CHIFRES DE OURO
Numa aborrecida tarde de outono,
meio com preguiça, meio com sono,
coloquei minhas belas botas e meu chapéu de couro
e resolvi ir à caça do besouro.
Percorri os campos, vasculhei a mata
e do besouro eu estava à cata.
Tempo passa, tempo voa,
e eu ali, à toa.
Mas, de repente, o que eu percebo?
Não, não, eu não bebo!
Mas eu vi! Eu vi um touro
com chifres de ouro!
Parei, como que extasiado,
pois eu estava maravilhado.
O bicho chifrudo percebeu a minha supresa.
E, achando que eu queria roubar tanta beleza,
chifrou-me com violência,
não acreditando em minha inocência.