma equipe de TV passou no sítio fazendo uma reportagem sobre galináceos, e o Gugu era o repórter. Foi só ele ver aquele pintinho amarelo, ciscando o chão todo sacudido pra, na hora, compor uma musiquinha, que apesar de bobinha, fez o maior sucesso. Dizia assim:
“Meu pintinho amarelinho
Cabe aqui na minha mão
Quando quer comer bichinhos
Com seus pezinhos ele cisca o chão. ”
Daí pra frente foi só vida boa pra ele e para a galinha, junto com seus onze irmãos, porque passou a receber direitos autorais por ter inspirado a música. Cresceu gordo e forte, e todas manhãs seu CO RO CO CÓ era ouvido por toda vizinhança.
E entrou pela perna do pato e saiu pela perna do pinto ...