A ESTRELA DA VIDA
A ESTRELA DA VIDA
Marília L. Paixão
Numa carruagem perdida viajava uma estrela. O condutor caiu do céu quando a carruagem precipitou-se rumo á uma pedra. A pedra era pequena e continha mensagens que muito bem poderiam caber dentro de uma garrafa. Como uma garrafa seria de vidro e as mensagens teriam que ser de aparência bastante duradoura a pedra tinha sido uma boa alternativa. Apenas não para o condutor. Pobre senhor muito bem pago morreu sem ser sepultado.
A carruagem continuou com a estrela que não se assustou com a pedra. A pedra na mão da estrela parecia uma estrela também. Dizia-lhe a pedra: o que queres do universo está em seu poder desde que ninguém saiba que irei lhe socorrer, das avarias, dos maus agouros, das pesticidas e de milhões de outras pedras comuns.
Silenciosa a estrela só lia. Somente lia e ria já se sentindo protegida. Sequer se amedrontou quando a carruagem prosseguiu caminho. Tinha acenado good bye para o condutor. Pensou: Ficará em paz com sua família. Por onde vou não deixarei mais trilhas. Deste momento em diante foi que se deu conta que a carruagem voava. O vento passou a esfriar pelos seus cabelos. E os seus cabelos passaram a tampar-lhe totalmente os olhos.
Não sabia onde ou como, mas parecia que toda a natureza tinha se transformado. O vento frio já não existia. A carruagem parecia não mais se mover. Não havendo mais cabelos sobre os olhos resolveu os abrir. Era uma estrada de terra com uma cor vermelha. Tentou sentir cheiro, mas ficou com medo do pó. Estrela tem medo de pó. Onde há pó, há pouco brilho, sua velha estrela avó já dizia desde que ela era menininha. Pensou na pedra protetora e procurou por ela, mas não a encontrou. Ficou com medo de descer da carruagem e continuou ali imóvel até que viu uma criatura verde se aproximando. Parecia pulando. A estrela sem saber que perigo corria escondeu-se debaixo do banco. A criatura verdinha em folha sentou-se onde a estrela estava e pendurou seus olhos vivos na estrela toda encolhida bem debaixo das suas vistas. Em silêncio ambos se olhavam, mas não se moviam mais.
Para a criatura verde aquela estrela devia ser muito importante ou não teria se protegido. Para a estrela aquela criatura verde deveria ser muito respeitada, pois se acomodou em seus assentos como se nada temesse. Após alguns minutos de absoluto silêncio, a estrela desviou o olhar dele para si mesma e concluiu feliz que seu brilho continuava intacto. Se ele se movesse um pouquinho para lá ela bem que poderia voltar para o lugar dela. Seu olhar muito brilhou de um lado para o outro e ele se moveu um pouquinho. Então ela passou a olhar muito para um lado só e ele se movimentou mais para a direção em que ela o queria.
Toda feliz e brilhante a estrela voltou para o seu trono. A criatura verde continuou ao seu lado ainda sem saber como lhe falar sobre a tal pedra que ela havia deixado cair assim que chegou. Mas sabia que a iniciativa de uma conversa teria que partir dele. Sem saber como começar pensou logo no seu nome que achava tão grandioso e falou: - Eu sou o Dagger Lor e você?
MLP
a continuação é parte de outra história... ( rs...)