O MENINO E O BURACO NA CASA
Texto original: Rosângela Trajano
Cordel: Rosa Regis
Ilustração: Danda
Era uma vez um menino
Que queria para si
Uma casa aconchegante
Como eu vou falar aqui.
Ele queria uma casa
Nem grande nem pequenina
Mas que coubesse a si mesmo
E ao que a si se destina.
Coubesse o seu avião
De brinquedo. Onde tudo
Tivesse início e não fim.
Pensa o mesmo, carrancudo.
De repente, à sua frente,
Surge uma casa engraçada
Que esperneia, bate o pé;
Que ri e grita abusada.
Quem já viu uma casa assim?
Era a casa que surgiu
Assim mais que de repente
Quando o menino pediu.
Não se sabe de onde veio
Ou quem a mesma mandou,
Caiu, praft, no chão,
Na frente dele e ficou.
Já foi logo abrindo a porta
Mostrando no meio da sala
Um buraco negro enorme
Sem medida, sem escala.
Era preciso tapar
O buraco com cimento,
Com areia e com tijolo,
Pensou naquele momento.
Mas o primeiro tijolo
Que o menino quis pegar
Caiu, praft, no chão.
Não conseguiu levantar.
Depois tentou pegar outro
Mas, por ser muito pesado,
Praft! Caiu no chão!
Deixando-o desanimado.
Então o menino viu-se
Pensando a dificuldade
Para se tapar buracos
Numa casa... Na cidade...
Pensou então nos pedreiros
Que não foram percebidos.
Como seres invisíveis
Ou meros desconhecidos.
Aos milhares de pedreiros
Que ele encontrou pela estrada
Perguntava o que fazer
Numa tal casa abusada.
- Como tapar o buraco
Que nela se percebeu?
E tão somente um pedreiro
Ao menino respondeu.
Para uma casa que grita,
Esperneia e dá risada
Parecendo estar maluca
Ou mesmo desesperada,
Para chamar a atenção!
Eu garanto que a danada
Somente com o coração
Ela deve ser tapada.
Não adianta tijolo,
Areia, barro ou cimento.
Para uma casa sensível
Tem que ter discernimento.
E lá se foi o menino
Com imensa interrogação:
Que fazer pra resolver
Aquela situação?
Como tapar um buraco
Enorme mesmo! Grandão!
Com aquela miniatura
Que era o seu coração?
Ficou todo confundido:
Cabeça, braços e pés.
As mãos, os olhos... E tudo
Agindo de revestrés.
Mas eis que assim, de repente,
Descobriu a solução
Que veio da sua alma,
Entrando logo em ação.
Para tapar o buraco
De uma casa a pirraçar
Gritando e esperneando,
Rindo sem querer parar...
O menino nem sabia
Que era capaz de cantar,
Criou uma bela música,
Uma canção de ninar.
Sua voz doce e suave
No buraco penetrou
E este, bem de mansinho,
Num ovo se transformou.
O menino pega o ovo
E o carrega com cuidado
Mas tropeçou no avião
Que ele havia montado.
O ovo caiu no chão
E ali se transformou,
De repente, em várias coisas
Que ao menino admirou.
Surgiu dali um vulcão,
Muita gente colorida,
Muitas casas, um leão,
Com movimentos, com vida.
Dezenas de belas árvores,
Mares, rios e riacho;
Animais em extinção,
A onça pintada macho.
Um belíssimo arco-íris
Que chama mesmo a atenção
Par com a onça pintada
Vestida de macacão.
Tudo isso está contido
Dentro da casa que ri,
Grita e esperneia abusada,
Da qual falamos aqui,
Descobriu nosso menino
Por ser muito sonhador
Uma casa diferente
Da qual fala com ardor.
- Era uma vez um buraco
Que logo se transformou
Num ovo que num montão
De coisas depois virou.
Estas coisas preenchiam
A tal da casa abusada
Cujo menino era o dono
Mas não sabia de nada.
Dentro da casa abusada
Ainda havia um aquário
Feito de garrafas pet.
E pelo que me compete,
Mais parecia um sacrário.
Rosa Regis reescrevendo Rosângela Trajano
Natal/RN – 29/11/2016 – 00h: 24min
Questionário sobre a historinha
“O menino e o buraco na casa”
Texto original: Rosângela Trajano
Cordel: Rosa Regis
Ilustração: Danda
Era uma vez um menino
Que queria para si
Uma casa aconchegante
Como eu vou falar aqui.
Ele queria uma casa
Nem grande nem pequenina
Mas que coubesse a si mesmo
E ao que a si se destina.
Coubesse o seu avião
De brinquedo. Onde tudo
Tivesse início e não fim.
Pensa o mesmo, carrancudo.
De repente, à sua frente,
Surge uma casa engraçada
Que esperneia, bate o pé;
Que ri e grita abusada.
Quem já viu uma casa assim?
Era a casa que surgiu
Assim mais que de repente
Quando o menino pediu.
Não se sabe de onde veio
Ou quem a mesma mandou,
Caiu, praft, no chão,
Na frente dele e ficou.
Já foi logo abrindo a porta
Mostrando no meio da sala
Um buraco negro enorme
Sem medida, sem escala.
Era preciso tapar
O buraco com cimento,
Com areia e com tijolo,
Pensou naquele momento.
Mas o primeiro tijolo
Que o menino quis pegar
Caiu, praft, no chão.
Não conseguiu levantar.
Depois tentou pegar outro
Mas, por ser muito pesado,
Praft! Caiu no chão!
Deixando-o desanimado.
Então o menino viu-se
Pensando a dificuldade
Para se tapar buracos
Numa casa... Na cidade...
Pensou então nos pedreiros
Que não foram percebidos.
Como seres invisíveis
Ou meros desconhecidos.
Aos milhares de pedreiros
Que ele encontrou pela estrada
Perguntava o que fazer
Numa tal casa abusada.
- Como tapar o buraco
Que nela se percebeu?
E tão somente um pedreiro
Ao menino respondeu.
Para uma casa que grita,
Esperneia e dá risada
Parecendo estar maluca
Ou mesmo desesperada,
Para chamar a atenção!
Eu garanto que a danada
Somente com o coração
Ela deve ser tapada.
Não adianta tijolo,
Areia, barro ou cimento.
Para uma casa sensível
Tem que ter discernimento.
E lá se foi o menino
Com imensa interrogação:
Que fazer pra resolver
Aquela situação?
Como tapar um buraco
Enorme mesmo! Grandão!
Com aquela miniatura
Que era o seu coração?
Ficou todo confundido:
Cabeça, braços e pés.
As mãos, os olhos... E tudo
Agindo de revestrés.
Mas eis que assim, de repente,
Descobriu a solução
Que veio da sua alma,
Entrando logo em ação.
Para tapar o buraco
De uma casa a pirraçar
Gritando e esperneando,
Rindo sem querer parar...
O menino nem sabia
Que era capaz de cantar,
Criou uma bela música,
Uma canção de ninar.
Sua voz doce e suave
No buraco penetrou
E este, bem de mansinho,
Num ovo se transformou.
O menino pega o ovo
E o carrega com cuidado
Mas tropeçou no avião
Que ele havia montado.
O ovo caiu no chão
E ali se transformou,
De repente, em várias coisas
Que ao menino admirou.
Surgiu dali um vulcão,
Muita gente colorida,
Muitas casas, um leão,
Com movimentos, com vida.
Dezenas de belas árvores,
Mares, rios e riacho;
Animais em extinção,
A onça pintada macho.
Um belíssimo arco-íris
Que chama mesmo a atenção
Par com a onça pintada
Vestida de macacão.
Tudo isso está contido
Dentro da casa que ri,
Grita e esperneia abusada,
Da qual falamos aqui,
Descobriu nosso menino
Por ser muito sonhador
Uma casa diferente
Da qual fala com ardor.
- Era uma vez um buraco
Que logo se transformou
Num ovo que num montão
De coisas depois virou.
Estas coisas preenchiam
A tal da casa abusada
Cujo menino era o dono
Mas não sabia de nada.
Dentro da casa abusada
Ainda havia um aquário
Feito de garrafas pet.
E pelo que me compete,
Mais parecia um sacrário.
Rosa Regis reescrevendo Rosângela Trajano
Natal/RN – 29/11/2016 – 00h: 24min
Questionário sobre a historinha
“O menino e o buraco na casa”
1 – Onde tudo começa e termina?
2 – Por que há coisas que passam despercebidas?
3 – Que buracos podem surgir na nossa vida?
4 – Como tapamos os buracos dos nossos
sentimentos?
5 – Por que precisamos da ajuda de profissionais
para solucionar alguns problemas?
6 – Como você reconhece o esforço de uma pessoa?
7 – É possível uma casa cheia de bichos e coisas?
8 – O que é uma casa engraçada?
9 – Por que é importante usarmos a imaginação?
10 – Como fazer uma casa engraçada?
2 – Por que há coisas que passam despercebidas?
3 – Que buracos podem surgir na nossa vida?
4 – Como tapamos os buracos dos nossos
sentimentos?
5 – Por que precisamos da ajuda de profissionais
para solucionar alguns problemas?
6 – Como você reconhece o esforço de uma pessoa?
7 – É possível uma casa cheia de bichos e coisas?
8 – O que é uma casa engraçada?
9 – Por que é importante usarmos a imaginação?
10 – Como fazer uma casa engraçada?
Desenhe como é a sua casa.