O menino louro
Rosângela Trajano
Elaborado em 15 de setembro de 2008, às 19h46min.
Meu segundo cordel.
Revisado por Rosa Regis
Ilustração: Danda
O menino louro
Sem nenhum amigo
Era uma minhoca
Que andava consigo
Mas mesmo sem nada
Não era mendigo
Num frio domingo
De leve neblina
Pegou uma ave
Que veio da China
Com uma febre alta
E deu-lhe aspirina.
O menino louro
Brincava de ser,
De ser qualquer coisa!
E no descoser
Do seu pensamento
Seu “ethos” vai ver.
O menino louro
Ora era soldado
Defendia a pátria
E era aclamado
Chapéu na cabeça
Dedo levantado.
O menino louro
Sempre, sem parar,
Corria. E o cansaço
Não o vai dominar
O medo?... Ele tange!
O faz desabar.
O menino louro
Era analfabeto,
Nada, nada lia.
O seu nome Beto
Igual ao avô.
Era Beto, o Neto.
O menino louro
Tinha até vergonha
De ver-se no espelho.
A cara na fronha
E os pés no chão
Olhar de quem sonha.
O menino louro
Fazendo buracos
Negros e profundos
Nos panos de saco
Os ratos imundos
Juntavam seus cacos.
O menino louro
Juntou um dinheiro
Mas vem o ladrão
Leva o mealheiro
Vindo então o choro
Ficou borralheiro.
O menino louro
Caindo doente
Não tendo remédios
Com um febrão quente
Tomou injeção.
Que triste acidente!
O menino louro
Deu um grande tombo
Pertinho de casa
No chão, o seu lombo
Ficou dolorido
E com um catombo.
O menino louro
Que ao futebol
Ama, num campinho,
Lá no arrebol,
Jogava, ele, bola
E basquetebol.
O menino louro
Magrinho coitado
Sequer tinha pai!
Era, pois, bastardo.
De amor de mãe
Em jogo apostado.
O menino louro
Vendia laranjas
Ao povo da rua
Cuidava das granjas
De um grande senhor
Comedor de canjas.
O menino louro
Que perdia tudo,
Até os seus pés,
Um dia é sortudo:
Achou no lixeiro
Um bonito escudo.
O menino louro
A pular, brincando,
Pulava da ponte,
Feliz, se mostrando,
Ali, na verdade,
Sua liberdade,
Enfim, alcançando.
Revisto em 2017
por Rosa Regis
Natal/RN
Rosângela Trajano
Elaborado em 15 de setembro de 2008, às 19h46min.
Meu segundo cordel.
Revisado por Rosa Regis
Ilustração: Danda
O menino louro
Sem nenhum amigo
Era uma minhoca
Que andava consigo
Mas mesmo sem nada
Não era mendigo
Num frio domingo
De leve neblina
Pegou uma ave
Que veio da China
Com uma febre alta
E deu-lhe aspirina.
O menino louro
Brincava de ser,
De ser qualquer coisa!
E no descoser
Do seu pensamento
Seu “ethos” vai ver.
O menino louro
Ora era soldado
Defendia a pátria
E era aclamado
Chapéu na cabeça
Dedo levantado.
O menino louro
Sempre, sem parar,
Corria. E o cansaço
Não o vai dominar
O medo?... Ele tange!
O faz desabar.
O menino louro
Era analfabeto,
Nada, nada lia.
O seu nome Beto
Igual ao avô.
Era Beto, o Neto.
O menino louro
Tinha até vergonha
De ver-se no espelho.
A cara na fronha
E os pés no chão
Olhar de quem sonha.
O menino louro
Fazendo buracos
Negros e profundos
Nos panos de saco
Os ratos imundos
Juntavam seus cacos.
O menino louro
Juntou um dinheiro
Mas vem o ladrão
Leva o mealheiro
Vindo então o choro
Ficou borralheiro.
O menino louro
Caindo doente
Não tendo remédios
Com um febrão quente
Tomou injeção.
Que triste acidente!
O menino louro
Deu um grande tombo
Pertinho de casa
No chão, o seu lombo
Ficou dolorido
E com um catombo.
O menino louro
Que ao futebol
Ama, num campinho,
Lá no arrebol,
Jogava, ele, bola
E basquetebol.
O menino louro
Magrinho coitado
Sequer tinha pai!
Era, pois, bastardo.
De amor de mãe
Em jogo apostado.
O menino louro
Vendia laranjas
Ao povo da rua
Cuidava das granjas
De um grande senhor
Comedor de canjas.
O menino louro
Que perdia tudo,
Até os seus pés,
Um dia é sortudo:
Achou no lixeiro
Um bonito escudo.
O menino louro
A pular, brincando,
Pulava da ponte,
Feliz, se mostrando,
Ali, na verdade,
Sua liberdade,
Enfim, alcançando.
Revisto em 2017
por Rosa Regis
Natal/RN