A AMIGA DA ARARA

A parede verde abrigava, além da arara, de gesso, vermelha e amarela, dois conjuntos de vasos para plantas, dos quais apenas um deles havia um vaso com uma planta, e no segundo conjunto de vasos havia uma flor, mas de madeira, as pétalas eram roxas, e o miolo vermelho e amarelo.

A arara olhava para trás, como se esperasse pela chegada de alguém que pudesse vir da porta, para a qual ela olhava. A porta estava fechada até alguns instantes atrás, mas agora uma garotinha havia aberto a porta, e passado para fora, na varanda onde a arara ficava.

Ela usava um vestido azul amarrado com uma fita amarela, na cintura, seus cabelos eram negros como carvão e mal tocavam seus ombros, porém lisos, seus olhos também negros encantavam a todos. Seu nome era Alice, ela saiu para a varanda salteando de felicidade, havia acontecido algo incrível na escola e ela tinha que contar para o seu melhor amigo.

Alice sentou-se de frente para a arara e começou a falar sobre o brinquedo novo que colocaram no parque da escola, era um brinquedo de superfície inclinada e lisa por onde as crianças deslizam sentadas ou deitadas; escorregador. - …Tinha um brinquedo… Ele era giGANte… Eu fui várias vezes… Mas o David ficou com medo… - ela falava tão afobada sobre o escorrega de pouco mais de um metro e setenta.

Depois de várias horas conversando ali com a arara Alice ouviu uma voz chamar-te para entrar. Era por volta de oito horas da noite, um último sinal do dia, acabara de sumir a oeste, e o tempo começava a fechar para chuva.

- Melhor você ir tomar banho… Parece que vai chover. - a mãe da Alice falou aparecendo na porta.

- Boa noite dona Arara… - Alice entrou pela porta correndo e foi direto para o banheiro, pois sua mãe já estava na porta esperando por ela.

Anoiteceu, e Alice estava deitada em sua cama, ela ouvia o vento que corria e brincava lá fora fazendo muito barulho. A chuva batia em sua janela como quem a convidasse para brincar, os raios que clareavam tudo de quando em quando conseguiam apenas assustá-la. Cada parte do seu, pequeno e frágil, corpo tremia sob os grossos cobertores.

O vento começou a soprar em direção a casa de Alice, como se quisesse algo que estava lá dentro, ele batia com força contra a porta da sala, tentando desesperadamente entrar.

Depois de muitas tentativas vãs, Alice acabou pegando no sono, e como sua primeira e última vez, Alice, sorriu enquanto dormia, pois ali de olhos fechados ela conversava com a dona arara.

Alice começou a sonhar, havia um bosque enorme, muitos árvores a frente, e um céu azul e estrelado sobre sua cabeça. - Oi Alice, como você está? - um vulto aproximou-se de Alice pelo céu.

- Eu estou bem, e como você está? - a garotinha respondeu ainda sem reconhecer com quem conversava.

- Alice, sou eu… A ‘dona arara’! - então Alice conseguia ver seu rosto sob o clarão do luar.

Ela deu um pulo para perto da pequena arara que havia pousado sobre uma pedra. - Dona arara!? - ela estava contente por poder estar ali com sua amiga.

- Alice, você ainda está com medo? - a arara perguntou enquanto era acariciada.

- Não, eu estava, mas já passou! - ela sentiu vontade de pegar a arara e colocá-la em seu colo, mas não conseguia, pois a arara estava maior que Alice conseguia se recordar.

Então Alice se deu conta de que estava num lugar completamente diferente de sua casa. - Onde eu estou? - ela olhou em volta tentando reconhecer aquele lugar.

- Eu moro aqui Alice, quando nós conversamos em sua varanda, eu estava aqui. - Alice então sorriu, e sentiu-se mais segura dali em diante.

Ela ouviu uma voz no ar chamando-a. - Alice? - ela olhou em volta procurando quem havia chamado-a.

- Quem está me chamando? - ela ainda não conseguia ver ninguém ali com elas, então voltou a sentir medo.

- Alice, isso é um sonho! Você pode fazer o que quiser. Apenas esqueça o medo, e a dor. Venha voar comigo! - Alice sorriu com a ideia, e então ambas saíram voando pelo enorme bosque.

K S Cintra
Enviado por K S Cintra em 12/06/2017
Código do texto: T6025739
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.