PORQUINHOS

O menino de seis anos

beija a barriga da mãe grávida.

A mãe abraça a criança,

pensa no filho que virá,

será outro menino,

e questiona:

‘Será que ele gostará de tomar banho,

se na lista das preferências dos meninos

(o game, o super-herói, o sanduíche)

tomar banho costuma não vir?’

Esta mãe também imagina:

“Será que quando ele crescer e morar sozinho,

um dia eu poderei afirmar,

sobre a casa do meu caçula,

que ali tudo é asseado e sua cortina é linda

ou contrariada direi:

Quanto entulho há por aqui!

Nem preciso falar do banho,

que insisti toda vida!”.

O filho mais velho então

beija novamente

a barriga da mãe e tudo elucida:

“Mamãe, acho que o neném arrotou

como um porquinho”!

DO LIVRO: "O ÚLTIMO FOGUETE"

Paulo Fontenelle de Araujo
Enviado por Paulo Fontenelle de Araujo em 26/01/2017
Reeditado em 04/07/2018
Código do texto: T5893054
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