Mito: O pequeno príncipe.

“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”

“Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração…”

SAINT-EXUPÉRY

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Friendzone é o lugar imaginário que só existe na cabeça de alguns babacas quem acha alguém é obrigado a ficar com alguém. Segundo a definição bizarra “refere-se a uma situação onde uma pessoa deseja entrar em um relacionamento romântico, enquanto a outra não. Em resumo, isso acontece quando uma pessoa está apaixonada, enquanto a outra só quer amizade.” (beijos pro wikipédia, que me poupou de ter que definir essa idiotice).

https://filosofiava.wordpress.com/2013/09/18/o-pequeno-principe-e-o-mito-da-friendzone/

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"O garoto, nesse sentido, transmite o que aprendera com a raposa: que “os homens não têm tempo de conhecer coisa alguma”, pois “compram tudo já pronto nas lojas. Mas, como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos” (SAINT-EXUPÉRY, 2015, p. 67)."

"O motivo da criança concebida de forma divina é bastante comum na tradição judaico-cristã, como mostram, por exemplo, as histórias bíblicas de Issac, Moisés, João Batista e Jesus. Isaac era considerado o filho da promessa de Deus a Abraão, pois humanamente seria impossível ter um filho devido à idade avançada de Abraão e de sua esposa, Sarah. Moisés era um hebreu que deveria ter sido morto a mando do Faraó, mas foi encontrado ainda recém-nascido pela filha do imperador egípcio, que cuidou dele como se fosse seu filho legítimo. Assim, Moisés pôde ser protagonista da libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. João Batista, primo de Jesus, tal qual Issac, foi o filho da promessa para Isabel e seu pai Zacarias, ambos já anciãos. Na vida adulta João foi um grande anunciador da palavra de Deus e da salvação. E, por fim, Jesus Cristo, que é tido como o maior, nasceu em Belém da Judéia numa manjedoura. Filho legítimo de Maria fecundada pelo Espírito Santo, Jesus anunciou o evangelho, foi perseguido, morto, sepultado e ressuscitou no terceiro dia trazendo a salvação para todos os povos (BÍBLIA, 2002)."

"A psicologia do arquétipo da criança:

Jung introduz a noção de arquétipo como sendo uma estrutura do inconsciente coletivo que está ligado a conteúdos mitológicos. Nesse contexto, o mito traduz-se como uma mentalidade primitiva, sendo que a “mentalidade primitiva não inventa mitos, mas os vivencia” (JUNG, 2011, p. 114). (...)

... o aviador acabou por abandonar, aos seis anos de idade, uma “promissora carreira de pintor” (SAINT-EXUPÉRY, 2009, p. 08) e escolheu fazer carreira na aviação (SAINT-EXUPÉRY, 2009). Em outras palavras, podemos dizer que houve um rompimento muito precoce do aviador com sua criança, que, em razão do conflito na vida adulta, vem à tona personificada na figura do Pequeno Príncipe.

Tal qual Sísifo que estava “cego” pela tarefa de rolar sua pedra sem observar o ambiente ao redor, o aviador demonstra estar mais preocupado em consertar seu avião sem notar o menino que clama por sua atenção.

Nessa mesma linha de pensamento podemos encontrar igual relação nas histórias de Hércules e do Super-Homem, como já discutimos anteriormente neste trabalho. Ambos foram crianças tidas como “divinas” e posteriormente transformaram-se em heróis, de forma análoga à história dos personagens bíblicos.

Assim, numa perspectiva visionária, podemos supor que o Pequeno Príncipe é uma espécie de herói capaz de realizar no aviador o que ele não poderia empreender sozinho. A questão mais intrigante é que ele não segue a lógica convencional dos heróis dos clássicos da mitologia, ou mesmo, dos contemporâneos."

Referência

GUERRA, Rafael Henrique e UEHARA, Silvia Kazumi. O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, sob a ótica da psicologia analítica junguiana. São Paulo: Centro Universitário São Camilo, 2015. 80 p.

http://www.rafaelguerrapsicologo.com.br/2016/02/19/o-pequeno-principe-e-a-psicologia-analitica-parte-1-a-psicologia-do-arquetipo-da-crianca/
Enviado por J B Pereira em 11/04/2017
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