A Invenção do Violão

Na terra média, bem antes de anéis e magos vivia um carpinteiro cuja especialidade era fazer as melhores pontes e portões para os grandes palácios. Ele havia feito o grande portão do Reino das montanhas e também alguns utensílios para os elfos.

Sua oficina ficava do lado norte, mas ele atendia vários pedidos até bem distantes.

Toda manhã a qual o carpinteiro saía de sua casa para ir trabalhar, ele passava por uma vila chamada Atserolf e lá morava uma jovem que adorava cantar.

O carpinteiro ficava alguns minutos parado ouvindo a moça cantar com aquela voz que acalmaria até o warg mais furioso. As canções que ela entoava nunca haviam sido ouvidas, eram letras que vinham direto de um coração puro e feliz.

Depois de ouvir um pouco o carpinteiro seguia seu caminho. As canções que ele ouvia daquela voz linda no vilarejo o deixavam mais inspirado para o seu ofício.

Certo dia quando o carpinteiro seguia o caminho rotineiro ao trabalho, ele avistou um grande sinal de fumaça que parecia vir de Atserolf. Chegando mais perto ele percebeu que a vila havia sido atacada por dragões que habitavam o vale de Oir. Ele não entendia porque dragões de tão longe atacariam um vilarejo inofensivo.

O carpinteiro ficou por horas escondido, até que os dragões fossem embora.

Quando o ataque cessou só restou ruínas em chamas e alguns animais vivos. Todos os homens, mulheres e crianças estavam mortos.

Mas qual o porquê deste ataque – se perguntava o carpinteiro.

Ele se lembrou da jovem que cantava e foi correndo até a sua casa para ver se a encontraria ainda com vida.

Chegando lá ele se deparou com um estado de destruição total e o corpo da jovem sob escombros.

Não conseguindo segurar a emoção, o carpinteiro chorou copiosamente.

Ele não conhecia a jovem, mas o fato de ouvi-la cantar criava uma conexão com os seus corações.

Com tanta tristeza dentro de si ele pensou em voltar para casa, mas ao virar-se ele avista um belo tronco de Excelsa, uma madeira nobre da região.

O carpinteiro coloca a madeira nos ombros e segue para a oficina.

Na oficina ele começa a talhar o tronco seguindo o seu coração.

Ainda com lágrimas nos olhos, o carpinteiro continua a talhar sem saber, realmente, qual utensílio está fazendo.

Ele talha uma caixa com as laterais curvas e uma parte longa como se fosse um braço.

Em sua oficina ele guarda uns fios para acabamento. O carpinteiro pega os fios e corta em seis pedaços iguais e estica na extensão do braço até o fim da caixa curva. Sem perceber ele pegou fios de tamanhos diferentes.

Ao colocar o utensílio sobre a mesa os fios se movimentam fazendo um som nunca ouvido antes. O carpinteiro se assusta com o som que saiu da caixa com curvas, mas ao mesmo tempo ele gostou do que ouviu. Então ele começa a ajustar aquele som fio por fio.

Ao terminar os ajustes ele dedilha todos os fios um por um. O som que sai o faz lembrar da jovem que cantava na vila de Atserolf.

Ele volta correndo para a vila e procura algo sobre a moça. O carpinteiro encontra uma base de madeira gravada com as letras V I O L A. Ele supõe a base ter pertencido a jovem de voz única.

Então o carpinteiro resolve por o nome de seu utensílio recém-construído de VIOLA.

Assim o carpinteiro fez com que toda a terra média e outras terras mais distantes ouvissem a voz da jovem de Atserolf, até os tempos de hoje.

Fim.

DiLuis
Enviado por DiLuis em 09/08/2016
Código do texto: T5723560
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