LUZ NA TEMPESTADE
Era madrugada
quatro e quinze, quase amanhecendo,
guando Maria desesperada,
Gritou, tá nascendo, tá nascendo.
Um enorme temporal
papai foi buscar a parteira,
a enchente já beirava o portal
de barco a D. Jacinta veio faceira.
Mamãe quase morreu
pois já tinha certa idade,
eu era a quinta filha que nasceu
com frio, chuva e tempestade.
Dezenove de julho de cinquenta e sete
nasceu Angela, a caçulinha,
se foi mãe, eu fiquei pivete
se foi pai, eu fiquei sozinha.
Hoje, quero com meus leitores comemorar
com grande alegria, meu aniversario,
mesmo não tendo açúcar
mas tenho vocês e o meu rosário.
Quantos anos por ai
sem receber um abraço,
mas Jesus consola, e diz vai
com ele o destino eu traço.
só uma vez ganhei um bolo
quando ainda era pequena,
sempre inverno, o bolo desmanchou
nunca esqueço essa cena.
agora tenho essa família
que são os meus leitores
através dessa poesia,
um beijão meus amores.