"Menina sou e brinco de boneca, a Tippy, aquela que tanto custou a mamãe.
Tenho carrinhos de coleção, e um boneco que fala em inglês, que do padrinho Luis Antônio Brotero Duprat, ganhei, e amava brincar.
Brinco de escolinha, falo sozinha, e corrijo as provinhas.
E, fantasio com a imaginação tão fértil."
Hoje aos cinquenta anos, não vejo mais fantasias no mundinho infantil,
Sinto calafrio, em ver meninas se tornando mulheres muito cedo, se despindo da inocência, do ser criança.
Hoje a vida não tem mais crianças nas ruas pulando corda, correndo no pega-pega, pulando cela, e outras brincadeiras.
Vejo crianças sérias já com a profissão de modelo, de atriz, ou então, aquelas que em algum canto do Brasil, sofrem caladas por serem escravos, por estarem vendidos por seus pais, e ainda vejo, que o ser criança de minha época era assistir ao Sítio do Picapau Amarelo, com mais realidade possível, com fantasias, e eu e Marquinhos, meu irmão, bobos, inocentes, com medo da Cuca.
Mas construimos nossa vida, e hoje vejo crianças perdidas.
Tinha responsabilidade, acordava cedo, pois mamãe ia trabalhar, e papai já estava longe labutando, e eu tinha que estudar.
Amava ir cedo à escola, e ver meus professores a tantas coisas ensinar.
Em especial as Ciências e a Matemática, como amava, e sonhava em vivenciar aquilo.
Hoje, percebo a falta de compromisso, até de meus filhos com seus professores. Será que um dia, eles verão o qual o estudo é necessário?
Hoje também percebo que as brincadeiras infantis estão sumidas, e as crianças com valores invertidos, não buscam sonhar, não buscam imaginar, e vivem descompassadamente.
"Como é bom correr, brincar, estudar."
Teka Mendes Castro
Enviado por Teka Mendes Castro em 05/09/2017
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