A PEQUENA MENDIGA
Texto original: Rosângela Trajano
Cordel: Rosa Regis
Ilustração: Danda
Lúcia, “a pequena mendiga”
Vive sempre a esmolar,
Logo de manhã cedinho
Sai sem hora pra voltar,
Sabendo não ter família
Para se preocupar.
- Dê-me uma esmolinha moço!
Pede a menina, implorando.
- Tem não menina! Responde
O homem, recomendando:
- Vá estudar que é melhor
Do que ficar esmolando.
Bate à porta de uma casa
Que é morada de um pintor,
Pede pelo amor de Deus,
Comida, grana, o que for,
Ganhou tinta e pincéis velhos
Com os quais ao chão deu cor.
Bateu na porta da casa
Número 7 Pedindo,
Mais uma vez, uma esmola,
E como resposta, ouvindo:
Só tem pão de ontem. Quer?
Responde a mesma, sorrindo:
- Quero sim! Claro que quero!
Os pães duros recebeu
Pôs num saco de papel
E feliz agradeceu
Pelo alimento simples
Que a tal pessoa lhe deu.
Na casa de cor vermelha
Um cão bravo a assustou
Com o seu latido forte.
Ela correu, mas parou...
E do escritor três livros
A menininha ganhou.
Sentou-se ali na calçada,
Sem saber ler folheando
Um dos livros que ganhara
Suas figuras olhando,
Calmamente com um sorriso
De quem muito está gostando.
De uma simpática casinha
De porta azul recebeu
Deliciosos biscoitos,
Aos quais, com gosto, comeu.
Na casa número 10
Farinha ela recebeu.
Uma bondosa senhora
Que teve dó da menina
Deu-lhe uma colher de açúcar
De uma qualidade fina,
Num papelzinho enrolado
Para usar na vitamina.
Num grande portão parou
Tocando-lhe a campainha.
Aparecendo de pronto
Engraçada mulherzinha
Na cabeça, muitos bobes.
Parecendo boazinha.
- Me dê uma esmolinha
Pelo amor de Deus, senhora!
A senhora respondeu
Ali mesmo, sem demora:
- Só tem pão, menina! Quer?
E a mendiga: - Sim, senhora!
A Senhora trouxe o pão
Que ainda estava quentinho.
A mendiga: -Tem manteiga?
- Tem sim! lhe diz de mansinho.
- Passa no pão para mim!
E ela o fez com carinho.
- Tem um cafezinho com leite?
- Tem. Espera um só momento.
- Tá bom. Me traz uma xícara!
Respondeu, mas sem lamento.
A mulher trouxe, e a menina
Bendisse o acolhimento.
Ali mesmo sentadinha
Nos batentes satisfez
Sua fome e agradeceu
O bem que a mulher lhe fez.
Pegou seu saco de esmolas
E se foi por esta vez.
Continuou seu caminho
A pedir, a esmolar...
Até que, de tardezinha,
Com o sol a declinar,
Passando numa casinha
De sapé, viu-se a falar:
- Xiii! Eu acho que aqui
Não há nada pra me dar!
E, seguindo seu caminho,
Ouviu alguém lhe chamar:
- Lúcia!... Lúcia!... Não me ouve?
Menina, não vai entrar?!
- Entrar?... Mas entrar por quê?
Respondeu, a perguntar.
- Porque esta é sua casa
Ouviu alguém lhe falar.
- Minha? Mas..., não tenho casa!
Respondeu a duvidar.
- É a casa que você
Sonhava sempre, acordada,
Possuir para morar.
E Lúcia ficou parada
No tempo sem entender
Nada, nadinha de nada.
Ela não tinha família,
Sua mãe não conhecera
Porque quando ela nasceu
Sua pobre mãe morrera,
Fora criada na rua
Por alguém que a recolhera.
Depois também a pessoa
Que recolheu a menina
Também se foi. E o destino
Que lhe trouxe tão má sina,
Continuou castigando-a
Ainda bem pequenina.
Lúcia pensa assim, consigo:
“Será que eu estou sonhando?”
Belisca seu próprio braço
Da tal cena duvidando.
Mas sente a dor e acredita
Que tudo está se passando.
Mas como isto acontecera?
Como poderia ser?
Quem lhe dera aquela casa?
Jamais iria prever
Ter um dia onde morar!
Estava sem entender.
É que uma alma de Deus,
Uma Senhora chamada
Maria da Conceição,
Que teve a alma tocada
Pelo sofrer da menina
E sem querer ser mostrada,
Não tendo filhos, resolve,
Vendo aproximar-se o dia
De “partir”, o que ela tinha,
A casa onde residia,
Deixar praquela menina,
Mudando assim sua sina
E lhe causando alegria.
Rosa Regis, do conto de Rosângela Trajano
Natal/RN
21/11/2016 – 33h32min
Revisto e alterado em 24.01.2018 (Rosa Regis)
Texto original: Rosângela Trajano
Cordel: Rosa Regis
Ilustração: Danda
Lúcia, “a pequena mendiga”
Vive sempre a esmolar,
Logo de manhã cedinho
Sai sem hora pra voltar,
Sabendo não ter família
Para se preocupar.
- Dê-me uma esmolinha moço!
Pede a menina, implorando.
- Tem não menina! Responde
O homem, recomendando:
- Vá estudar que é melhor
Do que ficar esmolando.
Bate à porta de uma casa
Que é morada de um pintor,
Pede pelo amor de Deus,
Comida, grana, o que for,
Ganhou tinta e pincéis velhos
Com os quais ao chão deu cor.
Bateu na porta da casa
Número 7 Pedindo,
Mais uma vez, uma esmola,
E como resposta, ouvindo:
Só tem pão de ontem. Quer?
Responde a mesma, sorrindo:
- Quero sim! Claro que quero!
Os pães duros recebeu
Pôs num saco de papel
E feliz agradeceu
Pelo alimento simples
Que a tal pessoa lhe deu.
Na casa de cor vermelha
Um cão bravo a assustou
Com o seu latido forte.
Ela correu, mas parou...
E do escritor três livros
A menininha ganhou.
Sentou-se ali na calçada,
Sem saber ler folheando
Um dos livros que ganhara
Suas figuras olhando,
Calmamente com um sorriso
De quem muito está gostando.
De uma simpática casinha
De porta azul recebeu
Deliciosos biscoitos,
Aos quais, com gosto, comeu.
Na casa número 10
Farinha ela recebeu.
Uma bondosa senhora
Que teve dó da menina
Deu-lhe uma colher de açúcar
De uma qualidade fina,
Num papelzinho enrolado
Para usar na vitamina.
Num grande portão parou
Tocando-lhe a campainha.
Aparecendo de pronto
Engraçada mulherzinha
Na cabeça, muitos bobes.
Parecendo boazinha.
- Me dê uma esmolinha
Pelo amor de Deus, senhora!
A senhora respondeu
Ali mesmo, sem demora:
- Só tem pão, menina! Quer?
E a mendiga: - Sim, senhora!
A Senhora trouxe o pão
Que ainda estava quentinho.
A mendiga: -Tem manteiga?
- Tem sim! lhe diz de mansinho.
- Passa no pão para mim!
E ela o fez com carinho.
- Tem um cafezinho com leite?
- Tem. Espera um só momento.
- Tá bom. Me traz uma xícara!
Respondeu, mas sem lamento.
A mulher trouxe, e a menina
Bendisse o acolhimento.
Ali mesmo sentadinha
Nos batentes satisfez
Sua fome e agradeceu
O bem que a mulher lhe fez.
Pegou seu saco de esmolas
E se foi por esta vez.
Continuou seu caminho
A pedir, a esmolar...
Até que, de tardezinha,
Com o sol a declinar,
Passando numa casinha
De sapé, viu-se a falar:
- Xiii! Eu acho que aqui
Não há nada pra me dar!
E, seguindo seu caminho,
Ouviu alguém lhe chamar:
- Lúcia!... Lúcia!... Não me ouve?
Menina, não vai entrar?!
- Entrar?... Mas entrar por quê?
Respondeu, a perguntar.
- Porque esta é sua casa
Ouviu alguém lhe falar.
- Minha? Mas..., não tenho casa!
Respondeu a duvidar.
- É a casa que você
Sonhava sempre, acordada,
Possuir para morar.
E Lúcia ficou parada
No tempo sem entender
Nada, nadinha de nada.
Ela não tinha família,
Sua mãe não conhecera
Porque quando ela nasceu
Sua pobre mãe morrera,
Fora criada na rua
Por alguém que a recolhera.
Depois também a pessoa
Que recolheu a menina
Também se foi. E o destino
Que lhe trouxe tão má sina,
Continuou castigando-a
Ainda bem pequenina.
Lúcia pensa assim, consigo:
“Será que eu estou sonhando?”
Belisca seu próprio braço
Da tal cena duvidando.
Mas sente a dor e acredita
Que tudo está se passando.
Mas como isto acontecera?
Como poderia ser?
Quem lhe dera aquela casa?
Jamais iria prever
Ter um dia onde morar!
Estava sem entender.
É que uma alma de Deus,
Uma Senhora chamada
Maria da Conceição,
Que teve a alma tocada
Pelo sofrer da menina
E sem querer ser mostrada,
Não tendo filhos, resolve,
Vendo aproximar-se o dia
De “partir”, o que ela tinha,
A casa onde residia,
Deixar praquela menina,
Mudando assim sua sina
E lhe causando alegria.
Rosa Regis, do conto de Rosângela Trajano
Natal/RN
21/11/2016 – 33h32min
Revisto e alterado em 24.01.2018 (Rosa Regis)
Questionário sobre a historinha
“A pequena mendiga”
1 – O que é um mendigo?
2 – Por que há crianças mendigas?
3 – O que a menina costumava pedir?
4 – O que as crianças gostam de pedir aos adultos?
5 – Como você acha que é a vida de uma criança mendiga?
6 – O que podemos fazer pelos mendigos?
7 – Na historinha, por que a pequena mendiga não reclama da vida que leva?
8 – Por que a pequena mendiga não lembrava que tinha pedido uma casa
aos seus sonhos?
9 – Por que deixamos de lado os nossos sonhos?
10 – Que sentimento nasceu dentro da pequena mendiga ao descobrir que
tinha uma casa?
Desenhe a pequena mendiga espantada ao descobrir que tem uma casa.