NAVE ERRANTE
Uma nave errante
De um Planeta distante
Pousou na cidade
Surgiu assim do nada
Ofuscando a claridade
Da manhã ensolarada
Cidade morta de medo
Fez silêncio cortante
Daqueles de doer o ouvido
Sem fazer qualquer ruído
Abriu-se imensa porta
Desceu um tripulante
Do tamanho de um gigante
Olhos atentos brilhantes
Parecia ter sete sentidos
Par de asas cintilantes
Ignorando a gravidade
Saiu pelo céu a flutuar
Velocidade de outro mundo
Voltou em um segundo
Acenando misteriosa
Troca de medos no olhar
Uma criança curiosa
Ousou se aproximar
Levou nas mãos uma rosa
Deu um sorriso, foi o bastante
Para o viajante lhe abraçar
Convidou-a para entrar
Disse que o comandante
Tinha um segredo pra contar
Tempo menor que um instante
A criança voltou sorridente
À sua volta correu toda a gente
Contou que o comandante
Mostrou-lhe uma das mãos
Com ricos anéis de diamante
Na outra pedras coloridas
Disfarçando as feridas
Escondidas no coração
Nas botas de majestade
Pés doloridos e calejados
De tantos caminhos errados
Longas viagens pela vida
Atrás do mais importante
Encontrar a felicidade
A nave em silêncio partiu
Não se sabe de onde veio
Ninguém mais a viu
Desde então todo amanhecer
Procuram a nave errante
No horizonte aparecer