A MENINA QUE QUERIA SER ENGENHEIRA
Texto original: Rosângela Trajano
Cordel: Rosa Regis
Ilustração: Danda
Nota: Este atrabalho está, na sua íntegra, no EMAI & LER E ESCREVER da SEE São Paulo-SP - Ensino Fundamental - volume 1 - 3 - TERCEIRO ANO - Caderno do Aluno - Currículo Paulista - Coletânea de Atividades - Unidade 2 - Projeto Didático - Literatura de Cordel - Etapa 2 - Leitura colaborativa e análise dos recursos linguísticos de cordéis
Todo menino ou menina
Deseja, quando crescer,
Ser algo ou ‘alguém’ na vida
Que o seu pensar faz ver.
Ser bombeiro, professora,
Soldado ou mesmo doutor!
Sonhos infantis que enchem
O pensar do sonhador.
Eu desejava ser nuvem
Pra poder ficar no ar
Vendo tudo lá de cima:
Casas, florestas e mar...
A nossa menina aqui,
Dizia pra todo mundo,
Queria ser engenheira!
Era um desejo profundo.
- Menina tem que ser médica,
Não pode ser engenheira!
Era o que a menina ouvia,
Mas ela achava besteira.
- É claro que pode sim!
É isso que eu quero ser!
Vou ser engenheira, e pronto!
Vocês todos hão de ver!
E lá se ia a menina
A desmontar o avião
Do irmão, peça por peça,
Criando uma confusão.
Pois na hora da montagem
Sobram peças, parafusos...
Que em mentes ditas normais,
Deixam os pensares confusos.
Para ela, nada disso!
Era algo corriqueiro!
Tranquila escondia tudo
Debaixo do travesseiro!
Querendo ser engenheira,
Gostava de Matemática
E de Ciências. Matérias
Com as quais ela tinha tática.
É grande amante das nuvens,
Tem grande amor às estrelas.
Pede ao pai um telescópio
Para poder melhor vê-las.
Seus pais querem que ela brinque
De boneca, de casinha...
Que é com que meninas brincam.
Mas não nossa menininha!
Diz ela: Papai, brinquedo
Não diz a quem se destina!
É de quem gosta. Eu não gosto
Dos “brinquedos de menina”.
No meio da casa largava
O urso e o trem desmontado
E saía desenhando
Deixando tudo riscado
Os papais se habituaram
A vê-la medindo o chão,
As árvores, a vida, o tempo...
E a futura profissão.
Porém não se conformavam
Com o tipo de brincadeira
Da sua filha que sonha
Um dia ser engenheira.
O padrinho da menina,
Um dia para acalmar
Os pais, garante: - A garota,
Quando crescer, vai mudar!
- Engenheira não vai ser!
Isso não é pra mulher!
Isso é profissão de homem!
Ela não sabe o que quer.
Quando crescer vai mudar,
Escolhe outra profissão.
A menina nem ouvia,
Sequer prestava atenção.
Na mochila da menina
Havia lápis, cadernos...
Chaves de fenda do pai
Nos seus bolsinhos internos.
O papai nunca encontrava
As suas chaves de fenda
No lugar onde as deixava.
Isso causava contenda.
Quando a menininha ia
Ao parque, sempre levava
A caixa de ferramentas.
Pois, quem sabe, precisava?!
Qualquer defeito no carro
Ou na sua bonequinha...
Ela andava prevenida!
Era fogo a menininha!
O ursinho de pelúcia
Certo dia entristeceu,
Não sorrindo para ela.
Que será que aconteceu?
Estava triste o coitado!
Seriam as pilhas, ou não?
Para ela era outra coisa
Que incomodava o Pimpão.
Disseram para a menina
Que se ela virasse um dia
Engenheira, só com homens,
A mesma trabalharia.
- Que importa isso? Dizia.
Era mesmo diferente
No seu modo de pensar
Sendo muito inteligente.
Aos domingos colocava,
Do papai, o traje branco,
A bata e o capacete,
Sentando em pequeno banco...
Consertava com desvelo
Os brinquedos dos amigos
E dos seus primos e primas,
Mesmo aqueles mais antigos.
Certo dia desenhou
Um modelo de avião
Novo, nunca visto antes.
Isto causou sensação.
Sonhando ser engenheira
Um robô ela criou
Funcionando à bateria.
E muito impressionou.
Porém ela era menina...
E a noite tudo largava:
Alicates, chaves... Tudo!
Quando, manhosa, sentava
No colo do vô, pra ouvir
As estórias que contava.
Rosa Regis
Natal/RN 16.04.2015 – 00:h e 19min
Texto original: Rosângela Trajano
Cordel: Rosa Regis
Ilustração: Danda
Nota: Este atrabalho está, na sua íntegra, no EMAI & LER E ESCREVER da SEE São Paulo-SP - Ensino Fundamental - volume 1 - 3 - TERCEIRO ANO - Caderno do Aluno - Currículo Paulista - Coletânea de Atividades - Unidade 2 - Projeto Didático - Literatura de Cordel - Etapa 2 - Leitura colaborativa e análise dos recursos linguísticos de cordéis
Todo menino ou menina
Deseja, quando crescer,
Ser algo ou ‘alguém’ na vida
Que o seu pensar faz ver.
Ser bombeiro, professora,
Soldado ou mesmo doutor!
Sonhos infantis que enchem
O pensar do sonhador.
Eu desejava ser nuvem
Pra poder ficar no ar
Vendo tudo lá de cima:
Casas, florestas e mar...
A nossa menina aqui,
Dizia pra todo mundo,
Queria ser engenheira!
Era um desejo profundo.
- Menina tem que ser médica,
Não pode ser engenheira!
Era o que a menina ouvia,
Mas ela achava besteira.
- É claro que pode sim!
É isso que eu quero ser!
Vou ser engenheira, e pronto!
Vocês todos hão de ver!
E lá se ia a menina
A desmontar o avião
Do irmão, peça por peça,
Criando uma confusão.
Pois na hora da montagem
Sobram peças, parafusos...
Que em mentes ditas normais,
Deixam os pensares confusos.
Para ela, nada disso!
Era algo corriqueiro!
Tranquila escondia tudo
Debaixo do travesseiro!
Querendo ser engenheira,
Gostava de Matemática
E de Ciências. Matérias
Com as quais ela tinha tática.
É grande amante das nuvens,
Tem grande amor às estrelas.
Pede ao pai um telescópio
Para poder melhor vê-las.
Seus pais querem que ela brinque
De boneca, de casinha...
Que é com que meninas brincam.
Mas não nossa menininha!
Diz ela: Papai, brinquedo
Não diz a quem se destina!
É de quem gosta. Eu não gosto
Dos “brinquedos de menina”.
No meio da casa largava
O urso e o trem desmontado
E saía desenhando
Deixando tudo riscado
Os papais se habituaram
A vê-la medindo o chão,
As árvores, a vida, o tempo...
E a futura profissão.
Porém não se conformavam
Com o tipo de brincadeira
Da sua filha que sonha
Um dia ser engenheira.
O padrinho da menina,
Um dia para acalmar
Os pais, garante: - A garota,
Quando crescer, vai mudar!
- Engenheira não vai ser!
Isso não é pra mulher!
Isso é profissão de homem!
Ela não sabe o que quer.
Quando crescer vai mudar,
Escolhe outra profissão.
A menina nem ouvia,
Sequer prestava atenção.
Na mochila da menina
Havia lápis, cadernos...
Chaves de fenda do pai
Nos seus bolsinhos internos.
O papai nunca encontrava
As suas chaves de fenda
No lugar onde as deixava.
Isso causava contenda.
Quando a menininha ia
Ao parque, sempre levava
A caixa de ferramentas.
Pois, quem sabe, precisava?!
Qualquer defeito no carro
Ou na sua bonequinha...
Ela andava prevenida!
Era fogo a menininha!
O ursinho de pelúcia
Certo dia entristeceu,
Não sorrindo para ela.
Que será que aconteceu?
Estava triste o coitado!
Seriam as pilhas, ou não?
Para ela era outra coisa
Que incomodava o Pimpão.
Disseram para a menina
Que se ela virasse um dia
Engenheira, só com homens,
A mesma trabalharia.
- Que importa isso? Dizia.
Era mesmo diferente
No seu modo de pensar
Sendo muito inteligente.
Aos domingos colocava,
Do papai, o traje branco,
A bata e o capacete,
Sentando em pequeno banco...
Consertava com desvelo
Os brinquedos dos amigos
E dos seus primos e primas,
Mesmo aqueles mais antigos.
Certo dia desenhou
Um modelo de avião
Novo, nunca visto antes.
Isto causou sensação.
Sonhando ser engenheira
Um robô ela criou
Funcionando à bateria.
E muito impressionou.
Porém ela era menina...
E a noite tudo largava:
Alicates, chaves... Tudo!
Quando, manhosa, sentava
No colo do vô, pra ouvir
As estórias que contava.
Rosa Regis
Natal/RN 16.04.2015 – 00:h e 19min