PORQUINHOS
O menino de seis anos
beija a barriga da mãe grávida.
A mãe abraça a criança,
pensa no filho que virá,
será outro menino,
e questiona:
‘Será que ele gostará de tomar banho,
se na lista das preferências dos meninos
(o game, o super-herói, o sanduíche)
tomar banho costuma não vir?’
Esta mãe também imagina:
“Será que quando ele crescer e morar sozinho,
um dia eu poderei afirmar,
sobre a casa do meu caçula,
que ali tudo é asseado e sua cortina é linda
ou contrariada direi:
Quanto entulho há por aqui!
Nem preciso falar do banho,
que insisti toda vida!”.
O filho mais velho então
beija novamente
a barriga da mãe e tudo elucida:
“Mamãe, acho que o neném arrotou
como um porquinho”!
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