A GATA E A ARANHA
Olho da janela,
uma cena meio estranha.
Uma gata amarela,
conversando com uma aranha.
Fiquei de longe, só observando,
pois nunca havia visto coisa igual.
Uma aranha tecendo prosa,
muito sexe, dentro de um fio dental.
Enquanto a gata estava trajando
uma roupa fina, leve e muito gostosa.
A gata muito espertalhona,
procurava persuadir a pobre aranha.
E sorrateiramente, rolando pelo chão,
fingia se de brincalhona .
Usava de todas as suas artimanhas,
para capturar a aranha na traição.
Enquanto isso, a aranha ia tecendo
sua teia, muito fina, quase invisível.
Mas, capaz de enlear tudo, que fosse passando
por ali, em seu tênue véu.
E assim, enquanto conversava,
a aranha ia tecendo, tecendo, tecendo.
Tanto tecia sua teia, quanto tecia conversa.
Puxava um fio aqui,
amarrava outro fio acolá.
Subia daqui, descia dali.
Passava pra lá e pra cá,
num ziguezague sem cessar.
Por sua vez não percebia,
a gata amarela,
que a aranha, uma rede tecia,
bem a sua frente,
como se fosse uma janela,
para protegê-la das mas companhias.
E quando a aranha dava seu ultimo ponto,
a gata se julgando muito esperta,
deu um enorme pulo e foi de encontro,
com a invisível rede, que já se encontrava aberta.
E assim, meus queridos amiguinhos,
quanto mais a gata se mexia,
mais juntinhos e apertadinhos,
a gata nos fios enleada se via.
E quando já não havia mais jeito,
de escapulir de toda aquela prisão,
a gata foi obrigada a reconhecer seus defeitos
e assim teve que pedir, a aranha, o seu perdão.
A aranha, muito sábia e inteligente,
disse a gata, que a soltaria com uma condição.
De que a gata dali para frente,
não lhe fizesse mais nenhuma provocação.
A gata, por sua vez, muito assustada,
reconheceu o grande erro que intencionava,
e após prometer não ser mais malvada,
fugiu dali, as carreiras, por se ver, já salva.
E a aranha, muito lentamente,
continuou seu belo trabalho,
como muito amor e carinho,
tecendo sua rede, com boa mente,
toda as noites, até chegar o orvalho,
pois era esse o seu caminho.
Ás vezes, nos julgamos espertos
e queremos atacar os menores,
mas, nem sempre isso da certo,
pois estes, aos perigos, são expertos.
Nunca devemos desejar o mal, a ninguém,
pois não saberemos, o que possa acontecer.
Devemos procurar fazer sempre o bem,
indiferente do que as pessoas possam ser.
A gata, por se julgar mais esperta,
quis, a pobre aranha, destruir.
Porém, a aranha, por já estar de alerta,
muito sábia e honesta, não deixou se iludir.
Amarrou bem, toda a gata,
para que ela não pudesse fugir.
E se vendo toda presa, pés e patas,
ela, não teve outra escolha, senão redimir.
E a aranha, ali ficou, tranquila a trabalhar,
sempre tecendo sua longa teia,
esperançosa de que algum inseto descuidado,
fosse ali, se agarrar, para ela, dele se alimentar,
em uma gostosa e grade ceia,
muito bem preparada.
Estação do Cercado (MG), 05 de agosto de 2017.