O elefante Belezão

Em uma linda noite de luar, nasceram três elefantinhos e a mãe Dona Eliá toda orgulhosa já colocou nomes assim que os viu. Flor seria o nome da única menina, Belezão o nome do mais bonito e o outro que era magrinho recebeu o nome de Palito. Foram crescendo, ouvindo belas estórias para dormirem. Uma das preferidas de Palito era a do “Patinho feio”, a Flor gostado da estória da “Bela adormecida” e Belezão gostava de todas, porém vivia inconformado por não ter sua própria estória.

Dizia sempre a sua mãe:

_ Eu sou o mais belo elefantinho que já nasceu e não tenho minha estória, isso não pode ficar assim. O patinho por ser feio, conseguiu sua estória, a baratinha por ser exibida, o gato por usar botas, o lobo por ser maldoso e devorar a vovó, os três porquinhos por serem perseguidos pelo lobo, a joaninha por ser rabugenta e até dona Aranha por ter subido na parede tem sua canção, o sapo por não lavar o pé...

De tanto reclamar, sua mãe procurou Petrônio, o macaco escritor para contar a estória de Belezão.

Petrônio foi até a casa de dona Eliá conhecer um pouco mais de Belezão para começar a escrever. Ele só falava de sua beleza, penteando-se toda hora e se olhando no espelho. O escritor não conseguia escrever, pois ele nada fez a não ser sentir-se belo.

Cansado de ver o escritor apenas o observando sem escrever nada, foi logo dizendo.

_ Escreve aí que num belo dia nasceu um belíssimo elefante para enfeitar a terra.

E o escritor disse:

_ Nasceu belíssimo enfeitou a terra e fez mais o que?

_ Quer mais? Sou belo, formoso e olha meus dentes, muito mais branco que os deles, minhas orelhas mais macias.

_ Estória é pra quem faz estória, não pra quem deseja tê-lo.

Ah! Belezão ficou revoltadíssimo.

_Como todos irão saber que existo ou que existiu um elefante tão belo como eu se não tiver minha estória. Diga-me?

-Tá bom, direi ao mundo que você é belo, porém só isso nada mais.

E começou a estória assim:

Entre três irmãos nascera um que surpreendeu a todos por sua beleza e de tão belo nada fez da sua vida. Não tinha tempo pra mais nada, sentia-se belo demais para se importar com as outras pessoas ou mesmo fazer algo interessante.

Porém, não tenho muito a falar de Belezão o belo inútil.

_ Só isso?

_ Infelizmente, sim. Você precisa ver o que há de mais belo dentro de você, ser feliz e escrever sua própria estória.

Desde então, parou de se achar tão belo e começou a dar seus primeiros passos rumo à felicidade fazendo amigos, se divertindo, ajudando a todos e escrevendo sua estória que um dia terá orgulho de exibi-la. Será que Belezão terá jeito?

-Vocês que me aguardem viu criançada. Patinho, Joaninha, Baratinha, três Porquinhos e os demais serão esquecidos depois que minha estória sair. Acho que vou colocar o título assim, “Belezão, o belo em apuros.

Nem eu que escrevi essa estória acredito mais no Belezão.

Débora Dantas

DEBORA DANTAS
Enviado por DEBORA DANTAS em 25/08/2016
Reeditado em 30/04/2017
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