A ABELHA, A BORBOLETA E A FLOR
O conflito entre a abelha Minerva e a borboleta Salomé estava ao rubro. A essência do conflito era a Dália, uma simpática flor. A abelha Minerva dizia ser a amiga mais próxima de Dália e por isso não via com bons olhos o carinho - no seu entender - que a flor dispensava à borboleta Salomé:
- Escuta aqui, ó borboleta atrevida! Não te quero mais ver nas proximidades da minha amiga Dália, porque se assim não acontecer pico-te toda! - Advertiu a abelha Minerva.
- E porque razão terei que fazer a tua vontade? Tu não mandas em mim! Aliás, ela é tão tua amiga, quanto minha! Ao menos que ela não queira mais a minha amizade! E podes crer que não é o caso! – Replicou a borboleta Salomé.
O desentendimento foi se alastrando, porém, a abelha Minerva e a borboleta Salomé desconheciam que Dália, a flor, já estava por dentro do assunto. E num belo dia as três cruzaram-se no jardim onde a flor residia: - Bem-vindas, queridas amigas, aos meus aposentos! Há muito que eu aguardava por esse encontro. Estou sabendo da vossa discussão absurda. A ocasião é mesmo propícia para solucionarmos o assunto. – Exprimiu-se a flor.
- É que, é que…sei lá! Eu receio perder a tua amizade. Também, a maneira como tratas essa aí! – Justificou-se, acanhada, a abelha Minerva.
- Coisas de Minerva! Mas sinto que ela não faz por mal! Da minha parte, nenhum ressentimento. - Argumentou a borboleta Salomé.
-Valeu! Assim é que se fala Salomé. Eu entendo a Minerva e a sua atitude egocêntrica. É apenas insegurança! O que não se justifica afinal, as duas são muito importantes para mim e trato-vos da mesma maneira. O que seria da minha beleza se vocês não me brindassem com a ternura da vossa amizade?! Amigas para sempre?! – Dissertou a flor.
-E o que seria de nós, sem o perfume da tua beleza?! Sim, amigas para sempre! – Anuíram, simultaneamente, a abelha Minerva e a borboleta Salomé.
E ao despedirem-se, Dália, a flor, advertiu as amigas: - Amizade e desconfiança nunca foram compatíveis!